terça-feira, 6 de maio de 2014

A PREVISTA RASTEIRA DE AÉCIO NO TRAÍRA EDUARDO CAMPOS



[Aécio (o preferido dos banqueiros, das "elites" e da mídia) "alegre", com eleitores na noite no RJ]

DUROU POUCO A FESTA E OS AFAGOS NO EGO DOS TRAÍRAS

[OBS deste blog 'democracia&política': 


A súbita traição de Eduardo Campos a Lula/Dilma, que estavam e continuam beneficiando o seu governo e a sua fama com grandes obras federais em Pernambuco, teve seus momentos de glória e de enaltecimento da mídia e oposição. 

O estranho interesse maquiavélico dos tucanos e da mídia paulista e carioca em afagar o ego do nordestino Campos/PSB e estimular a sua transformação em homem aceito pelos banqueiros e grandes empresas estrangeiras era, simplesmente, tirar votos de Dilma e assim aumentar as chances de Aécio/PSDB, este sim "o homem do mercado", alcançar o 2º turno. Já era previsível que, em algum momento, Eduardo Campos seria descartado. Somente ele parecia inebriado acreditando na sincera admiração de Aécio e da mídia. Eu somente não sabia que a rasteira seria tão cedo].


MÍDIA E PSDB EM AÇÃO PARA DESCONSTRUIR EDUARDO CAMPOS

Aécio fecha com grupos de midia, que começam a desconstruir Eduardo

Por Luis Nassif

"Começa a ficar mais clara a articulação das forças políticas para as eleições.

Os grupos de mídia fecharam em bloco com Aécio Neves. A última conquista foi a revista "IstoÉ", com a divulgação da pesquisa do "Instituto Sensus".

Em 2010, o "Sensus" foi massacrado pela mídia, acusado de manipulação de pesquisas - na época, supostamente em favor de Dilma. A denúncia partiu da "Folha", motivou uma representação do PSDB e uma invasão dos escritórios da "Sensus" por policiais, acompanhados de analistas do "DataFolha".

Não deu em nada, mas foi o episódio mais truculento da campanha de 2010.

Agora, com as pesquisas divulgadas pela "IstoÉ", o "Instituto Sensus" protagoniza a primeira manipulação das eleições de 2014.

Em ambos os momentos, "Sensus" não espelhou interesses petistas ou tucanos, mas do grupo mineiro de Clézio de Andrade.

A pesquisa foi realizada com todas as distorções já apontadas, inclusive pelo "Estadão": cartela com os nomes em ordem alfabética (beneficiando o primeiro da fila, Aécio), informações negativas sobre a economia antes das perguntas sobre o apoio à Dilma etc.

Mais. Só depois de conhecidos os resultados, foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e apenas em nome do "Sensus", como se tivesse sido bancada pelo próprio Instituto. Dias depois, foi divulgada pela "IstoÉ" como se fosse fruto de uma parceria.

A revista não faz parte da primeira divisão do cartel, mas deverá atuar na guerrilha, assim como as denúncias non-sense da "Época".

Em sua primeira incursão nas eleições de 2014, o "Instituto Sensus" torna-se um rojão queimado. Mas o jogo prosseguirá com outros protagonistas.

Campos sob fogo cruzado

Aécio e Campos têm acenado para uma parceria duradoura, pós-eleições. Caso Dilma seja reeleita, é bastante provável que ambos, em parceria, assumam a liderança da nova oposição.

Por enquanto, a lógica dos dois turnos os transforma em adversários diretos no primeiro turno, para se saber quem será o campeão branco que enfrentará Dilma no segundo turno.

Fontes da campanha de Dilma Rousseff entenderam a pesquisa "Sensus" como parte de uma estratégia maior. Testa-se a hipótese do segundo turno em veículo e instituto de pesquisa de menor calibre, preparando o campo para as pesquisas posteriores do Ibope e do DataFolha. Ao mesmo tempo, acelera-se de imediato a campanha de desconstrução da chapa Campos-Marina, explorando suas ambiguidades, para ampliar a diferença entre ele e Aécio nas próximas pesquisas.

O objetivo atual é garantir a passagem de Aécio para o segundo turno.



imagem do blog do Miro


Segunda-feira (5) a "Folha" trabalhou nessa direção com duas chamadas de primeira página, ambas explorando as ambiguidades da parceria Campos-Marina.

A primeira, montada em cima de um gancho artificial: uma mensagem do coordenador de campanha a Eduardo, preocupado com os princípios socialistas que constam da agenda do PSB. A segunda, explorando os anacronismos religiosos de Marina Silva.

Ao mesmo tempo, Campos é atacado pela esquerda, acusado de encampar as teses "mercadistas" dos economistas ligados a Marina Silva.

