sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A ESTRATÉGIA JARBAS

Li hoje no site “Conversa Afiada” o seguinte texto postado originariamente no blog do Nassif:

Não é difícil entender as razões por trás da entrevista do senador Jarbas Vasconcellos à revista Veja.

Na entrevista ele acusa seu partido, o PMDB, de abrigar corruptos e lutar por cargos. Faltou explicar onde está a novidade.

No governo FHC, esse mesmo PMDB, tendo como pontas-de-lança o Ministro dos Transportes Eliseu Padilha e Gedel Vieira Lima, uma seleção enriquecida por Gilberto Miranda e outros notáveis, negociou cargos, benesses e massacrou Itamar Franco na convenção do partido. E os episódios ocorreram nos tempos em que Jarbas era dos grandes nomes do partido. É o mesmo PMDB de agora, com os mesmos personagens de antes.

O papel do PMDB e as formas de cooptá-lo fazem parte do know-how de governabilidade criado por FHC e apropriado por Lula. Então, qual a razão da indignação tardia de Jarbas? É aí que se entra na parte mais interessante da entrevista: a maneira como foi preparada.

Na semana passada Lula colocou o bloco de Dilma na rua. O fato veio acompanhado da divulgação das pesquisas de popularidade do governo, da constatação de que as medidas anticíclicas começam a dar certo, do encontro de prefeitos.

Esse início, aparentemente avassalador, assustou o PSDB. Serra ensaiou seu PAC contra a crise (cinco meses depois da crise deflagrada!). E, em reunião na casa de FHC, decidiu-se, de um lado, acirrar os ataques ao governo no Congresso, dificultando a aprovação de medidas. De outro, criar um fato político que contrabalançasse o jogo. Não havia denúncias à mão. As grandes denúncias ficaram no primeiro governo Lula. As denúncias-tapioca não pegam mais.

EM TEMPO:: Em entrevista ao Terra Magazine, reproduzida no portal Vermelho, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) reafirma as denúncias do senador Jarbas Vasconcelos.
Simon, entretanto, diz que a argumentação de Jarbas de querer discutir a corrupção dentro do PMDB se enfraquece no momento em que ele declara voto em Serra. Apoiar Serra, diz o senador gaúcho, é prestar um “desserviço” ao país.”

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