Por DIOGO SAMPAIO, no "Brasil 247"
"Olho para os lados e percebo que o Brasil está crescendo. Contraditoriamente, todos os dias vejo, leio ou ouço nos jornais somente notícias ruins acerca do Brasil.
Afinal, como está o nosso país? Até a alguns anos atrás, regozijávamos com o privilégio de sediar os grandes eventos internacionais. Além disso, superávamos imensos problemas estruturais e nossa autoestima crescia, acreditando que o melhor do Brasil é o brasileiro. Mas, de um tempo para cá, me parece que o sentimento mudou, a alegria acabou e a revolta e a intolerância tomaram conta da opinião pública. E quais foram os fatos que redundaram nessa mudança de rumo, nesse cenário de fim de festa?
Esta semana, fui fazer compras no Brás e José Paulino e me deparei com inúmeras lojas apresentando cartazes admitindo trabalhadores: costureiras, vendedores, balconistas, enfim, diversas ocupações no ramo têxtil, comércio e serviços. Isso sem contar a imensidão de pessoas que trombei nas ruas com sacolas sendo carregadas pelos braços, ombros, mãos e cabeça. Ainda, tive a oportunidade de ficar um bom tempo na fila de espera às 15 horas num restaurante tradicional da Luz com pratos exóticos sendo comercializados a R$ 60,00 por pessoa; finalizei o dia acompanhado de enorme quantidade de carros na saída do centro de São Paulo: o relógio marcava 19 horas e eu ainda estava preso no engarrafamento. Ao trafegar bem devagar pelas ruas da cidade, por onde eu passava observava incontáveis prédios em construção, verdadeiros arranha-céus, demonstrando que o setor da construção civil não dá folga para ninguém. E temendo chegar em casa de madrugada, fiquei ainda meia hora num estacionamento de um shopping da cidade procurando uma vaga para estacionar, concluindo num encontro gostoso com outro contingente de pessoas nas lojas e na praça de alimentação.
Essa situação me aponta a uma breve conclusão: vivemos um tempo de emprego sobrando, com pessoas comprando à vontade, obras por todos os lados, sendo a minoria inacabada, carros por todos os lados, pessoas efetivamente melhorando de vida, PIB em crescimento e inflação controlada a 5% ao ano de média. Empresários lucrando horrores e pessoas pobres sendo minimamente protegidas, valorizadas e acompanhadas. Mas é claro que existe muito mais a ser feito, principalmente em virtude dos enormes desafios e da dívida histórica do país com as classes subalternas, revés oriundo das escolhas equivocadas do estado brasileiro ao longo de sua trajetória.
É evidente que problemas estruturais ainda necessitam ser resolvidos, como a insegurança advinda do modo de produção capitalista altamente voraz e competitivo, e uma herança secular de desresponsabilização do estado e dos agentes públicos quanto à execução das políticas públicas e o trato da coisa pública, culminando no que a opinião pública cotidianamente papagueia como corrupção.
A verdade é que eu olho para os lados e percebo que o Brasil está crescendo, principalmente se volto meu olhar aos anos passados. Contraditoriamente, todos os dias vejo, leio ou ouço nos jornais somente notícias ruins acerca do Brasil. Percebo um esforço deliberado de parte da mídia para infiltrar na mente do brasileiro uma sensação de mal-estar em relação ao país, uma sensação de crise que na verdade não vislumbramos no cotidiano. Todos os dias, são repetidas manchetes apocalípticas em relação ao nosso país, se há algo de bom, são evidenciados os erros, equívocos, omissões, ou até inverdades. São sujeitos que não amam o país e tampouco as pessoas que aqui vivem. Esses arautos do mau agouro fazem um verdadeiro desserviço à nação e precisam ter suas ações regulamentadas e fiscalizadas em decorrência do uso irresponsável dos meios de comunicação. Não preconizo jamais a censura, mas, a busca por uma comunicação que efetivamente esclareça as pessoas, emancipe e fortaleça principalmente as camadas subalternas.
Tenho a convicção de que esse esforço midiático corresponde aos interesses de diversos barões do empresariado e do agronegócio, buscando lograr seus interesses no fatídico outubro de 2014; jamais os anseios e necessidades dos que lutam pela sobrevivência no adverso cotidiano da vida, esse povo que sofre no dia a dia o suor do trabalho na luta pelo pedaço de chão, pela renda para manutenção da família e pela dignidade de olhar os demais de cabeça erguida.
Caríssimos, o despertar do gigante é imperativo, mas, contra as forças que aprisionaram nossa nação em praticamente 500 anos de história, não contra os que sofrem e já foram humilhados demais por tanto tempo."
FONTE: escrito por DIOGO SAMPAIO, no "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/139627/Contradi%C3%A7%C3%B5es-acerca-do-nosso-Brasil.htm).
