terça-feira, 6 de maio de 2008

“FINANCIAL TIMES” HOJE: “O BRASIL TERÁ MELHOR DESEMPENHO DO QUE A CHINA EM 2008”

O jornal inglês Financial Times de hoje (06/05), em artigo de Matthew Vincent publicado no site UOL Mídia Global, faz uma análise dos quatro países emergentes, Brasil, Rússia, Índia e China, também referidos pela sigla BRIC formada pela primeira letra de seus respectivos nomes.

O Brasil é destacado positivamente nessa análise. "Acredita-se que o Brasil terá melhor desempenho do que a China em 2008", afirma Michael Konstatinov, gerente de fundos da empresa alemã de seguros e serviços financeiros Allianz.

Transcrevo a primeira parte do texto, que pode ser lido na íntegra no site UOL:

CRESCIMENTO DOS BRICs JÁ ATRAI INVESTIDORES DE TODO O MUNDO

“Foi em novembro de 2001 que Jim O'Neill, um economista do Goldman Sachs, cunhou o termo atualmente usado para descrever o Brasil, a Rússia, a Índia e a China, países emergentes de rápido crescimento, no artigo econômico "Buiding Better Global Economic Brics" (algo como "Construindo Melhores Tijolos Econômicos Globais". Na criação do termo "Brics", o autor jogou com o homófono "bricks", ou tijolos).

Ele argumentou que, até o final da década, estas quatro economias poderiam representar mais de 10% do produto global bruto.

Em apenas seis anos, o banco de investimento reformulou drasticamente aquela previsão. Em novembro passado ele previu que a economia chinesa ultrapassaria a dos Estados Unidos por volta de 2027, que a Índia alcançaria a economia norte-americana até 2050 e que as quatro nações, como um grupo, superariam o G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) em 2032.

Assim, apesar de todo o recente debate a respeito da "desconexão" entre os mercados Bric e o Ocidente e a subseqüente "reconexão" durante a retração de crédito, estas são oportunidades de crescimento de capital de longo prazo que os gerentes financeiros - e os seus clientes - não podem ignorar.

A história do crescimento dos Brics já está circulando por todo o mundo. No ano passado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) calculou que os Brics e os mercados emergentes que eles estão ajudando a alimentar respondiam por 30% da economia global, e por 47% de todo o crescimento mundial - sendo a China o maior contribuidor, com o Brasil, a Rússia e a Índia não muito atrás.

Mas não são só as commodities e a produção industrial de baixo custo que estão impulsionando este crescimento. Segundo a Reuters, é na Índia e nas economias asiáticas emergentes que está instalado quase 26% do mercado global de serviços de tecnologia da informação, e esta percentagem está aumentando em um ritmo anual mais rápido do que os dos serviços de tecnologia da informação nos mercados desenvolvidos.

Esse crescimento é alimentado tanto pela demanda internacional quanto pela doméstica. As economias Bric ajudaram a expandir a fatia das exportações globais referente aos mercados emergentes de 20% em 1970 para 42% em 2006, de acordo com a revista "Professional Wealth Management".

Ao mesmo tempo, os fluxos de capital para os Brics e os mercados emergentes atingiram níveis recordes, e o Instituto de Finanças Internacionais anunciou que os investimentos estrangeiros diretos nestes países saltou de US$ 167,4 bilhões em 2006 para US$ 255,6 bilhões em 2007, em uma expansão de mais de 50%.

Na verdade, desde que o termo Brics surgiu pela primeira vez no léxico do setor de wealth management (administração de patrimônio e riqueza), os fluxos de investimentos têm alimentado os mercados de ações desses países emergentes.

De novembro de 2001 e novembro de 2007, o mercado de ações do Brasil cresceu 369%, o da Índia 499%, o da Rússia 630% e o da China 201%, caso se use como parâmetro o mercado de "A-shares", ou 817% pelo Hang Seng China Enterprise Index.

Com mercados de ações tão robustos, não é de se surpreender que os países Bric tenham respondido por 39% das ofertas públicas iniciais (IPOs) mundiais no ano passado, o que representa um aumento de 32% em relação a 2006.

Assim, para os investidores privados, a maneira mais óbvia de obter exposição a esses mercados é por meio dos fundos de ações ativamente administrados.

Michael Konstatinov, gerente de fundos da empresa alemã de seguros e serviços financeiros Allianz, afirma que os países do Bric estão exibindo sinais de desaceleração em 2008.

Ele argumenta que esses países continuarão sendo cruciais para o crescimento econômico global, com o Brasil alcançando o mais intenso crescimento econômico e a maior expansão das exportações, a Rússia compensando os menores fluxos de capitais com os elevados preços do petróleo, a Índia alavancada pelo maior consumo interno e a China mantendo índices de crescimento do produto interno bruto acima de 10%, graças aos preços flutuantes das suas commodities domésticas e os custos baratos de frete.

"Acredita-se que o Brasil terá melhor desempenho do que a China em 2008", afirma Konstantinov. "Acreditamos que isto deverá apoiar os preços dos ativos e especialmente o mercado de ações no Brasil, tornando o país menos vulnerável ao que ocorrer na economia global no ano que vem".

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