domingo, 20 de novembro de 2011

A ESPANHA ENTRA NO ‘BRETE’


[Obs deste blog ‘democracia&política’:

Um brete moderno

[Um ‘brete’ (em inglês: ‘cattle crush’, ‘squeeze chute’ ou ‘stock’) é um compartimento, ou jaula, para reter bovinos, cavalos ou outros tipos de gado com segurança enquanto esses são examinados, marcados ou recebem tratamento veterinário (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)].

Por Fernando Brito

“[Hoje (20)] a Espanha “escolhe” seu novo governo. Entre aspas, mesmo, porque o premiê Mariano Rajoy, do Partido Popular, de direita, já está escolhido há tempos. Embora não seja, como Lucas Papademos, na Grécia, e Mario Monti, na Itália, Rajoy vai ao governo não para mudar, mas para aumentar a dose de políticas recessivas que os antecessores – os seus e os dos outros – aplicaram conta a crise de suas dívidas.

Os títulos de dez anos do Governo espanhol subiram fortemente [na semana passada], mesmo não havendo nenhuma insegurança de que será eleito um governo absolutamente dócil às pressões de mercado.

A Espanha, nova “bola da vez”, aparentemente, não tem condições de cortar mais. O desemprego já atingiu 20% – 50% entre os jovens – e a economia nacional está em ruínas.

O novo governo assume não para mudar esse ‘script’.

Aliás, não pode mesmo ter nenhum outro roteiro, porque os problemas espanhóis não são os da Espanha, como os italianos e gregos não eram basicamente deles mesmos.
Quando a Europa, com o Euro, tornou-se uma nave com o largo vaso comunicante da moeda única, também aboliu os compartimentos estanques das economias nacionais.

Quando as partes mais podres de seu casco começaram a fazer água, os tripulantes do convés e a turma da torre de comando – a capitã Alemanha e seu imediato, a França – tornaram-se furiosos e exigem tudo do pessoal do porão, porque sabe que toda a embarcação está sob ameaça.

Mas, ainda assim, não estão dispostas a arregaçar as pernas das calças e ajudar com os baldes. Há recusa completa em permitir que o Banco Central europeu emita moeda ou compre títulos das economias em dificuldades para remendar os estragos.

E, nessas condições, não haverá ajuda de parte alguma do mundo. Ninguém que ser convidado para um naufrágio, sobetudo quando a torre de comando do navio permanece arrogante e olímpica, intolerante a discutir qualquer mudança de rumo.”

FONTE: escrito por Fernando Brito no blog “Projeto Nacional” (http://blogprojetonacional.com.br/a-espanha-entra-no-brete/) [imagem e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

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