quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A INTRIGANTE CAPTURA DO VANT DOS EUA PELO IRÃ

Sitema radioeletrônico de fabricação russa "Avtobaza" - Foto "Gazeta Russa"

O TENDÃO DE AQUILES DOS VANTS?

Até o início de dezembro do ano passado (2011) tudo era mil maravilhas para os VANTS, mas um fato deixou uma pulga atrás da orelha. A primeira notícia sobre a captura de um VANT norte americano.

Por Ricardo Fan, no "DefesaNet"

Desde os ataques do 11 de Setembro, os EUA passaram a investir pesado em aviões não-tripulados, os chamados drones (no Brasil VANT). No ano do [até hoje também muito intrigante] atentado às torres gêmeas, o Pentágono tinha apenas 50 unidades. Passados dez anos, de acordo com documento divulgado pelo site da WIRED. A difusão dos VANTS acelerou muito nos últimos anos. Hoje, nos EUA, há 7.494 VANTS em operação, contra 10.767 aviões pilotados.

Os VANTs são o setor com crescimento mais dinâmico na área de defesa e segurança, passando outros equipamentos bélicos, segundo estudo mundial da “TealGroup”, empresa americana de análise do mercado aeroespacial. A despesa com aeronaves com controle remoto deverá dobrar nesta próxima década, pulando de US$ 5 bilhões para US$ 11 bilhões em todo o mundo. Até o fim de 2020, cerca de 50 países, inclusive o Brasil, deverão investir juntos mais de US$ 94 bilhões na tecnologia, estima o relatório.

O CASO RQ-170 SENTINEL

VANT (drone) RQ-170 Sentinel

Até o início de dezembro do ano passado (2011), tudo era mil maravilhas para os VANTS, mas um fato deixou uma pulga atrás da orelha. A primeira notícia sobre a captura de um VANT norte americano divulgada em 4 de dezembro. A aeronave não-tripulada 'stealth' RQ-170 Sentinel é fabricada pela empresa Lockheed Martin. É um dos VANT mais secretos em serviço da Forças Armadas dos EUA. As especificações da aeronave são desconhecidas. Sua fuselagem tem revestimento especial que lhe permite escapar da detecção por radares. Vale resaltar que um RQ-170 foi usado pelos EUA para espionar o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, no Paquistão.

Segundo o canal de televisão iraniano “Press TV”, a aeronave foi capturada graças às ações de tropas iranianas que teriam interferido no sistema de controle da aeronave, obrigando-a a pousar com danos mínimos em região montanhosa no leste do país, a 225 km da fronteira com o Afeganistão.

Os EUA negaram a hipótese de sua aeronave ter sido abatida ou “sequestrada” eletronicamente pelos iranianos. Segundo fontes norte-americanas, a aeronave simplesmente saiu da zona de controle da CIA e "caiu" quando o combustível acabou.

Dan Goure, analista do Instituto Lexington, analisando as imagens divulgadas, afirmou que a fuselagem, em grande parte, estava intacta e descartou a possibilidade de mau funcionamento do motor ou sensores de navegação [e de "queda"]. "Este foi um ataque cibereletrônico que derrubou o sistema de comando e trouxe o aparelho a baixo".

iranianos mostram o RQ-170 Sentinel apreendido

Ainda em dezembro passado, um oficial sênior dos EUA, falando sob condição de anonimato, disse ao “Washington Post” que os EUA não podem confirmar se o drone mostrado era real. Pois, os EUA não têm acesso a ele. Mas, também afirmou: "Nós não temos nenhuma indicação de que ele foi derrubado por fogo inimigo" (falta de marcas de queimaduras, furos ou danos na fuselagem).

Um segundo oficial militar dos EUA, disse que a questão principal é como o VANT poderia ter ficado "praticamente intacto” após uma "queda" de elevada altitude na qual, provavelmente, o VANT estava operando e teria deixado de responder aos comandos e "caído" por falta de combustível.

O capitão da Marinha dos EUA John Kirby, porta-voz do Pentágono, disse em entrevista coletiva, ainda em dezembro, que os analistas do Pentágono estavam examinando o vídeo exibido pelo Irã. Porém, logo depois, a CBS informou que autoridades dos EUA confirmaram que o drone exibido pelos iranianos era genuíno e pertencia à CIA.

