terça-feira, 1 de março de 2011

EDUCAÇÃO BRASILEIRA MELHOROU PARA OS MENOS FAVORECIDOS


ENTRE MENOS FAVORECIDOS É MAIOR A PERCEPÇÃO DE QUE EDUCAÇÃO BRASILEIRA MELHOROU

“Embora levantamento divulgado ontem (28) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) indique que mais da metade da população brasileira considera que a educação pública se manteve igual ou piorou nos últimos anos, o mesmo estudo revela que entre os grupos menos favorecidos, como os de menor renda e escolaridade, a percepção é de que houve, sim, melhoras significativas quanto à qualidade de ensino nos últimos anos.

Enquanto entre os que ganham até dois salários mínimos 49,5% dos entrevistados responderam que as condições hoje são melhores e apenas 19,3% acreditam que houve deterioração do ensino, entre os que ganham acima de 20 salários mínimos o percentual de quem aponta piora sobe para 29,3% e os que dizem que houve melhora baixa para 46,7%, índice ainda superior aos 43,4% observados entre os que recebem entre dez e 20 vezes o piso.

Segundo o coordenador de Educação do IPEA, Paulo Corbucci, a percepção da melhora é maior não apenas entre os que ganham menos e os negros, mas também entre quem vivem nas três regiões onde, historicamente, se concentram os piores indicadores educacionais do país: Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

“Nos últimos anos, os grupos menos favorecidos, como, por exemplo, os de renda mais baixa, tiveram melhora no acesso à educação, com melhores condições de ensino. Isso, obviamente, se reflete na percepção que essas pessoas têm em relação à qualidade”, afirmou Corbucci, citando a ampliação do acesso à educação básica e à superior, além da implementação de ações afirmativas, como a do sistema de cotas para o ingresso de negros na faculdade.

Embora a maioria dos entrevistados de todas as cinco regiões considerem que o nível de ensino melhorou nos últimos anos, no caso das regiões Sul e Sudeste a quantidade de pessoas que dizem ter havido melhora (respectivamente, 42,9% e 40%) é menor do que as que consideraram que a educação continua igual ou piorou. Nas outras três regiões, o percentual dos que consideram que o ensino melhorou ultrapassou os 54%, com destaque para a Região Centro-Oeste (62,9%).

A percepção da população é reforçada, em parte, em números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), sistema de avaliação que já havia apontado para a evolução positiva nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Fruto, possivelmente, da ampliação de investimentos.

“Nas regiões Sul e Sudeste, onde os níveis de Educação já eram mais elevados, a possibilidade de melhora é menor. Já nas regiões onde essas condições eram mais precárias, a [percepção] da melhora é maior”, afirma Corbucci, não descartando a possibilidade de, conforme aponta o estudo, “estar havendo estagnação ou diminuição do ritmo de avanço da qualidade da educação em regiões onde os índices, apesar de melhores, ainda são inferiores aos patamares internacionais”.

Já quando considerado o quesito cor ou raça dos entrevistados, as avaliações de entrevistados negros e pardos são mais positivas (50,9% de melhorou e 22,2% de piorou) que as dos brancos (46,4% e 26,6%, respectivamente). A percepção sobre a qualidade da educação também varia de acordo com a escolaridade dos entrevistados. Para 35,4% dos que têm nível superior completo ou pós-graduação, a educação piorou. Já entre aqueles que estudaram somente até os últimos anos do ensino fundamental (5ª a 8ª séries ou 6º a 9º anos), apenas 21,4% têm a mesma opinião.”

FONTE: reportagem de Alex Rodrigues publicada pela Agência Brasil (edição: Talita Cavalcante) (http://agenciabrasil.ebc.com.br/ultimasnoticias;jsessionid=1536F61591D7A348F134C18C608F089A?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_56_groupId=19523&_56_articleId=3199692) [imagem do Google adicionada por este blog].

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