Marina Silva e PSB: quem engole quem?
Do "Jornal GGN":
"Sai nesta semana a decisão sobre quem o PSB lançará como candidato a presidente no lugar de Eduardo Campos, morto em acidente aéreo no último dia 13. Marina Silva é a favorita pelo recall que tem junto ao eleitorado desde a eleição de 2010.
Mas Marina, desde que ingressou no PSB, deixou claro que esse arranjo é provisório. Dura até que a "Rede Sustentabilidade" saia do papel. Diante do impasse sobre o futuro da chapa em 2014, fica a pergunta: será que o PSB vai conseguir impôr todas as suas condições à Marina e se consagrar como o partido representativo da terceira via no país, ou a figura Marina Silva vai se sobressair sobre o PSB?
O PSB vai engolir Marina Silva ou será Marina Silva que acabará engolindo o PSB?
Por Benedito Tadeu César, no "Sul 21"
"Marina Silva é uma inquilina instalada no condomínio político do PSB. Ingressou no partido porque não conseguiu reunir o número necessário de assinaturas para registrar a "Rede Sustentabilidade", o partido que busca ainda criar. Desde o momento de sua filiação ao PSB, Marina Silva deixou claro que não abandonaria o empenho em fundar a "Rede" e que se transferiria para ela quando o registro do seu partido fosse, finalmente, concretizado.
Coadjuvante do PT no governo federal e em vários governos estaduais durante muitos anos, há algum tempo o PSB vem tentando se viabilizar como a terceira força política no país, capaz de quebrar a polaridade atualmente existente entre PT e PSDB. A candidatura de Eduardo Campos era o início da concretização desse projeto. Com pouca chance de vitória em 2014, Eduardo Campos se qualificaria como uma alternativa real de poder em 2018, com grande chance de vencer as eleições daquele ano e levar o PSB à presidência da República.
Sem outro nome com projeção e peso eleitoral para apresentar à disputa, em substituição a Eduardo Campos, o PSB está diante do impasse de lançar Marina Silva à presidência da República e ver crescerem as chances de vencer a eleição e, ao mesmo tempo, vencendo ou não a eleição, de ter de abandonar a meta de chegar, como partido, ao poder federal e se consolidar como a força política capaz de romper a hegemonia PT/PSDB.
Marina Silva, por seu turno, beneficiada também pela comoção causada pela morte de Eduardo Campos, vê-se diante do impasse de se tornar uma candidata com chance real de vitória, caso assuma os compromissos e as alianças políticas estabelecidas por Eduardo Campos, e, ao mesmo tempo, se descaracterizar como uma “política nova” e “não ortodoxa”, que busca caminhos diferentes dos atualmente trilhados pelos políticos brasileiros. Se o fizer, poderá se descaracterizar diante de seus admiradores e, com isso, perder votos e apoios de suas antigas bases eleitorais e partidárias.
Por fim, a grande mídia, com seu poder de influência, vem se empenhando em fazer com que o PSB consagre Marina Silva como candidata à presidência da República, por considerar que sua candidatura tem condições de garantir que a eleição seja levada ao segundo turno [em benefício de Aécio Neves]. Nessa posição, no entanto, a grande mídia poderá correr o risco de ser atropelada pelas decisões dos eleitores, os quais, optando em maior número por Marina Silva do que por Aécio Neves, podem fazer com que ela e não ele chegue ao segundo turno. O crescimento futuro de Marina Silva poderá, ainda, colocar as "Organizações Globo" e a "Rede Record", em campos políticos opostos, já que Marina Silva, por ser evangélica, será a candidata preferencial da "Rede Record", enquanto Aécio Neves já é o candidato preferido das 'Organizações Globo'."
FONTE: escrito por Benedito Tadeu César, no "Sul 21". Transcrito e comentado no "Jornal GGN" (http://jornalggn.com.br/noticia/marina-silva-e-psb-quem-engole-quem).
Mas Marina, desde que ingressou no PSB, deixou claro que esse arranjo é provisório. Dura até que a "Rede Sustentabilidade" saia do papel. Diante do impasse sobre o futuro da chapa em 2014, fica a pergunta: será que o PSB vai conseguir impôr todas as suas condições à Marina e se consagrar como o partido representativo da terceira via no país, ou a figura Marina Silva vai se sobressair sobre o PSB?
O PSB vai engolir Marina Silva ou será Marina Silva que acabará engolindo o PSB?
Por Benedito Tadeu César, no "Sul 21"
"Marina Silva é uma inquilina instalada no condomínio político do PSB. Ingressou no partido porque não conseguiu reunir o número necessário de assinaturas para registrar a "Rede Sustentabilidade", o partido que busca ainda criar. Desde o momento de sua filiação ao PSB, Marina Silva deixou claro que não abandonaria o empenho em fundar a "Rede" e que se transferiria para ela quando o registro do seu partido fosse, finalmente, concretizado.
Coadjuvante do PT no governo federal e em vários governos estaduais durante muitos anos, há algum tempo o PSB vem tentando se viabilizar como a terceira força política no país, capaz de quebrar a polaridade atualmente existente entre PT e PSDB. A candidatura de Eduardo Campos era o início da concretização desse projeto. Com pouca chance de vitória em 2014, Eduardo Campos se qualificaria como uma alternativa real de poder em 2018, com grande chance de vencer as eleições daquele ano e levar o PSB à presidência da República.
Sem outro nome com projeção e peso eleitoral para apresentar à disputa, em substituição a Eduardo Campos, o PSB está diante do impasse de lançar Marina Silva à presidência da República e ver crescerem as chances de vencer a eleição e, ao mesmo tempo, vencendo ou não a eleição, de ter de abandonar a meta de chegar, como partido, ao poder federal e se consolidar como a força política capaz de romper a hegemonia PT/PSDB.
Marina Silva, por seu turno, beneficiada também pela comoção causada pela morte de Eduardo Campos, vê-se diante do impasse de se tornar uma candidata com chance real de vitória, caso assuma os compromissos e as alianças políticas estabelecidas por Eduardo Campos, e, ao mesmo tempo, se descaracterizar como uma “política nova” e “não ortodoxa”, que busca caminhos diferentes dos atualmente trilhados pelos políticos brasileiros. Se o fizer, poderá se descaracterizar diante de seus admiradores e, com isso, perder votos e apoios de suas antigas bases eleitorais e partidárias.
Por fim, a grande mídia, com seu poder de influência, vem se empenhando em fazer com que o PSB consagre Marina Silva como candidata à presidência da República, por considerar que sua candidatura tem condições de garantir que a eleição seja levada ao segundo turno [em benefício de Aécio Neves]. Nessa posição, no entanto, a grande mídia poderá correr o risco de ser atropelada pelas decisões dos eleitores, os quais, optando em maior número por Marina Silva do que por Aécio Neves, podem fazer com que ela e não ele chegue ao segundo turno. O crescimento futuro de Marina Silva poderá, ainda, colocar as "Organizações Globo" e a "Rede Record", em campos políticos opostos, já que Marina Silva, por ser evangélica, será a candidata preferencial da "Rede Record", enquanto Aécio Neves já é o candidato preferido das 'Organizações Globo'."
FONTE: escrito por Benedito Tadeu César, no "Sul 21". Transcrito e comentado no "Jornal GGN" (http://jornalggn.com.br/noticia/marina-silva-e-psb-quem-engole-quem).
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