quinta-feira, 11 de agosto de 2011
A CRISE NOS PAÍSES RICOS É OPORTUNIDADE PARA PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO?
INTENSA LUZ NO FIM DO TÚNEL
Por Ernesto Lozardo
“Os elevados déficits orçamentários e da dívida pública, conjugados com a fragilidade de regulação e de fiscalização do sistema financeiro, causaram a crise maior econômica e fiscal deste século.
Porém, a expressiva expansão fiscal e monetária desses países para evitar depressão econômica inviabilizou a retomada do crescimento e do emprego por um longo período de tempo.
O mundo globalizado não se restringe aos países desenvolvidos. Dele fazem parte os emergentes, que passaram a ter importância na prosperidade de todas as sociedades. As economias e os mercados financeiros tornaram-se mais interdependentes e mais interconectados, mas a crise dos desenvolvidos não arrastou os emergentes.
A globalização, como processo de amplas oportunidades para o crescimento da riqueza nacional, do emprego e da inovação econômica e financeira das nações, requer a existência de estruturas econômicas, financeiras e fiscais eficientes tanto dos países do Primeiro Mundo como dos emergentes.
Segundo o presidente do banco central dos Estados Unidos, Ben Bernanke, a causa da crise foi o excesso da poupança dos países asiáticos e dos árabes produtores de petróleo. Os emergentes passaram a ser os vilões da crise, causando excesso de liquidez e queda prolongada da taxa de juros, tanto nos Estados Unidos como nos países da zona do euro, acelerando a demanda de consumo.
Uma releitura dessa premissa por linhas retas significa dizer que os emergentes não podem ter excesso de poupança ou de reservas internacionais, pois eles causam crises financeiras e fiscais nos países desenvolvidos. Dá para acreditar? Como se diz no interior paulista: isso é história para boi dormir.
Na falta de poupança interna para financiar as demandas por investimentos, os Estados Unidos acumularam déficit de 4,5% do PIB na conta corrente do balanço de pagamentos. Soma-se a esse déficit o de natureza fiscal, que passou de 40% para 90% do PIB em menos de uma década, e as famílias aumentaram suas dívidas em quase duas vezes o valor da renda disponível.
Desde o início dos anos 1980, os governos dos Estados Unidos, exceto o de Bill Clinton, buscaram financiar o consumo interno com recursos dos produtores de petróleo e da poupança asiática.
Nada de mal nisso, mas ocorreu que tanto o sistema financeiro e a política fiscal dos Estados Unidos e dos países da zona do euro não se ativeram ao aprofundamento dos desequilíbrios fiscais e do despreparo do sistema financeiro para conviver com período de excesso de liquidez global.
O fato é que, de um lado, os países desenvolvidos não estão estruturalmente preparados para enfrentar globalização dos fluxos de recursos e de comércio e, de outro, não há sistema financeiro internacional adequado às complexidades do capitalismo deste século.
Importa salientar que a crise financeira e fiscal dos países desenvolvidos ocorreu não por conta do excesso de liquidez dos países emergentes, mas pela escassez de medidas prudenciais no sistema financeiro internacional.
Essa crise será mais longa do que se imaginou. No entanto, ao longo dos próximos cinco anos, será construído novo sistema financeiro internacional, para colocar em marcha a expansão do comércio e o aprofundamento do capitalismo: novas medidas prudenciais de endividamento, maior rigor no controle e na fiscalização de operações financeiras bancárias e limites na irresponsabilidade fiscal de governos do Primeiro Mundo.
No final desse período, provavelmente a partir de 2016, o mundo estará vivendo nova realidade. Um cenário mais favorável ao crescimento e ao emprego nos países desenvolvidos. Os países emergentes estarão desfrutando de elevado nível de prosperidade: terão reduzido a pobreza e melhorado a distribuição de renda; estarão mais competitivos e plenamente integrados na economia global. A partir desse período, o mundo estará revivendo os "anos dourados" do crescimento, que ocorreram durante as décadas de 1950 e 1970.”
FONTE: escrito por Ernesto Lozardo, professor de economia da EAESP-FGV e autor do livro "Globalização: A Certeza Imprevisível das Nações" (Editora do Autor, 2008). Publicado na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0608201107.htm) [imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].
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3 comentários:
Nada como um dia-após-o-outro (e uma noite no meio), pois na vida tudo é passageiro (menos o cobrador e o motorista), porque eles passarão (e eu passarinho).
