terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

COMO O POVO CUBANO É AFETADO PELO BLOQUEIO DOS EUA?



Como o povo cubano é afetado pelo bloqueio dos EUA?

Da Telesur, traduzido por Roberto Bitencourt da Silva

Apesar da aproximação entre os EUA e Cuba, o bloqueio continua


"Em 7 de fevereiro, completaram-se 54 anos do mais longo bloqueio financeiro, econômico e comercial na história da humanidade: o bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba. Todos os setores da nação cubana têm sido afetados não só em questões econômicas, mas também em outros serviços básicos, como saúde, educação, tecnologia e turismo.

Em 7 de fevereiro de 1962, após o presidente dos Estados Unidos J.F.Kennedy suspender totalmente a quota de açúcar oriundo de Cuba, o governo dos EUA decretou, por ordem executiva presidencial, o embargo total sobre o comércio entre os EUA e Cuba.

Os danos humanos causados pelo bloqueio são inúmeros e a sua duração no tempo tem consistido em fato duríssimo e insustentável.

Quanto Cuba tem perdido economicamente?

O governo cubano informou que as multas aplicadas pelos EUA e sua atual gestão governamental alcançam cifras superiores a 11,5 bilhões de dólares. Por outro lado, as perdas monetárias totais devidas ao bloqueio atingem mais de 116 bilhões de dólares. Ademais, Cuba não pode exportar e importar livremente produtos e serviços com os EUA, utilizar o dólar nas transações financeiras internacionais, ter acesso ao crédito de bancos nos EUA, de suas subsidiárias em outros países e das instituições financeiras internacionais.

O status de país em desenvolvimento de Cuba faz sua economia depender quase inteiramente do comércio exterior: do capital e da tecnologia estrangeira, de crédito, investimentos e cooperação internacional para o seu progresso. Por isso, entre 1996 e 1998, o governo de Cuba tentou, aida que sem sucesso, estabelecer contratos com empresas europeias para a criação de parceria econômica na indústria do petróleo, mas não pôde ser realizada pelas novas condições resultantes da promulgação da Lei Helms Burton dos EUA e das pressões para que se retirassem da ilha, de acordo com o website cubana "Ecured".

Como o bloqueio tem afetado as áreas de saúde, alimentação e comunicações?

De acordo com o último relatório do governo cubano, estima-se que, desde o bloqueio, o setor da saúde perdeu cerca de 104 bilhões de dólares. Apenas entre maio de 2009 e abril de 2010, perdas de 15 milhões de dólares foram registradas na área da saúde pública. Somado a uma escassez de medicamentos destinados para tratamentos como câncer ou outros problemas, de curto e longo prazo, que prejudicam diretamente a população.

O governo cubano gasta um bilhão de dólares por ano para subsidiar arroz, café, carnes, grãos, massas, ovos, açúcar, sal, pão e outros alimentos em pequenas quantidades, que cada cubano recebe por mês, por preço inferior a três dólares. Enquanto que as crianças ainda recebem leite em pó e iogurte de soja, e dietas médicas destinadas aos doentes. Ainda assim, isso é insuficiente para satisfazer às necessidades do mês, de modo que os cubanos devem comprar alimentos não-subsidiados, representando um custo pesado para o seu salário mensal.

No tocante à educação, o impedimento ao mercado dos EUA afeta a compra de material escolar e a manutenção da rede escolar, por isso o governo cubano se vê obrigado a comprá-lo em países distantes da ilha, o que gera custos elevados. Problema que afeta gravemente ao intercâmbio científico, cultural e desportivo.

Por outro lado, a comunicação dos cubanos com os familiares fora da ilha é cara, porque o país não tem acesso à rede global de comunicações.

O setor dos transportes aéreo e terrestre também foi afetado. A aviação civil cubana perdeu, em média, nos últimos 4 anos, cerca de US$ 300.000. Enquanto o transporte terrestre encontra-se totalmente ultrapassado, devido ao bloqueio.

Mais de 70 por cento da população cubana nasceu sob o embargo. O atraso gerado pelo bloqueio em todas as áreas da vida dos cubanos é apenas o resultado de um bloqueio arbitrário, que viola completamente os direitos humanos e, também, o direito à autodeterminação política e econômica do povo cubano."

FONTE: da Telesur; traduzido por Roberto Bitencourt da Silva. Matéria disponível em: http://www.telesurtv.net/news/En-Claves-Como-afecta-al-pueblo-cubano-el-bloqueo-de-EE.UU.-20160205-0038.html. Transcrito no "Jornal GGN" (http://jornalggn.com.br/blog/roberto-bitencourt-da-silva/como-o-povo-cubano-e-afetado-pelo-bloqueio-dos-eua).

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