Será que foi aí que o Papa entrou na campanha [pró-Serra]?
Por Paulo Henrique Amorim
“Este é o capítulo II desta reveladora antologia.
Revela crimes de imprensa.
Leia o capitulo I [transcrito ontem neste blog em http://democraciapolitica.blogspot.com/2011/11/ela-e-favor-de-matar-criancinhas.html] que trata, no título, de memorável frase da estadista chilena Monica Cerra, que desempenhou papel decisivo na campanha presidencial do Padim Pade Cerra.
Palmério Dória e Mylton Severiano escreveram “Crime de Imprensa – um retrato da midia brasileira murdoquizada”, pela Editora Plena, com prefácio de Lima Barreto ( !).
Trata-se de afiada e divertida reconstituição do Golpismo “murdoquiano” da “imprensa nativa”, como diz o Mino Carta, autor da epígrafe do livro:
“Na maioria dos casos, a midia é ponta-de-lança para grandes negócios.”
(Como se sabe, aqui, “midia”, se trata de PiG (*).)
Vamos reproduzir [a seguir] outras frases que Dória e Severiano recuperaram e que indicam os crimes ou a defesa de interesses negociais, como se quiser :
- Plateia na área VIP, no estádio do Morumbi, no show do Paul McCartney quando vê, um mês depois da eleição, o Padim Pade Cerra ao lado do Fernando Henrique: “Bolinha de papel, bolinha de papel !”
- O perito Molina, no Jornal Nacional do Ali Kamel, com uma bolinha de papel numa mão e uma fita adesiva na outra: “São dois eventos completamente diferentes. Um é o evento da bolinha e o outro é o evento rolo de fita”.
- Maitê Proença ao sugerir uma união contra Dilma: “Onde estão os machos selvagens ?”
- Texto no site da filha do Padim Pade Cerra e da irmã de Daniel Dantas, que quebrou o sigilo de 60 milhões de brasileiros : “Encontre em nossa base de licitações a oportunidade certa para se tornar um fornecedor do Estado”
- Rodrigo Vianna, então repórter da Globo, numa carta aberta em que denuncia a parcialidade do jornalismo do Ali Kamel na cobertura das ambulâncias superfaturadas no Ministério da Saúde na gestão do Cerra e os aloprados: “Olhem no ar. Ouçam os comentaristas. As poucas vozes dissonantes sumiram. Franklin Martins foi afastado. Do ‘Bom Dia’ ao ‘JG’ temos um desfile de gente que está do mesmo lado”
- Diálogo com Fernando Henrique, sobre seu ex-assessor Eduardo Jorge, protagonista da tentativa de envolver Dilma e o Nunca Dantes na violação do sigilo de membros da família de Cerra:
--“O senhor acha que o Eduardo Jorge pode estar usando o seu nome para facilitar negócios, presidente ?”
- “Não tenho provas mas não tenho dúvidas”
- Senador Roberto Requião a Eduardo Jorge, na CPI do Judiciário, que investigava as relações de Eduardo Jorge com o Juiz Lalau: ” Você não devia estar aqui, deveria estar numa penitenciária”
- Manchete da ‘Folha’ na edição que publicou a ficha falsa da Dilma: "Grupo de Dilma planejou sequestro de Delfim Netto”
- Frase da advogada da ‘Folha’, ao constatar que o Superior Tribunal Miltar abriu os 16 volumes do processo contra Dilma depois das eleições: ” Lamentável que o pedido tenha sido deferido depois das eleições”. (A ‘Folha’ não achou um grama de prova que responsabilizasse Dilma do sequestro sequer tramado. A ‘Folha’ também não achou um grama de prova de que a Dilma usasse armas, quando guerrilheira. PHA)
- Reação de ‘Tasso Tenho Jatinho Porque Posso Jereissati’ [e "o abasteço com verba pública do Senado porque posso"], ao ser advertido pelo Padre Francisco de uma igreja de Canindé, interior do Ceará. O padre se irritou com a entrada de Tasso e do Padim, no meio da missa. Os dois se sentaram na primeira fila, falavam em voz alta e perturbavam o culto. O Padre criticou um panfleto que o grupo de Cerra distribuiu na igreja, que acusava Dilma e sua religiosidade: ninguém podia falar em nome da Igreja, disse Padre Francisco.
Revela o jornal ‘O Povo’, do Ceará: ” Tasso, que estava na frente, não se conteve e partiu para cima do padre, chamando-o de petista. Foi contido por uma assessora e sua mulher, dona Renata”
- Cerra, diante da constatação de que a gráfica que imprimia panfletos para o bispo de Guarulhos, com acusações a Dilma, era de uma filiada ao PSDB e irmã do coordenador da infraestrutura da campanha de Cerra: ” O fato da (sic) gráfica ser ou não ser de uma parente de alguém que está trabalhando na campanha é inteiramente irrelevante “
- De Sheila Ribeiro, aluna de Monica Serra, na Unicamp: “Com todo respeito que devo a essa minha professora, gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas foram regadas a discussões sobre o aborto, sobre seu aborto traumático. Monica Serra fez um aborto (no Chile, casada com Cerra)”.
Breve, aqui, o capitulo III dessa reveladora coleção de frases que levam ao que Dória e Severiano chamam de “crime de imprensa”.
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim em seu portal “Conversa Afiada” (http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2011/11/19/monica-serra-fez-um-aborto-a-inesquecivel-campanha-de-2010-ii/).
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