A CONTRAMEDIDA

No entanto, se os iranianos não abateram o VANT com fogo de artilharia, pela condição da aeronave praticamente intacta, a maior hipótese é que o Irã tenha usado o sistema radioeletrônico “Avtobaza” de fabricação russa [ver foto acima], entregue ao Irã em outubro de 2011. Esse sistema móvel se destina à busca de alvos emissores de radiofrequência, incluindo radares que fazem parte das aeronaves, como no drone americano.

Enquanto a maioria das entregas de armas ao Irã é bloqueada, devido ao embargo liderado pelos EUA, um sistema de interferência eletrônica, como o Avtobaza, foi permitido. Porque é uma máquina passivamente defensiva e projetada para busca de alvos emissores de radiofrequência em aeronaves e com capacidade de manipular os sistemas de orientação e controle de mísseis inimigos.

Possivelmente, os EUA não imaginavam o real potencial do equipamento na interferência no link de comunicação dos VANTS, permitindo que sejam “sequestrados” remotamente.

Ainda assim, não está claro como os iranianos conseguiram interferir no controle da aeronave. Porém, a dúvida está lançada sobre os VANTS em operações contra um exército regular e equipado eletronicamente.”

FONTE: escrito por Ricardo Fan e publicado no site “DefesaNet”  (http://www.defesanet.com.br/aviacao/noticia/4410/O-tendao-de-aquiles-dos-Vants-) [trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].

3 comentários:

Probus disse...

Comentário publicado no China Daily:

“A paisagem política no Oriente Médio e no Norte da África passa realmente por mudanças dramáticas, o que piora o ambiente para Israel.

Os governos pró-EUA e pró-Israel no Egito e na Tunísia caíram, e o conflito árabe-israelense foi reativado. Forças islâmicas crescem, nas eleições na Tunísia. O Egito endureceu em relação a Israel. Por sua vez, Israel quer atacar o Irã para consolidar sua segurança nacional e obter vantagens no Oriente Médio.

E tudo

parece

confirmar que

Israel

conseguirá

sequestrar a política dos EUA para o Irã, em ano de eleições presidenciais norte-americanas.

Hoje, é

dever de Irã e EUA

resolverem a questão por meio

pacífico.

Se

a opinião pública

nos

EUA

opuser-se

firmemente

à ação militar

contra

o Irã, o governo Obama poderá

impedir que

Israel

inicie uma

guerra. Afinal, fazer-se surdo à opinião pública pode custar a Obama a reeleição.

Mas,

em sentido oposto,

se lançar o país em uma

guerra

puder

ajudar

Obama a

obter

seu segundo mandato na Casa Branca, o Irã

não

escapará de ser atacado militarmente.”

Que cruel ironia! Dado o sistema político

disfuncional

dos EUA,

será o

povo norte-americano,

enganado,

mal informado,

semianalfabeto,

autocentrado,

sem visão ampla de mundo, quem, em

última instância,

decidirá

entre guerra e paz no Oriente Médio!

De que adiantou elegerem presidente intelectual cerebrino, mas que tanto

teme

perder o emprego?

- - - - -

18/01/2012: Os EUA carecem de (e merecem) presidente menos assustadiço

Por MK Bhadrakumar, Indian Punchline

U S. needs (deserves) a fearless president

Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

http://redecastorphoto.blogspot.com/2012/01/os-eua-carecem-de-e-merecem-presidente.html

Unknown disse...

Probus,
Obrigada pelo comentário. O blog redecastorphoto seleciona muito bons artigos. Já o inseri na minha lista de recomendados.
Maria Tereza

Probus disse...

CARTA CAPITAL: Os tambores da guerra

Por Márcio Sampaio de Castro

Duas situações complementares têm caracterizado a cultura norte-americana ao longo dos últimos dois séculos. A primeira é a possibilidade sempre presente de resolver as diferenças à bala, um direito nacional inalienável previsto logo na segunda emenda da constituição daquele país, que garante a posse e o uso de armas de fogo a qualquer cidadão. A segunda é a política do cowboy, por meio da qual cabe ao outro sacar a pistola primeiro. Tudo o que ocorrer depois estará amplamente justificado e creditado na conta do agressor inicial.

http://www.cartacapital.com.br/internacional/os-tambores-da-guerra/#comment-133916