sexta-feira, 21 de março de 2008

MUDOU O LULA OU O ELIO GASPARI?

Esse interessante artigo a seguir transcrito foi postado nos últimos minutos de ontem por Carlos Augusto de A. Dória no seu “blog de um sem-mídia”. Vale a pena lê-lo:

“MUDOU O LULA OU O ELIO GASPARI?"

“O jornalista Elio Gaspari, como se sabe, normalmente só chama o presidente Lula, ironicamente, de ‘O Nosso Guia’. Pelo que ele escreveu recentemente, parece que está tendo mais paciência ou sendo menos preconceituoso com o nosso primeiro mandatário.

Possivelmente, o ilustre jornalista chegou à conclusão de que não adianta brigar com os fatos. O "espetáculo do crescimento" está visível para todas as pessoas de bom senso, seja pelo que mostram os indicadores econômicos, seja pelos sociais, e dessa forma, não adianta tentar esconder a realidade. Parece mentira, mas a "agenda positiva" do governo Lula só tem sido apresentada, com isenção e equilíbrio, na imprensa internacional. Isto até virou motivo de piada.

Isto porque o ex- primeiro ministro português, Mario Soares, declarou que lendo a nossa imprensa nativa, antes de chegar ao nosso país, pensava que a popularidade do presidente Lula era a pior possível e que o Brasil estava vivendo um momento muito difícil. Inclusive, na véspera da divulgação da pesquisa que apresentava o Lula com alto grau de aprovação, havia jantado com o FHC e Cia, ocasião em lhe foi dito que o governo e Lula estavam indo ladeira abaixo, etc.

É por isso que a oposição está desesperada, tentando de todos os modos e maneiras criar crises e factóides, com o único intuito de desestabilizar o governo Lula. Para isso, vem tendo a ajuda prestimosa das Vejas da vida e de juízes que gostam de aparecer, como o Sr. Collor de Mello.

No seu artigo, o Elio Gaspari chega ao ponto de indicar, a quem desejar ler, o discurso do nosso presidente, o "caminho das pedras", ou seja, pesquisar no Google o discurso proferido em Araraquara. A seguir, a matéria publicada no O Globo:


”LULA É O MESMO, MAS O CENÁRIO É OUTRO”

Elio Gaspari, O Globo

“Bendita a cidade que ganha fama com uma palestra. Foi isso o que aconteceu com Araraquara depois que o filósofo francês Jean Paul Sartre terminou sua conferência no auditório da Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras, em setembro de 1960. Daí em diante ela se tornou conhecida como "a Conferência de Araraquara".

Era uma época em que as pessoas iam a esses eventos de terno e gravata. Sartre tratou de arcanas questões filosóficas e teve Jorge Amado na mesa, Fernando e Ruth Cardoso, mais Antônio Candido e Gilda de Mello e Souza na primeira fila.

Há uma semana, discursando em Araraquara, na inauguração da escola que ganhou o nome da professora Gilda, morta em 2005, Nosso Guia fez um discurso que merece atenção. Foi um improviso, menor que a conferência de Sartre, mas ainda assim longo. Tem seis vezes o tamanho deste artigo e, à primeira vista, pode ser confundido com mais um Opus Lula.

Nosso Guia trocou de cenário. Ele cavalga o desempenho da economia e os avanços sociais ocorridos durante seu reinado. Não formula idéias novas, apenas arruma velhos esplendores. Lula faz isso de uma forma que seus adversários devem pensar melhor antes de continuar com uma oposição de frases feitas e CPIs para alimentar noticiário.

Alguns exemplos: "Todo sacrifício que nós fizemos permitiu que a gente pudesse estar vivendo o momento que estamos vivendo hoje". (?) "Hoje temos quase 200 bilhões de dólares de reservas, não devemos nada ao FMI, não devemos nada ao Clube de Paris e não devemos nada a ninguém". "Aqui no Brasil, pobre não tinha acesso a banco. Aliás, os bancos tinham desaprendido a atender pobre. (?) O que nós fizemos? Nós resolvemos fazer crédito para o povo pobre. (?) Criamos o crédito consignado. (?) Eu acho que a gente colocar dinheiro na mão do pobre é investimento neste país". "Quando eu tomei posse, a indústria automobilística me procurou dizendo: "nós estamos quebrados". (?) E ontem eu recebi uma carta: eles saíram de 2,2 milhões de carros e estão prometendo produzir 4 milhões de carros em 2009. Qual foi o milagre? O milagre foi uma coisa que a gente vinha dizendo há 20 anos: Com 24 meses de prestação, só pode comprar carro o setor da classe média. Se vocês quiserem que o pobre compre um carro, aumentem o número de prestações." "Noventa e seis por cento dos acordos feitos pelos sindicatos são acordos feitos acima da inflação, com aumento real de salário". "Este ano, nós vamos ter a primeira turma formada pelo ProUni. São 60 mil jovens que tiraram o diploma pelo ProUni e 40% desses são negros e negras".

Nosso Guia teve até o seu "momento Obama": "O grande desafio (?) é acreditar que a gente pode".

Não há um novo Lula, o que há é uma nova conjuntura. Sua falação pode ser repetitiva, mas tem duas características. Primeiro, ele não está enrolando. Depois, leva para a rua uma agenda de progresso e otimismo, deixando para a oposição o penoso exercício do mau humor. Se uma mentira, repetida mil vezes, acaba virando verdade, o que dizer de uma verdade repetida mil vezes?

O Brasil bem pensante, que até hoje procura entender a conferência de Sartre, precisa ler o discurso de Araraquara. Ele está na internet, basta passar no Google "discurso lula araraquara gilda". Em 1960, aos 15 anos, Nosso Guia corria atrás de seu único diploma. O do Senai.”

2 comentários:

Anônimo disse...

Olha..do artigo que o Elio Gaspari escreveu no jornal o Globo, sobre o discurso de Lula em Araraquara, todos nós vimos, mas do próprio discurso, nem um pedaço e já revirei a net de cabeça para baixo e não encontrei. Porque não postá-lo por aqui?!

Leonardo Bastos

Unknown disse...

Prezado Leonardo,
Desculpe-me a longa demora. Não vira o seu comentário e, após, não achei a íntegra do discurso de Lula em Araraquara. Continuarei procurando. A sua idéia é muito boa.
Obrigado e desculpe-me novamente
Maria Tereza