Mônica Cerra: vim pedir o seu voto
Por Paulo Henrique Amorim
“Palmério Dória e Mylton Severiano escreveram “Crime de Imprensa – um retrato da mídia brasileira murdoquizada”, pela Editora Plena, com prefácio de Lima Barreto ( !).
Trata-se de afiada e divertida reconstituição do Golpismo “murdoquiano” da “imprensa nativa”, como diz o Mino Carta, autor da epígrafe do livro:
“Na maioria dos casos, a mídia é ponta-de-lança para grandes negócios.”
(Como se sabe, aqui “mídia” se trata de PiG (*).)
Vamos reproduzir aqui algumas frases – é a primeira prestação dessa notável antologia – que Doria e Severiano recuperam e que indicam os crimes ou a defesa de interesses negociais – como se quiser:
- Diogo Mainardi, ao reproduzir conversa com Padim Pade Cerra: "Marina é a companheira de chapa de seus sonhos".
- Merval Pereira, ao cônsul americano: "Aécio está 'firmemente comprometido' com a chapa puro sangue: ser vice do Cerra".
- Paulo Henrique Amorim: O Vesgo do Pânico tem mais chance de ser presidente que o Cerra.
- Aécio, sobre quem deveria ser a vice do Cerra: “A Ana Hickman”, mestre de cerimônias da convenção do PSDprê.
- Oscar Quiroga, astrólogo do Estadão: “… seria tolice não arriscar que José Serra será o próximo Presidente”
- Jaqueline Roriz, ao lado de Jose Arruda, diante de um “pagador”: “Você vê a possibilidade de aumentar isso ?”
- Eliane Cantanhêde, na convenção do PSDB: “O PSDB parece até que virou partido de massa, mas uma massa cheirosa.”
- William Waack, ao perceber um áudio com a voz de Dilma Rousseff: “Manda calá a boca”.
- Alexandre Garcia, sobre a candidatura de Arruda como vice do Cerra: “Vote num careca e leve dois.”
- Clovis Rossi, sobre a morte do brasileiro Jean Charles, em Londres: “É justo dizer que no revólver que matou Jean Charles estão também as digitais do PT e de seu governo…”
- Heleno de Freitas, editor do 'Estadão', ao explicar por que a Agência Estado divulgou com detalhes noticia de que Cerra tinha ido a um comício em Palmas, Tocantins, embora Cerra não tivesse posto o pé lá: “Era uma matéria de prateleira”.
- Fátima Bernardes, ao anunciar o ataque com bolinha de papel à cabeça do Cerra: “A atividade (sic) de campanha do candidato do PSDB José Serra foi interrompida hoje no Rio depois que ele foi agredido num tumulto iniciado por militantes do PT”.
- Mônica Cerra, no dia 14 de setembro, um mês antes da eleição, em Nova Iguaçu, Rio, acompanhada de Índio da Costa: “Sou a mulher do Serra e vim pedir o seu voto”
A um leitor evangélico que dizia “Jesus Cristo foi o único homem que prestou no mundo”, Mônica falou que Dilma é a favor do aborto: “Ela (a Dilma) é a favor de matar criancinhas.”
Essa notável antologia continuará, pelas mãos de Dória e Severiano, em outros retumbantes capítulos.”
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.”
FONTE: escrito por Paulo Henrique Amorim e publicado em seu portal “Conversa Afiada” (http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2011/11/17/ela-e-a-favor-de-matar-criancinhas-a-inesquecivel-campanha-de-2010/).
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