"Olho para os lados e percebo que o Brasil está crescendo. Contraditoriamente, todos os dias vejo, leio ou ouço nos jornais somente notícias ruins acerca do Brasil.
Afinal, como está o nosso país? Até a alguns anos atrás, regozijávamos com o privilégio de sediar os grandes eventos internacionais. Além disso, superávamos imensos problemas estruturais e nossa autoestima crescia, acreditando que o melhor do Brasil é o brasileiro. Mas, de um tempo para cá, me parece que o sentimento mudou, a alegria acabou e a revolta e a intolerância tomaram conta da opinião pública. E quais foram os fatos que redundaram nessa mudança de rumo, nesse cenário de fim de festa?
Esta semana, fui fazer compras no Brás e José Paulino e me deparei com inúmeras lojas apresentando cartazes admitindo trabalhadores: costureiras, vendedores, balconistas, enfim, diversas ocupações no ramo têxtil, comércio e serviços. Isso sem contar a imensidão de pessoas que trombei nas ruas com sacolas sendo carregadas pelos braços, ombros, mãos e cabeça. Ainda, tive a oportunidade de ficar um bom tempo na fila de espera às 15 horas num restaurante tradicional da Luz com pratos exóticos sendo comercializados a R$ 60,00 por pessoa; finalizei o dia acompanhado de enorme quantidade de carros na saída do centro de São Paulo: o relógio marcava 19 horas e eu ainda estava preso no engarrafamento. Ao trafegar bem devagar pelas ruas da cidade, por onde eu passava observava incontáveis prédios em construção, verdadeiros arranha-céus, demonstrando que o setor da construção civil não dá folga para ninguém. E temendo chegar em casa de madrugada, fiquei ainda meia hora num estacionamento de um shopping da cidade procurando uma vaga para estacionar, concluindo num encontro gostoso com outro contingente de pessoas nas lojas e na praça de alimentação.
Essa situação me aponta a uma breve conclusão: vivemos um tempo de emprego sobrando, com pessoas comprando à vontade, obras por todos os lados, sendo a minoria inacabada, carros por todos os lados, pessoas efetivamente melhorando de vida, PIB em crescimento e inflação controlada a 5% ao ano de média. Empresários lucrando horrores e pessoas pobres sendo minimamente protegidas, valorizadas e acompanhadas. Mas é claro que existe muito mais a ser feito, principalmente em virtude dos enormes desafios e da dívida histórica do país com as classes subalternas, revés oriundo das escolhas equivocadas do estado brasileiro ao longo de sua trajetória.
É evidente que problemas estruturais ainda necessitam ser resolvidos, como a insegurança advinda do modo de produção capitalista altamente voraz e competitivo, e uma herança secular de desresponsabilização do estado e dos agentes públicos quanto à execução das políticas públicas e o trato da coisa pública, culminando no que a opinião pública cotidianamente papagueia como corrupção.
A verdade é que eu olho para os lados e percebo que o Brasil está crescendo, principalmente se volto meu olhar aos anos passados. Contraditoriamente, todos os dias vejo, leio ou ouço nos jornais somente notícias ruins acerca do Brasil. Percebo um esforço deliberado de parte da mídia para infiltrar na mente do brasileiro uma sensação de mal-estar em relação ao país, uma sensação de crise que na verdade não vislumbramos no cotidiano. Todos os dias, são repetidas manchetes apocalípticas em relação ao nosso país, se há algo de bom, são evidenciados os erros, equívocos, omissões, ou até inverdades. São sujeitos que não amam o país e tampouco as pessoas que aqui vivem. Esses arautos do mau agouro fazem um verdadeiro desserviço à nação e precisam ter suas ações regulamentadas e fiscalizadas em decorrência do uso irresponsável dos meios de comunicação. Não preconizo jamais a censura, mas, a busca por uma comunicação que efetivamente esclareça as pessoas, emancipe e fortaleça principalmente as camadas subalternas.
Tenho a convicção de que esse esforço midiático corresponde aos interesses de diversos barões do empresariado e do agronegócio, buscando lograr seus interesses no fatídico outubro de 2014; jamais os anseios e necessidades dos que lutam pela sobrevivência no adverso cotidiano da vida, esse povo que sofre no dia a dia o suor do trabalho na luta pelo pedaço de chão, pela renda para manutenção da família e pela dignidade de olhar os demais de cabeça erguida.
Caríssimos, o despertar do gigante é imperativo, mas, contra as forças que aprisionaram nossa nação em praticamente 500 anos de história, não contra os que sofrem e já foram humilhados demais por tanto tempo."
FONTE: escrito por DIOGO SAMPAIO, no "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/139627/Contradi%C3%A7%C3%B5es-acerca-do-nosso-Brasil.htm).
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