10/08/2011: Miami desenha estratégias para aumentar negócios com Brasil
Miami - O estado da Flórida, nos Estados Unidos, quer aumentar os negócios com o Brasil, seu principal parceiro comercial da América Latina, e delineou seis estratégias para atrair empresas brasileiras que poderiam fomentar as oportunidades de emprego e revitalizar a economia local.
http://noticias.bol.uol.com.br/internacional/2011/08/10/miami-desenha-estrategias-para-aumentar-negocios-com-brasil.jhtm
16/06/2011: Embaixador sugere que espanhóis busquem trabalho no Brasil
Segundo o embaixador do Brasil na Espanha, há "muitas" oportunidades porque "a situação econômica é muito propícia"
Salamanca - O embaixador do Brasil na Espanha, Paulo César de Oliveira, disse nesta quinta-feira que os espanhóis podem ir ao seu país em busca de trabalho e destacou que há "muitas" oportunidades porque "a situação econômica é muito propícia".
O Brasil "precisa muito" do trabalho dos espanhóis, disse o diplomata
http://exame.abril.com.br/economia/brasil/noticias/embaixador-sugere-que-espanhois-busquem-trabalho-no-brasil
Probus,
As relações com o Brasil estão mudando. Em geral para melhor. Às vezes, não tanto. A Embraer já se comprometeu a se instalar na Flórida para a fabricação do Super Tucano, caso vença a concorrência de fornecimento para a USAF. Até a Hillary Clinton faz lobby para a Embraer vencer. Certamente, ela não pensa no bem do Brasil.
Maria Tereza
Sim Maria Tereza, para melhor, por sermos uma nação hospitaleira, mesmo que na aparência, recebemos bem os argentinos, os portugueses os americanos, os espanhóis... mas, discriminamos os bolivianos e os paraguaios.
Certa vez eu disse no Portal LN que o BraZil era o país dos XENÓFOBOs e fui trucidado, não retiro uma vírgula do que eu falei. Antropologia, sociologia, psicologia, história, teologia e política não são meu forte, mas são os assuntos que eu mais estudei e pesquisei na vida, se sei ou entendi bem ou mal eu criei e adaptei aos meus dogmas e a minha filosofia de vida. Como observo o paulista e o carioca, nada mais RACISTA e XENÓFOBO que estes dois estados. Morei seis anos em São Paulo trabalhando numa Super Multi e mais uns quatro indo muito ao Rio, vê-se que o Rio recebe bem o turista de renda per capita mas, não o turista "made in BraSil" ou "Made in RIO"... Vê-se claramente o apartheid de suas praias, onde cada uma é de um nicho social e isso é terrível, não se vê isso no NORTE. Em Sampa então não é só Neo-Nazistas que abominam o Nordestino, o Negro, o Homossexual e o Asiático, até os nordestinos de São Paulo não gostam dos nordestino que chegam por lá. Vê-se claro o ELITISMO paulicéia. Conheço São Paulo MUITO bem, José Serra e FHC são a cara do dogmas paulistas.
Precisamos de mão-de-obra QUALIFICADA e não de CONCEITOs, eu temo por demais os conceitos sociais dos americanos e europeus, eles precisam se adaptar ao lado bom BraSil e não ao nosso abominável modo de ver as classes excluídas, já temos racistas e xenófobos por demais em nossas terras e isso é oriundo de lá, fomos miscigenados por europeus, só de cem anos para cá que advieram outras culturas e etnias. Vemos claramente o preconceito no nosso dia-a-dia. Mas será muito proveitosos tanto para a nossa nação como para os profissionais especializados se soubermos ser éticos e racionais em tempos que vemos mudando tanto.
Bom, tanto eu como você sabemos que quem mais ganha na EMBRAEX são os acionistas da Bolsa de New York e não, o Governo Federal. E, tanto a EMBRAEX tanto a HELIBRAX mais montam que fabricam e, o que compram de peças aqui são parceiros delas que apenas mais manufaturam que fabricam...
Esse papo da Hillary... Você acha que ela prefere vender os Texan II ou o Super Tucano? Não sei, eu amo o Super Tucano, ele nos é MUITO útil, é dentro da nossa capacidade e teatro, mas não o vejo como NOSSO e ele custa muito ainda para nós, três Super Tucanos compram dois caças-leve chineses ou dois russos, e isso é um absurdo. Lógico que a manutenção e a rusticidade deles prevalecem mas, se fossem aviões estratégicos, russos e chineses já teriam os seus. O Super Tucano é só um engodo da Hillary, penso eu.
Eu quero a EMBRAEX longe daqui de minhas terras e, se possível, que leve a HELIBRAX, sei muito bem o que está por trás do FX-2 e, não tem nada de patriota, que o diga Paulo Skaff, Luiz Marinho e Aloizio Mercadante. A Dilma que se cuide e o Celso Amorim que abra os olhos.
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