GABRIELLI: 'A LAVA JATO TEM MUITOS EXCESSOS'
"Ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli garante que não existe nada contra ele nas investigações sobre o esquema de corrupção de empreiteiras em contratos com a estatal e critica o que considera "excessos" da Operação Lava Jato. "O objeto da investigação, para mim, é um objeto que deve ser perseguido. No entanto, a operação tem excessos, que começam a ser corrigidos, por exemplo: prisão preventiva muito longa, ameaças familiares, usar a prisão para obter delação premiada. São métodos condenáveis num processo democrático normal e juridicamente correto. O STF está reconhecendo isso na medida em que liberou pessoas presas há muito tempo. É preciso reduzir os excessos"
Do "Bahia 247"
Ex-presidente da Petrobras e ex-secretário do Planejamento da Bahia, José Sérgio Gabrielli garante em entrevista ao jornal "Tribuna da Bahia" que não existe nada contra ele nas investigações da Polícia Federal sobre o esquema de corrupção de empreiteiras em contratos com a estatal e critica o que considera "excessos" da Operação Lava Jato, que desvendou a corrupção.
Abaixo os principais trechos e aqui a íntegra da entrevista.
Como o senhor está vendo essas investigações da Operação Lava Jato?
O objeto da investigação, pra mim, é um objeto que deve ser perseguido, e punido quem cometeu esses crimes. No entanto, a operação tem excessos, que começam a ser corrigidos, por exemplo: prisão preventiva muito longa, ameaças familiares, usar a prisão para obter delação premiada. São métodos condenáveis num processo democrático normal e juridicamente correto. O STF está reconhecendo isso na medida em que liberou pessoas presas há muito tempo. É preciso reduzir os excessos. Além do mais, existe uma exploração midiática muito grande. Uma investigação desse tipo tem que ser feita com mais sigilo. É uma investigação que, pela simples delação de alguns, você massacra midiaticamente quem é investigado sem sequer ter comprovação. Então, há um aproveitamento midiático muito intenso, que é negativo para um processo de investigação mais consistente. E por fim, há uma exploração política e eleitoral da oposição, que está tentando criar com esse fato um clima para generalizar um comportamento individual.
Como vê as delações premiadas feitas por empreiteiros e operadores do esquema de corrupção?
As delações premiadas devem ser investigadas e provadas. Até agora, tem pouca prova elementar que leve à identificação da acusação que foi feita aos empreiteiros principalmente. O que tem sido denunciado pelos empreiteiros, pelo ex-diretor da Petrobras e ex-gerente, o Barusco... é que eles têm dito que existia um esquema de corrupção entre empreiteiros e doleiros e funcionários da Petrobras, que funcionava fora dos registros internos da Petrobras. Tanto isso é verdade que, depois de cinco meses de intensa atividade para publicar o balanço, depois de contratação de dois escritórios para atuar especificamente sobre as denúncias, depois das investigações da PF, do MPF, do conjunto de investigação da imprensa, a Petrobras não consegue identificar exatamente o que aconteceu em termos da corrupção. Tanto é que no balanço passou uma régua geral. 3% de todos os contratos é considerado como potencialmente objeto de corrupção. Mas não há como comprovar que de 2004 a 2012 cada caso e o valor de cada tipo de ação.
Como é possível uma empresa ser lesada em mais de R$ 6 bilhões e seu presidente não saber de nada?
Da mesma maneira que todos os investigadores voltados para a denúncia, a auditoria interna, os auditores externos, a PF, o MPF, toda a imprensa não consegue identificar exatamente o que aconteceu e isso depois da denúncia. Como é que durante oito anos você vai identificar isso? É bom lembrar o volume das operações da Petrobras. De 2008 a 2012, a estatal deve ter investido mais de 300 bilhões de dólares, o que equivale a 600 bilhões de reais. Então estamos falando em coisa de 1% desse investimento total. Então, na operação do dia a dia é impossível de perceber esse tipo de questão. Não houve seis bilhões de roubo de uma vez só. A Petrobras tem anos em que tem 300 mil contratos. Não é algo que ocorre num contrato só.
Quem eram seus homens de confiança na empresa e qual a situação deles hoje?
