O genro Iñaki Urdangarin, ao centro da foto e do escândalo
Por Mauro Santayana
“Um dos mais propalados argumentos para se destruir, esquartejar e desnacionalizar as empresas estratégicas nacionais no final dos anos 90 era a deslavada mentira de que elas “davam prejuízo ao erário”.
Esquecem-se de dizer que suas tarifas e investimentos estavam historicamente congelados - entraves que só foram removidos às vésperas da privatização. Outra desculpa era a de que elas se teriam transformado em “cabides de emprego”, o que naturalmente iria acabar após sua venda à iniciativa “privada”.
Quando vieram as licitações, além de terem sido entregues a preço de banana – e muitas vezes com farto e generoso financiamento do próprio governo brasileiro, via BNDES – percebeu-se que, em vez de terem sido privatizadas, muitas dessas empresas haviam sido, na verdade, reestatizadas, deixando de ser patrimônio do povo brasileiro, para ingressar na esfera de influência de governos estrangeiros, como o português, o italiano, e o espanhol. Países que, por meio de participação direta ou “golden-shares”, controlavam politicamente – e ainda controlam - a Telecom Italia, a Portugal Telecom (hoje sócia da Oi) e a Telefónica da Espanha.
Abordamos o tema, emblematicamente trágico do ponto de vista da soberania e do desenvolvimento nacionais, não apenas para lamentar a destruição de uma das nossas maiores empresas estratégicas, a Telebrás, e a campanha que estão movendo contra a sua volta, como concorrente pleno, ao mercado brasileiro – no qual as condições de “concorrência”, estabelecidas pela Lei Geral de Telecomunicações, tiveram como maior consequência o fato de estarmos pagando, hoje, como já dissemos, algumas das mais altas tarifas do mundo – mas também para mostrar, como, com o nosso dinheiro, estamos enriquecendo parasitas estrangeiros, como é o caso do jogador de handebol e genro do Rei da Espanha, Iñaki Urdangarin, acusado de desvio de dinheiro público. É essa gente que ocupa, no Brasil "privatizado", os típicos cabides de emprego nos altos escalões das empresas “privatizadas” que sucederam a Telebrás.
Abaixo, o link de matéria saída domingo (16), no [jornal espanhol] “El Pais”, sobre Iñaki Urdangarin, o genro do Rei, funcionário da “Telefónica Brasil” (leia-se “Vivo”, presidida pelo ex-conselheiro da ANATEL Antônio Carlos Valente), e os seus negócios no Brasil:
http://www.elpais.com/articulo/espana/Urdangarin/hizo/negocios/Brasil/pese/aviso/Rey/elpepiesp/20120115elpepinac_11/Tes
FONTE: publicado no Blog do Santayana. O título é do portal “Vermelho”, que transcreveu o artigo (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=173483&id_secao=1) [título, imagem do Google e sua legenda adicionados por este blog ‘democracia&política’].
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