O site “Contas Abertas” publicou esta semana:
MONTANTE É POUCO MAIOR QUE O DO ANO PASSADO; DESDE 2003, A AERONÁUTICA RECEBE MAIOR FATIA DOS RECURSOS
Os programas de readequação e reaparelhamento das Forças Armadas irão custar pouco mais de R$ 2 bilhões aos cofres da União este ano. A rubrica engloba, por exemplo, a construção de unidades habitacionais destinadas aos militares e servidores civis, a modernização de equipamentos e a implantação de novos sistemas bélicos. No ano passado, R$ 1,9 bilhão foi desembolsado com as ações, valor 73% superior ao gasto em 2007. Mas, apesar do aumento, especialistas acreditam que é preciso investir mais para garantir a soberania e independência do Brasil, em meio aos "estranhos" e recentes movimentos na América Latina.
Os programas de reaparelhamento têm a finalidade de garantir a construção de unidades habitacionais destinadas a servidores das Forças Armadas, modernizar equipamentos e instalações militares e complementar necessidades existentes de imóveis. Desde 2003, foram gastos R$ 6,8 bilhões com o reaparelhamento e adequação das três Forças (Exército, Marinha e Aeronáutica).
Desde 2003, a Aeronáutica é a mais bem contemplada com o programa. Nos últimos seis anos, a Força Aérea desembolsou R$ 4,8 bilhões, enquanto o Exército teve gastos na casa dos R$ 773 milhões. Já a Marinha gastou R$ 1,3 bilhão nesse mesmo período, valor quase igual ao gasto pela FAB só no ano passado.
Para o deputado William Woo (PSDB-SP) é importante que o Brasil estruture seu armamento, pois, segundo ele, a América Latina tem sofrido “movimentos estranhos” que merecem atenção. “O reaparelhamento é igual a um seguro de carro. É um investimento que ninguém quer ter a necessidade de usar, mas é melhor possuir quando precisar”.
No ano passado, o deputado apresentou requerimento à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados para a criação de uma Subcomissão Especial de Reaparelhamento das Forças Armadas. O objetivo, segundo o deputado, é ampliar a discussão sobre o assunto.
As ações que mais geraram despesas, dentro dos programas de reaparelhamento, foram as de aquisições de aeronaves, navios, submarinos, carros de combate, tanques, dentre outros meios de transporte. Em 2008, 38% do orçamento do programa ficou comprometido com as aquisições, que somaram R$ 732,9 milhões. Em média, são gastos R$ 600 milhões ao ano com a obtenção destes veículos de guerra. Desde 2003, foram desembolsados R$ 3,5 bilhões com essas aquisições.
Até o fechamento da matéria, o Ministério da Defesa não apresentou esclarecimento sobre a finalidade e destinação dos recursos do reaparelhamento das Forças.
Para Walter Bartels, presidente da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil, aparelhar as Forças Armadas é um dever constitucional do Estado. “A Constituição defende que o Brasil deve preservar sua soberania e independência nacional. Além disso, deve garantir o desenvolvimento nacional”, afirma Bartels.
Para ele, o crescimento econômico dos países está atrelado ao desenvolvimento tecnológico. “Nos últimos 25 anos, enquanto outros membros do BRIC, como a China e Índia, tiveram respectivamente o crescimento de 1000% e 400% em seu Produto Interno Bruto, o Brasil teve a evolução de apenas 85%”, destacou.”
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