As novas definições programáticas

Até a semana passada, os três candidatos surfavam na ambiguidade política, sem muitas definições, todos a favor do bem e da bondade.

O discurso de Dilma na 14ª Convenção do PT encerra a fase idílica e traz o jogo para o campo real das definições programáticas.

Até algum tempo atrás, a discussão econômica pautava-se exclusivamente pelos indicadores macroeconômicos, PIB, parte fiscal, contas externas etc.

Após a crise de 2008, começou a tomar corpo gradativamente, mesmo entre os economistas, o tema do bem-estar social e da distribuição de renda como objetivo final da política econômica. Ou seja, a manutenção do emprego e da distribuição de renda seria mais relevante do que o mero crescimento do PIB.

É evidente que há uma correlação entre ambos.

A médio prazo, sem crescimento não há políticas sustentáveis de distribuição de renda. Por outro lado, a tese de que o crescimento sustentável prescinde da distribuição de renda foi derrubada pela explosão do mercado de consumo interno, como decorrência das políticas distributivistas.

Esses aspectos passam ao largo dos discursos de campanha.

Prevalecem apenas os slogans: Dilma é a favor da distribuição de renda; Aécio é a favor do aumento de eficiência da economia.

Com os dois campos ocupados, Campos fica com a broxa na mão, exposto a todo tipo de ataque dos dois lados até a definição do primeiro turno.

Para se mostrar supostamente racional, propõe uma meta inflacionária de 3% ao ano. Aí é acusado de defender o desemprego como estratégia econômica. De fato, a lógica das metas inflacionárias é recessiva e a medida de efeito da alta de juros é o aumento do desemprego.

Espremido, Campos enfatiza as diferenças em relação a Aécio e proclama que ambos saem de bases sociais diferentes.

No momento seguinte, a "Folha" vai buscar nas bases sociais de Campos os ideais socialistas. E Marina, aos poucos, deixa de ser a musa da modernidade, para retornar às origens criacionistas.

Campos terá apenas oportunidade pela frente, uma pequena brecha. A cada dia que passa, Dilma e Aécio acirrarão a retórica e os ataques recíprocos. Com mais tempo de campanha, essa tática poderia cansar os eleitores abrindo espaço para um tertius.

Mas com o pouco tempo de campanha, devido à Copa do Mundo, serão pequenas as possibilidades de Campos amenizar o discurso e se colocar como o candidato ponderado contra os dois belicistas.

A ideia de apresentar o banqueiro Roberto Setubal como Ministro da Fazenda jamais foi aventada [oficialmente] até agora na campanha de Campos."



imagem do Blog do Miro


FONTE: escrito por Luis Nassif no "Jornal GGN"  (http://jornalggn.com.br/noticia/aecio-fecha-com-grupos-de-midia-que-comecam-a-desconstruir-eduardo).[Imagem do google adicionada por este blog 'democracia&política'].


COMPLEMENTAÇÃO

Eduardo Campos vai voltando a ser o que é, eleitoralmente: nada

Por Fernando Brito


Amizade do escorpião e do sapo

Aécio Neves nada de braçada sobre Eduardo Campos, nesta pré-campanha eleitoral.

A direita, que se serviu do Pernambucano, passou a esvaziá-lo aos primeiros sinais de engorda do candidato do PSDB.

A "Folha", ontem (5), até desenterrou uma “socialização dos meios de produção” no programa do PSB para criar uma saia-justa para Campos, hoje um adepto do mais agudo neoliberalismo, ao ponto de “prometer” uma meta de inflação de 3%, mesmo sabendo que não há condições de chegar a isso nem mesmo com o mais brutal processo recessivo.

Campos é, em ritmo acelerado, o retrato da inconsistência política que os aventureiros acabam por revelar.

Uma candidatura nem mesmo regional – estadual a define melhor – e vazia de conteúdo ideológico ou histórico.

Que conseguiu, até mesmo, arrastar para a vala a sua companheira de chapa, Marina Silva.

Talvez seja essa a principal mudança no quadro eleitoral “pré-copa” que se vai registrar até que o processo sucessório entre em compasso de espera.

A de que a eleição caminhará para uma polarização entre Dilma e o PSDB.

Mais que Aécio, uma galeria: ele, FHC e Serra.

E, com isso, tudo indica que Eduardo Campos vai oscilar entre a estagnação e a queda.

Campos é uma versão rapidíssima da frase que tantas vezes ouvi do velho Brizola: "a política ama a traição, mas logo abomina o traidor".

FONTE da complementação: escrito por Fernando Brito em seu blog "Tijolaço" (http://tijolaco.com.br/blog/?p=17251). [Títulos, imagem do google, suas legendas e trecho entre colchetes em azul adicionados por este blog 'democracia&política'].

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