Eram todos. Trabalhava com toda a Petrobras. Eu era uma pessoa jurídica. Na medida em que eu estava presidente, atuava com o conjunto da empresa. Todas as pessoas ao meu redor. Agora você trabalha com grau de confiança e descentralizando decisões senão não consegue funcionar. E se tem problemas inadequados em alguns, e são muito poucos os delatados, isso é individual e tem que ser punido individualmente.
Renato Duque e Paulo Roberto Costa chegaram com uma missão específica. Como era a sua relação com eles?
Missão específica você que está dizendo. Eles chegaram lá como diretores. Quando assumi uma diretoria eles já eram... O Renato Duque foi diretor comigo e o Paulo Roberto entrou antes de eu ser presidente. Eles chegaram como diretores e agiram como diretores. Se Paulo Roberto confessa que fez algo inadequado, ele vai responder por isso, não sou eu nem a Petrobras.
Que fim terá o seu partido após tantos casos de corrupção?
Como o senhor está vendo essas investigações da Operação Lava Jato?
O objeto da investigação, pra mim, é um objeto que deve ser perseguido, e punido quem cometeu esses crimes. No entanto, a operação tem excessos, que começam a ser corrigidos, por exemplo: prisão preventiva muito longa, ameaças familiares, usar a prisão para obter delação premiada. São métodos condenáveis num processo democrático normal e juridicamente correto. O STF está reconhecendo isso na medida em que liberou pessoas presas há muito tempo. É preciso reduzir os excessos. Além do mais, existe uma exploração midiática muito grande. Uma investigação desse tipo tem que ser feita com mais sigilo. É uma investigação que, pela simples delação de alguns, você massacra midiaticamente quem é investigado sem sequer ter comprovação. Então, há um aproveitamento midiático muito intenso, que é negativo para um processo de investigação mais consistente. E por fim, há uma exploração política e eleitoral da oposição, que está tentando criar com esse fato um clima para generalizar um comportamento individual.
Como vê as delações premiadas feitas por empreiteiros e operadores do esquema de corrupção?
As delações premiadas devem ser investigadas e provadas. Até agora, tem pouca prova elementar que leve à identificação da acusação que foi feita aos empreiteiros principalmente. O que tem sido denunciado pelos empreiteiros, pelo ex-diretor da Petrobras e ex-gerente, o Barusco... é que eles têm dito que existia um esquema de corrupção entre empreiteiros e doleiros e funcionários da Petrobras, que funcionava fora dos registros internos da Petrobras. Tanto isso é verdade que, depois de cinco meses de intensa atividade para publicar o balanço, depois de contratação de dois escritórios para atuar especificamente sobre as denúncias, depois das investigações da PF, do MPF, do conjunto de investigação da imprensa, a Petrobras não consegue identificar exatamente o que aconteceu em termos da corrupção. Tanto é que no balanço passou uma régua geral. 3% de todos os contratos é considerado como potencialmente objeto de corrupção. Mas não há como comprovar que de 2004 a 2012 cada caso e o valor de cada tipo de ação.
Como é possível uma empresa ser lesada em mais de R$ 6 bilhões e seu presidente não saber de nada?
Da mesma maneira que todos os investigadores voltados para a denúncia, a auditoria interna, os auditores externos, a PF, o MPF, toda a imprensa não consegue identificar exatamente o que aconteceu e isso depois da denúncia. Como é que durante oito anos você vai identificar isso? É bom lembrar o volume das operações da Petrobras. De 2008 a 2012, a estatal deve ter investido mais de 300 bilhões de dólares, o que equivale a 600 bilhões de reais. Então estamos falando em coisa de 1% desse investimento total. Então, na operação do dia a dia é impossível de perceber esse tipo de questão. Não houve seis bilhões de roubo de uma vez só. A Petrobras tem anos em que tem 300 mil contratos. Não é algo que ocorre num contrato só.
Quem eram seus homens de confiança na empresa e qual a situação deles hoje?
Eram todos. Trabalhava com toda a Petrobras. Eu era uma pessoa jurídica. Na medida em que eu estava presidente, atuava com o conjunto da empresa. Todas as pessoas ao meu redor. Agora você trabalha com grau de confiança e descentralizando decisões senão não consegue funcionar. E se tem problemas inadequados em alguns, e são muito poucos os delatados, isso é individual e tem que ser punido individualmente.
