The Economist rides again
"A revista "The Economist" voltou à carga com uma "reportagem" - na verdade uma matéria pretensamente objetiva mas densamente editorializada - segundo a qual quase tudo no Brasil é um imenso e grande fracasso sob o governo da presidenta Dilma Rousseff. Tudo? Não! Salva-se o setor privado, é claro.
Por Flávio Aguiar
Faz tempo que a revista "The Economist" está empenhada em "deseleger" a presidenta Dilma Rousseff em 2014.
Agora, voltou à carga, com uma "reportagem" – na verdade uma matéria pretensamente objetiva mas densamente editorializada – com o título "O futuro do Brasil: o Brasil acabou com ele?".
Para a matéria, quase tudo no Brasil é um imenso e grande fracasso, sob o governo da presidenta. Tudo? Não! Salva-se "o setor privado", é claro, sobretudo "o agrário-exportador" (saudades da República Velha...). Citam-se, como aspectos positivos, também a expectativa de que o Brasil se torne um exportador de petróleo em 2020 (mas sem estatismos, faz favor...) e a situação privilegiada do país em matéria de pesquisas de biotecnologia, engenharia genética, prospecção de petróleo em águas profundas e tecnogia em derivados do petróleo. Ah sim, "last but not least", uma classe média em expansão.
Quais são os males, então?
Ora, a ladainha de sempre: "excesso de intervenção do estado", "excesso de impostos", um "sistema de aposentadorias excessivamente generoso" (!) (os pensionistas do INSS agradecem), uma "infraestrutura rotten", isto é, literalmente, "podre". O "intervencionismo" chegou a tal ponto que a presidenta chegou a obrigar o presidente do Banco Central a "slashing interest rates" – "reduzir brutalmente as taxas de juro" (o tempora, o mores!). A revista vai ao ponto de insinuar, descaradamente, que o mal do país se chama Dilma Rousseff...
Quais são as soluções? Ora, a lenga-lenga também de sempre que não dá certo em lugar nenhum do mundo, "diminuir impostos", "favorecer a competitividade de empresas estrangeiras", "encolher o governo", "reduzir ministérios" etc. Enfim, é o receituário [aqui adotado por FHC/PSDB/DEM com apoio da mídia direitista] que vem destruindo grandes partes da Europa.
O comportamento da revista é, evidentemente, de espírito neocolonial, com os sabichões do primeiro mundo "ditando" o que os outros devem fazer – "os outros", isto é, "nós", os pobres coitados que continuamos a ser pobres coitados.
Seria apenas cômico, se não houvesse gente que acreditasse na eficácia de tais pregações em nossos próprios pagos, como se fossem Bíblias ou exemplares do Corão a ditar as rezas do momento. Já li na velha mídia comentários segundo os quais a revista "acabou" com as pretensões da presidenta e seus ministros no sentido de captar a confiança de investidores estrangeiros etc. Pobre velha mídia! Pobre de espírito, quero dizer.
Para encerrar, uma pérola da revista. Diz a matéria, à guisa de conclusão: "No prazo de um ano, a Sra. Rousseff tem pela frente uma eleição na qual vai buscar obter um segundo mandato de quatro anos. No seu dossiê, até aqui, os eleitores brasileiros têm poucas razões para concedê-los". Isto é, claro, se os eleitores fossem os editorialistas da revista. Quanto ao resto da população, segundo as últimas pesquisas, ainda falta combinar com ela."
FONTE: escrito por Flávio Aguiar, correspondente internacional da "Carta Maior" em Berlim, Alemanha. Artigo publicado no site "Carta Maior" (http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=6304). [Imagem do google e aspas adicionadas por este blog 'democracia&política'].
"A revista "The Economist" voltou à carga com uma "reportagem" - na verdade uma matéria pretensamente objetiva mas densamente editorializada - segundo a qual quase tudo no Brasil é um imenso e grande fracasso sob o governo da presidenta Dilma Rousseff. Tudo? Não! Salva-se o setor privado, é claro.
Por Flávio Aguiar
Faz tempo que a revista "The Economist" está empenhada em "deseleger" a presidenta Dilma Rousseff em 2014.
Agora, voltou à carga, com uma "reportagem" – na verdade uma matéria pretensamente objetiva mas densamente editorializada – com o título "O futuro do Brasil: o Brasil acabou com ele?".
Para a matéria, quase tudo no Brasil é um imenso e grande fracasso, sob o governo da presidenta. Tudo? Não! Salva-se "o setor privado", é claro, sobretudo "o agrário-exportador" (saudades da República Velha...). Citam-se, como aspectos positivos, também a expectativa de que o Brasil se torne um exportador de petróleo em 2020 (mas sem estatismos, faz favor...) e a situação privilegiada do país em matéria de pesquisas de biotecnologia, engenharia genética, prospecção de petróleo em águas profundas e tecnogia em derivados do petróleo. Ah sim, "last but not least", uma classe média em expansão.
Quais são os males, então?
Ora, a ladainha de sempre: "excesso de intervenção do estado", "excesso de impostos", um "sistema de aposentadorias excessivamente generoso" (!) (os pensionistas do INSS agradecem), uma "infraestrutura rotten", isto é, literalmente, "podre". O "intervencionismo" chegou a tal ponto que a presidenta chegou a obrigar o presidente do Banco Central a "slashing interest rates" – "reduzir brutalmente as taxas de juro" (o tempora, o mores!). A revista vai ao ponto de insinuar, descaradamente, que o mal do país se chama Dilma Rousseff...
Quais são as soluções? Ora, a lenga-lenga também de sempre que não dá certo em lugar nenhum do mundo, "diminuir impostos", "favorecer a competitividade de empresas estrangeiras", "encolher o governo", "reduzir ministérios" etc. Enfim, é o receituário [aqui adotado por FHC/PSDB/DEM com apoio da mídia direitista] que vem destruindo grandes partes da Europa.
O comportamento da revista é, evidentemente, de espírito neocolonial, com os sabichões do primeiro mundo "ditando" o que os outros devem fazer – "os outros", isto é, "nós", os pobres coitados que continuamos a ser pobres coitados.
Seria apenas cômico, se não houvesse gente que acreditasse na eficácia de tais pregações em nossos próprios pagos, como se fossem Bíblias ou exemplares do Corão a ditar as rezas do momento. Já li na velha mídia comentários segundo os quais a revista "acabou" com as pretensões da presidenta e seus ministros no sentido de captar a confiança de investidores estrangeiros etc. Pobre velha mídia! Pobre de espírito, quero dizer.
Para encerrar, uma pérola da revista. Diz a matéria, à guisa de conclusão: "No prazo de um ano, a Sra. Rousseff tem pela frente uma eleição na qual vai buscar obter um segundo mandato de quatro anos. No seu dossiê, até aqui, os eleitores brasileiros têm poucas razões para concedê-los". Isto é, claro, se os eleitores fossem os editorialistas da revista. Quanto ao resto da população, segundo as últimas pesquisas, ainda falta combinar com ela."
FONTE: escrito por Flávio Aguiar, correspondente internacional da "Carta Maior" em Berlim, Alemanha. Artigo publicado no site "Carta Maior" (http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=6304). [Imagem do google e aspas adicionadas por este blog 'democracia&política'].
2 comentários:
THE ECONOMIST é revista séria e está certa:a adminsitração Dilma ´pe fraca.
Família Bittencourt,
Tradicionalmente, a The Economist serve seriamente aos interesses dos grandes conglomerados financeiros e econômicos internacionais e ao neoliberalismo, que a eles é mais conveniente. A revista ataca quem não estiver em total consonância com esses interesses.
Maria Tereza
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