quinta-feira, 8 de maio de 2008

SEGUE A NOVELA DO ESTRANHO E RETOCADO “DOSSIÊ FHC”

O Jornal Nacional divulgou esta noite mais um capítulo. Foram descobertos mais dois integrantes do grupo (quadrilha?) que teria vazado para a revista Veja o conjunto de dados apelidado pela imprensa de “dossiê FHC”.

OS INTEGRANTES DO “GRUPO” DO VAZAMENTO

Um dos componentes do grupo já havia confessado. Foi o senador do PSDB Álvaro Dias. Antes, tentou fugir da responsabilidade, mas acabou confessando de modo eufêmico a sua participação. Em 02 de abril, este blog publicou um artigo que continha o seguinte trecho da Folha Online:

“O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse nesta quarta-feira (02/04) que recebeu o suposto dossiê elaborado por funcionários da Casa Civil com informações sobre gastos sigilosos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PDSB) com cartões corporativos. Dias, entretanto, não admitiu ser o responsável pelo vazamento do dossiê para a imprensa.

[Porém], em seguida, argumentou que a Constituição Federal permite que os parlamentares usem dados que chegam às suas mãos como acharem mais conveniente, inclusive para repassá-los para a imprensa. "Os senadores não são obrigados a prestar informações sobre o que recebem. Se um parlamentar vazou informações para a imprensa, o fez dentro das suas atribuições parlamentares", afirmou.”

O blog do Noblat postou esta noite (21h10) o seguinte texto:

“A perícia feita em seis computadores de funcionários da Casa Civil encontrou no disco rígido de um deles a troca de e-mails que conteria, em anexo, a planilha em Excel de 28 páginas com gastos sigilosos do casal FHC.

Os e-mails, segundo reportagem que acabou de ir ao ar no Jornal Nacional, trariam uma conversa entre José Aparecido Nunes Pires, empregado da Secretária de Controle Interno da Casa Civil, e André Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR).

(...) Em entrevista ao Jornal Nacional, Aparecido confirmou a troca de e-mails, mas negou que tivesse anexado algo neles. Depois voltou atrás e disse que teria anexado um texto de 10 a 12 páginas em um deles, mas que o texto nada tinha a ver com dossiê.

Álvaro Dias confirmou tudo. Disse que seu assessor recebeu via e-mail o dossiê e que Aparecido seria o culpado pelo vazamento. Inclusive, contou que André o autorizou a confirmar a história.”

POR QUE UM FERRENHO OPOSICIONISTA VAZARIA DADOS “ANTI FHC”?

Hipótese provável:

Inicialmente, os dados oficiais disponíveis na Casa Civil foram amputados (por tucanos e tucanófilos do Planalto e do Senado, por amizade pessoal e interesses escusos) em suas partes mais “desconfortáveis” para FHC e o PSDB. Inclusive, gastos extremamente exóticos e constrangedores já descobertos foram omitidos. Partindo das milhares de páginas de dados já levantados no trabalho oficial da Casa Civil, escolheram uns poucos triviais, somando apenas vinte e poucas páginas. Após “maquiados” para ficarem ainda mais anódinos, foram assim repassados pelo senador Álvaro Dias (PSDB) para serem divulgados pela Veja, com todo o cuidado editorial para não terem qualquer efeito nocivo contra o governo tucano-pefelento.

Assim fizeram com medo da negativa reação pública (que em algum momento ocorrerá) com a revelação da parte danosa contra FHC (dentre os seus gastos pessoais quando era presidente). Isso fez com que eles preparassem essa espécie de vacina preventiva. Isto é, que preparassem uma pequena dosagem de dados 'enfraquecidos', contendo somente as trivialidades não incriminadoras contra FHC e a ‘doutora’ Ruth.

Assim divulgados, o público não 'pegaria a doença antitucana' quando a completa e grave divulgação oficial dos dados dos cartões corporativos e “contas tipo B” de FHC viesse a ocorrer.

Por isso e dessa forma, o suave 'dossiê-vacina' foi antecipadamente revelado por Álvaro Dias para a revista Veja.

Além disso, a oposição planejou jogar na ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a culpa pela "elaboração e vazamento de dados 'sigilosos' contra FHC".

Por fim, com o grande apoio e pautados pela mídia, passaram a criar um grande espetáculo para o público, tentando colar 'culpas', de fazer 'dossiês' e de vazá-los, em assessores os mais próximos possíveis de Lula.

O FEITIÇO VIROU CONTRA O FEITICEIRO

Contudo, um mês e meio após, tudo se transformou numa grande trapalhada da oposição e o efeito foi totalmente diferente daquele por ela desejado. Dilma Rousseff ganhou com o evento um elevado prestígio político, a simpatia e a admiração popular. E a Polícia Federal está descobrindo todos os integrantes tucanos ou tucanófilos daquela operação.

Obviamente, assistiremos nas TVs e leremos nos jornais a tradicional parte cômica e de contorcionismos. A grande mídia vai dizer que o envolvido “x” foi amigo de Dirceu, ou que é sobrinho do tio do cunhado do irmão de Lula, ou que era filiado ao PT, ou que trabalha no mesmo prédio da Dilma e de Lula etc. Por exemplo, a UOL e o blog do Noblat (O Globo) publicaram esta noite a notícia com o seguinte título: “Aliado de Dirceu vazou o dossiê FHC”...

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