Renato Duque e Paulo Roberto Costa chegaram com uma missão específica. Como era a sua relação com eles?
Missão específica você que está dizendo. Eles chegaram lá como diretores. Quando assumi uma diretoria eles já eram... O Renato Duque foi diretor comigo e o Paulo Roberto entrou antes de eu ser presidente. Eles chegaram como diretores e agiram como diretores. Se Paulo Roberto confessa que fez algo inadequado, ele vai responder por isso, não sou eu nem a Petrobras.
Que fim terá o seu partido após tantos casos de corrupção?
Acho que o PT vai ressurgir dessas operações todas. Tenho participado dos encontros para a preparação do congresso do partido. Esse fim de semana existiram mais de 500 encontros no Brasil; aqui na Bahia vários; participei em Camaçari, sábado em Salvador, sábado em Serrinha novamente, então o partido tá ressurgindo e discutindo. E as questões centrais é que primeiro não há como aceitar o que a imprensa e a oposição tentam dizer, de que o PT é um partido corrupto. Pode ter tido comportamentos inadequados de poucos militantes do partido. No caso do Lava Jato, não tem nenhum filiado ao PT de fato envolvido com nada. O secretário-geral do PT está sendo acusado, mas está negando. O que se tem é a acusação de um criminoso que já mentiu uma vez e pode estar mentindo novamente.
Como vê as criticas de ex-aliados do PT ao governo, como Carlos Lupi e Marta Suplicy?
Eles estão tendo motivos políticos específicos. A Marta quer ser candidata a prefeita de São Paulo. Acho uma atitude muito desonesta com a história deles e com o que aconteceu no passado. Tanto o PDT tem uma história de problemas, e é preciso olhar essas histórias, como a Marta não pode dizer que ela foi construída e se tornou politicamente o que é com a expressão que tem dentro do PT. Ela tem que analisar com um pouco mais de distanciamento do que a mídia quer colocar neste momento. A história mostra que quem surfa na mídia não se dá bem ao longo prazo.
Até onde o senhor teve interferência na compra da refinaria da Pasadena?
Tive interferência como presidente e membro do Conselho. Antes de mais nada, é importante a gente ir para os fatos. A refinaria foi comprada numa estratégia definida em 1998, de buscar capacidade de refino no exterior pela Petrobras, que ia buscar e produzir muito petróleo pesado. E a refinaria, portanto, poderia ser usada para produzir diesel e óleo de aquecimento para o mercado americano. No momento que foi comprada, em 2006, foi uma boa compra. Significava boa estratégia. Há uma falsidade dizer que ela custava – olhando o passado como se comprasse empresa pelo valor do passado – 42 milhões e a Petrobras comprou por 360 milhões a metade dela. É uma acusação falsa, porque, primeiro, não custou 42 milhões ao sócio anterior. Era uma espécie de 'leasing', que na indústria se chama de 'tolling', aluguel da refinaria por um tempo e depois com direito de compra, que a parcela final foi 42 milhões... a refinaria foi comprada provavelmente em torno de 360 a 380 milhões de dólares pelo sócio que vendeu à Petrobras. Segundo, a Petrobras pagou 360 milhões por 50%, portanto, 100% representa 720 milhões de dólares. Dividido por cem mil barris de capacidade de destilação, isso dá 7,2 mil dólares por capacidade de destilação, por barril. Isso está entre 3,9 mil, que foi o menor preço de todas as transações ocorridas [no mundo] em 2006, e 19 mil que foi a máxima, valor de transações ocorridas em 2015. Ocorreram 11 transações com refinarias em 2006. Pasadena foi comprada por 7,2 mil num intervalo de 3,5 mil a 19 mil dólares. Então, comprou abaixo da média do valor de mercado. Então, não há como dizer que na compra teve prejuízo. Segundo problema, o voto do ministro José Jorge, do TCU, foi politicamente motivado, porque ele é um militante do PFL [DEM], foi presidente do PFL [DEM], foi ministro de FHC [PSDB], candidato a vice de Alckmin [PSDB], militante dos partidos de direita.
O caso foi politizado?
