terça-feira, 18 de novembro de 2014

AÉCIO AINDA DEVE EXPLICAÇÕES SOBRE OS AEROPORTOS E SUAS RÁDIOS


Aeroporto em Cláudio (MG) construído com dinheiro público por Aécio Neves em fazenda de seu tio [próxima da fazenda de Aécio] quando era governador do estado

Aécio ainda deve explicações sobre aeroporto e suas rádios

"O jornalista Paulo Nogueira, fundador e diretor editorial do site de notícias e análises 'Diário do Centro do Mundo' lembra os seus leitores dos fatos que vieram à tona na campanha presidencial deste ano e aponta: "Não é porque a eleição acabou que Aécio está livre de explicações sobre coisas como o aeroporto e suas rádios". 

Segue a íntegra do artigo abaixo:

"O comportamento triunfal de Aécio na dupla derrota – perdeu no Brasil e em Minas nas eleições – é uma aberração. O que Aécio deveria fazer – além de dar expediente no Senado, coisa para a qual recebe um bom salário do contribuinte – é explicar tudo que ficou mal contado em sua campanha.

Primeiro, o aeroporto de Claudio [e o de Montezuma, também próximo a outras propriedades de Aécio]. Não é porque a mídia o poupou, e as eleições passaram, que esse caso está resolvido.

Não está.

Até aqui, ele não deu uma única explicação convincente [devida, pois foram neles despendidos muitos milhões de dinheiro público e seu uso tem sido particular da família Neves, segundo a imprensa]. O máximo que fez, na campanha, foi chamar Luciana Genro de leviana quando ela tocou no assunto.

Outro ponto vital que exige transparência são os meios de comunicação de propriedade da família Neves em Minas.

Em si, é um absurdo um político ter rádios, o que aliás a Constituição – teoricamente – proíbe.

A proibição é driblada por políticos de baixa taxa de escrúpulos com diversas gambiarras jurídicas de legalidade amoral. Uma delas é colocar um dono de araque na papelada. Outra é você constar na documentação não como dono, mas como "sócio".

Que os órgãos públicos não consigam impedir esse assalto à Constituição conta muito sobre o que Darcy Penteado definiu como o maior problema do Brasil: um pequeno grupo que trata de manter, a que preço for, mamatas e privilégios.

A questão das rádios de Aécio tem um complicador que ficou em aberto.

Quanto o governo de Minas, sob ele e depois sob seu pupilo Anastasia, colocou em publicidade nelas?

A "Folha" levantou esse ponto, mas – como tantas vezes ocorre com o jornal – frustrou os leitores ao não fazer o serviço completo.

A "Folha" simplesmente esqueceu o assunto...

Lembremos: no comando das verbas publicitárias de Minas, com Aécio estava a “voluntária” Andrea Neves.

Ela que trabalha muito sem ganhar nada, como disse Aécio, ao contrário do irmão de Dilma, Igor.

Segundo afirmou Aécio num debate, Igor “ganha muito para não trabalhar nada”.

Apenas depois das eleições o "Estadão" se dignou a ver como vivia Igor, o alegado "marajá". O jornal encontrou ali uma espécie de Mujica, um homem simples, dono de um carro velho numa cidadezinha do interior, avesso a qualquer coisa que o identifique com a irmã poderosa.

E mesmo assim, com uma infâmia dessas, Aécio ainda ousou falar em “desconstrução” como arma de campanha de Dilma – e não dele mesmo.

O debate em torno da “desconstrução”, aliás, é uma das maiores estupidezes da política nacional contemporânea.

Algum candidato “constrói” o adversário? Elogia-o, enche-o de palavras generosas?

Ora, faça-me o favor.

Marina, a coitadinha, já chegou dizendo que os adversários eram a “velha política” e ela a “nova”. O que é isso senão desconstruir?

Será uma decepção se o novo governo de Minas não trouxer à cena informações que permitam aos brasileiros conhecer melhor Aécio.

As rádios da família e o dinheiro público posto nela, por exemplo.

Há ainda um assunto particularmente complicado nos arredores de Aécio: o helicóptero com 450 quilos de pasta de cocaína de propriedade de um de seus maiores amigos, Perrela.

Ninguém é culpado pelo que os amigos fazem, é verdade. Mas a sociedade tem que, pelo menos, saber com clareza o que fazem os amigos diletos de candidatos à presidência.

Aécio, em suma, tem muita coisa a explicar antes de posar como um herói da República do alto de sua dupla derrota."

FONTE: do portal "Vermelho"  (http://www.vermelho.org.br/noticia/253666-6).[Trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

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