quinta-feira, 24 de junho de 2010

CERVEJARIA-ESCOLA DO SENAI JÁ FORMOU 540 ALUNOS DE VÁRIOS PAÍSES


“Desde que foi fundada em 1992, a cervejaria-escola do Centro de Tecnologia de Alimentos e Bebidas (CTS) do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em Vassouras (RJ) formou cerca de 540 alunos, brasileiros e estrangeiros, provenientes principalmente da Argentina, República Dominicana, do Panamá, da Guatemala, Bolívia, Venezuela, do Uruguai, Paraguai e Peru.

O coordenador da Área de Educação do CTS/Senai, José Gonçalves, destacou a importância do curso de cervejaria, que forma mão de obra qualificada. “É importante porque os processos estão cada vez mais automatizados. Você já tem uma boa formação interna no Brasil e não fica nada a dever a nenhum curso realizado lá fora. Há um custo mais baixo na formação dessa pessoa”.

A figura do mestre-cervejeiro, visto ainda no Brasil como um técnico, aumenta a competitividade das empresas. “A maior parte das empresas tem necessidade de mão de obra muito qualificada e você consegue hoje formar essa mão de obra aqui, numa instituição cem por cento nacional”, disse Gonçalves.

Para os empregados das cervejarias, o curso representa ganhos em termos salariais. “Algumas empresas têm, como norma, o aluno só poder seguir a carreira dentro da companhia se tiver passado por Vassouras”. Esse é também um pré-requisito para que funcionários da indústria cervejeira possam fazer cursos no exterior.

O funcionário da Cervejaria Amazônica, do Peru, Wagner Sepulveda Nuñez, é o único aluno estrangeiro da turma de 2010 da cervejaria-escola, em razão da realização de cursos fechados da unidade no exterior. “Vai incrementar meu conhecimento e vou poder, posteriormente, difundir mais conhecimento aos meus companheiros. Melhorar a qualidade do produto”, disse Nuñez. Ele não tem dúvida de que o aprendizado em Vassouras contribuirá para a sua ascensão na empresa. “O conhecimento está relacionado a salário. Quem sabe mais, recebe mais”.

A construção da cervejaria-escola em Vassouras envolveu investimentos de US$ 6 milhões e resultou de parceria com as cervejarias Antarctica, Brahma (atualmente juntas na Ambev) e Kaiser. O projeto foi apoiado pelo governo alemão, por meio da Secretaria de Comércio e Indústria da Baviera, além da fabricante alemã de equipamentos cervejeiros Krones e da Fundação Hans Seidel.

O curso tem oito professores para as turmas que, em média, são formadas por 30 a 35 alunos por ano. Este ano, a escola diversificou as turmas, deixando de atender apenas funcionários das grandes cervejarias e passando a formar técnicos de micro e médias empresas do setor.

O curso regular do CTS de Vassouras começa em março e tem a primeira etapa concluída até o fim de julho. A segunda fase começa em setembro e se estende até o fim de novembro.

O certificado do Senai é reconhecido pelo Ministério da Educação. De posse desse certificado, o aluno do Cetec consegue validar o diploma em outro país ou não passar por processos seletivos para frequentar novos cursos. As próprias empresas costumam enviar profissionais para especialização em Vassouras. A Quilmes, da Argentina, foi uma delas. Outro exemplo é a Cervejaria Nacional, da Bolívia.

Atualmente, os investimentos feitos pelo Senai para a manutenção da planta e a atualização dos equipamentos da cervejaria-escola chegam a cerca de R$ 300 mil por ano.”

FONTE: reportagem de Alana Gandra (Edição: Graça Adjuto) publicada pela Agência Brasil [imagem adicionada por este blog].

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