Com certeza sim. Ele (ministro José Jorge) inventou uma história de um prejuízo comparando o valor pago pela Petrobras depois do conflito judicial, com uma planilha de uma consultoria contratada da Petrobras, que fez 27 planilhas e entre essas, ele escolhe uma que custaria 186 milhões de dólares essa refinaria. A 186 milhões de dólares, isso é a metade do menor preço pago por refinaria em 2006, o que significa que não seria possível adquirir uma refinaria por esse valor. É uma hipótese, conjunto de hipóteses. Mas os valores variavam entre 94 milhões de dólares a 1 bilhão e 200 milhões. São 27 cenários diferentes. Ele escolhe um. Porque razão? Ele não responde. E não contextualiza. É um voto profundamente equivocado do ponto de vista técnico, politicamente motivado e cheio de inconsistências processuais que eu estou processando, que na minha defesa está se colocando.
Como economista, continua achando um bom negócio a compra da Pasadena?
Continuo achando que foi um bom negócio naquele momento. Passou por momento de dificuldade a partir da crise internacional de 2008 e com a redução da atividade econômica nos EUA. Ela volta a ter bons resultados a partir de 2013, porque tem uma segunda mudança importante nos EUA que é a expansão da produção do gás xisto, e a expansão de condensados e óleos leves em grande quantidade que permite que a refinaria seja abastecida por um óleo leve de boa qualidade, e possa utilizar isso de campos do Texas, com baixo custo de transporte. Viabiliza uma margem bastante significativa e é uma refinaria que tem margem positiva.
O que dizer das críticas da oposição de que o senhor estaria sendo blindado nesse processo para proteger Lula?
Não tem como ser blindado com toda a imprensa contra. Não há nenhum grande jornal que seja a meu favor. Acredito que os repórteres investigativos tenham acesso aos vazamentos, que devem ser intensos. Não tem como blindar. E a oposição está firme na atuação da CPI. A Operação Lava Jato não tem porque ter simpatia por mim. Estou sendo investigado mas não tem nada que me envolva diretamente. Não é blindagem. Só não existe nada que me envolva na Lava Jato. Tenho apenas essa discussão no TCU, sobre se a decisão da compra da Pasadena foi correta ou não foi correta, e estou sendo julgado por um voto politicamente motivado.
Recentemente, o senhor foi alvo de ofensas verbais durante um voo. Continua sendo alvo de agressão em locais públicos?
Isso ocorreu durante o processo eleitoral. Acredito que agora não. Há uma atitude de raiva do PT, principalmente pelos segmentos da classe média e de quem não votou em Dilma. Um comportamento antidemocrático, mais de ódio do que de racionalidade."
FONTE: do "Bahia 247"; transcrito no portal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/bahia247/179470/Gabrielli-'a-Lava-Jato-tem-muitos-excessos'.htm).
Como vê as criticas de ex-aliados do PT ao governo, como Carlos Lupi e Marta Suplicy?
Eles estão tendo motivos políticos específicos. A Marta quer ser candidata a prefeita de São Paulo. Acho uma atitude muito desonesta com a história deles e com o que aconteceu no passado. Tanto o PDT tem uma história de problemas, e é preciso olhar essas histórias, como a Marta não pode dizer que ela foi construída e se tornou politicamente o que é com a expressão que tem dentro do PT. Ela tem que analisar com um pouco mais de distanciamento do que a mídia quer colocar neste momento. A história mostra que quem surfa na mídia não se dá bem ao longo prazo.
Até onde o senhor teve interferência na compra da refinaria da Pasadena?
