Por Ricardo Berzoini
“O último
decênio, com o governo do PT e aliados, o Brasil alcançou outro patamar em
termos de desenvolvimento econômico e social, com reduções históricas das
desigualdades.
A crise econômica mundial iniciada em 2008 foi
pouco sentida aqui, graças à decisão de fortalecer o mercado interno e à adoção
de políticas públicas que deram ao Brasil nova face. Para isso, o papel do
Estado foi central: em vez do “Estado
mínimo”, como apregoava o governo do PSDB de Fernando Henrique, passamos ao “Estado
necessário, regulador e indutor do desenvolvimento”.
Os dogmas neoliberais que satanizam o Estado foram
desmoralizados com a crise de 2008. Mesmo assim, seus seguidores insistem na
ortodoxia econômica. Primeiro com Lula, agora com Dilma, as instituições de
Estado foram reforçadas, para a execução das políticas fiscal e monetária, com
o norte de planejar e induzir desenvolvimento e crescimento com justiça social.
Mas a visão não é estatista. Ao contrário, o papel do setor privado pode e deve
ser potencializado dentro da estratégia do poder público.
É graças ao resgate do papel do Estado que o Brasil
virou referência mundial em redução da pobreza e da desigualdade. O modelo
neoliberal anterior ignorava a miséria secular de nosso povo, tratando parte
dele como excluída da renda e das oportunidades. Acorrentava na condição de
pobreza absoluta 45 entre cada cem brasileiros. E nos colocava entre os três
mais elevados índices de desigualdade no mundo. Estamos mudando esse quadro,
garantindo a ascensão social de 40 milhões de brasileiros e caminhando para a
construção de um país de classe média.
Com a reorientação imprimida, com foco nos
interesses nacionais e reversão da rota da neocolonização neoliberal, o país
entrou num ciclo virtuoso de expansão econômica. Fortalecimento do mercado
doméstico, geração recorde de empregos, distribuição de renda e fomento aos
investimentos. Tudo num ambiente de solidez fiscal e financeira.
Se avançamos neste decênio, foi graças ao
rompimento com o receituário do “Consenso de Washington”, que impôs aos seus
seguidores locais a subordinação de nossos interesses aos ditames estrangeiros.
Um modelo que apequenou o país e que, felizmente, foi revertido nos governos
petistas. Com o fortalecimento do Estado, nosso povo tornou-se protagonista e
beneficiário das mudanças.
Já se foi o tempo em que crises externas geravam
desequilíbrios no balanço de pagamentos, na dívida pública e no risco-país,
inibindo investimentos e travando o crescimento. Nestes dez anos, a inflação
média anual passou de 15% [final do governo FHC/PSDB] para menos de 5%, a
dívida pública comparada ao PIB foi reduzida à metade, as exportações
quintuplicaram, o crescimento dobrou em relação às décadas anteriores.
Resgatamos os serviços públicos, implementamos políticas sociais e outras
medidas que revolucionam o Brasil. Nada seria possível se o Estado não fosse
instrumento dessas mudanças.”
FONTE: escrito por Ricardo Berzoini, deputado federal pelo PT-SP
(Texto publicado originalmente no jornal “O
Globo”, edição de 13/05/2013). Transcrito no portal do PT (http://www.pt.org.br/noticias/view/artigo_um_modelo_necessario_por_ricardo_berzoini).
[Imagem do Google e pequeno trecho entre colchetes adicionados por este blog
‘democracia&política’].
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