Tive interferência como presidente e membro do Conselho. Antes de mais nada, é importante a gente ir para os fatos. A refinaria foi comprada numa estratégia definida em 1998, de buscar capacidade de refino no exterior pela Petrobras, que ia buscar e produzir muito petróleo pesado. E a refinaria, portanto, poderia ser usada para produzir diesel e óleo de aquecimento para o mercado americano. No momento que foi comprada, em 2006, foi uma boa compra. Significava boa estratégia. Há uma falsidade dizer que ela custava – olhando o passado como se comprasse empresa pelo valor do passado – 42 milhões e a Petrobras comprou por 360 milhões a metade dela. É uma acusação falsa, porque, primeiro, não custou 42 milhões ao sócio anterior. Era uma espécie de 'leasing', que na indústria se chama de 'tolling', aluguel da refinaria por um tempo e depois com direito de compra, que a parcela final foi 42 milhões... a refinaria foi comprada provavelmente em torno de 360 a 380 milhões de dólares pelo sócio que vendeu à Petrobras. Segundo, a Petrobras pagou 360 milhões por 50%, portanto, 100% representa 720 milhões de dólares. Dividido por cem mil barris de capacidade de destilação, isso dá 7,2 mil dólares por capacidade de destilação, por barril. Isso está entre 3,9 mil, que foi o menor preço de todas as transações ocorridas [no mundo] em 2006, e 19 mil que foi a máxima, valor de transações ocorridas em 2015. Ocorreram 11 transações com refinarias em 2006. Pasadena foi comprada por 7,2 mil num intervalo de 3,5 mil a 19 mil dólares. Então, comprou abaixo da média do valor de mercado. Então, não há como dizer que na compra teve prejuízo. Segundo problema, o voto do ministro José Jorge, do TCU, foi politicamente motivado, porque ele é um militante do PFL [DEM], foi presidente do PFL [DEM], foi ministro de FHC [PSDB], candidato a vice de Alckmin [PSDB], militante dos partidos de direita.
O caso foi politizado?
Com certeza sim. Ele (ministro José Jorge) inventou uma história de um prejuízo comparando o valor pago pela Petrobras depois do conflito judicial, com uma planilha de uma consultoria contratada da Petrobras, que fez 27 planilhas e entre essas, ele escolhe uma que custaria 186 milhões de dólares essa refinaria. A 186 milhões de dólares, isso é a metade do menor preço pago por refinaria em 2006, o que significa que não seria possível adquirir uma refinaria por esse valor. É uma hipótese, conjunto de hipóteses. Mas os valores variavam entre 94 milhões de dólares a 1 bilhão e 200 milhões. São 27 cenários diferentes. Ele escolhe um. Porque razão? Ele não responde. E não contextualiza. É um voto profundamente equivocado do ponto de vista técnico, politicamente motivado e cheio de inconsistências processuais que eu estou processando, que na minha defesa está se colocando.
Como economista, continua achando um bom negócio a compra da Pasadena?
Continuo achando que foi um bom negócio naquele momento. Passou por momento de dificuldade a partir da crise internacional de 2008 e com a redução da atividade econômica nos EUA. Ela volta a ter bons resultados a partir de 2013, porque tem uma segunda mudança importante nos EUA que é a expansão da produção do gás xisto, e a expansão de condensados e óleos leves em grande quantidade que permite que a refinaria seja abastecida por um óleo leve de boa qualidade, e possa utilizar isso de campos do Texas, com baixo custo de transporte. Viabiliza uma margem bastante significativa e é uma refinaria que tem margem positiva.
O que dizer das críticas da oposição de que o senhor estaria sendo blindado nesse processo para proteger Lula?
Não tem como ser blindado com toda a imprensa contra. Não há nenhum grande jornal que seja a meu favor. Acredito que os repórteres investigativos tenham acesso aos vazamentos, que devem ser intensos. Não tem como blindar. E a oposição está firme na atuação da CPI. A Operação Lava Jato não tem porque ter simpatia por mim. Estou sendo investigado mas não tem nada que me envolva diretamente. Não é blindagem. Só não existe nada que me envolva na Lava Jato. Tenho apenas essa discussão no TCU, sobre se a decisão da compra da Pasadena foi correta ou não foi correta, e estou sendo julgado por um voto politicamente motivado.
Recentemente, o senhor foi alvo de ofensas verbais durante um voo. Continua sendo alvo de agressão em locais públicos?
Isso ocorreu durante o processo eleitoral. Acredito que agora não. Há uma atitude de raiva do PT, principalmente pelos segmentos da classe média e de quem não votou em Dilma. Um comportamento antidemocrático, mais de ódio do que de racionalidade."
FONTE: do "Bahia 247"; transcrito no portal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/bahia247/179470/Gabrielli-'a-Lava-Jato-tem-muitos-excessos'.htm).
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