O blog “Conversa Afiada”, do ótimo jornalista Paulo Henrique Amorim (PHA), publicou hoje, com o título acima, o artigo a seguir transcrito. Para aqueles que ainda não conhecem as inteligentes ironias de PHA, acrescentei entre parênteses alguns detalhes:
“O Ministro da Saúde José Serra omitiu-se (ou participou diretamente - a Justiça determinará) na compra de ambulâncias superfaturadas para o Ministério que dirigia, no Governo do Farol de Alexandria (FHC).
Seu sucessor, Barjas Negri - que era seu Secretário Geral - omitiu-se ou participou diretamente do mesmo esquema.
Há um vídeo e a transcrição em texto do discurso do Ministro Serra na cerimônia de entrega de ambulâncias superfaturadas em Mato Grosso, com a fina flor dos "superfaturadores" ... (no site de PHA, há um link disponível, segundo PHA: “para ver, ler e ouvir ... essa preciosidade que, quando me mandaram embora do iG, imaginaram que iria desaparecer ... )
O empresário que vendia as ambulâncias fez um dossiê. Daqueles dossiês que Serra e o tucano Márcio Fortes fazem com esmero e arte. Por falar nisso, quando Serra e Fortes vão providenciar o “dossiê Aécio Neves”?.
O empresário das ambulâncias vendeu o dossiê a Abel Pereira, empreiteiro que fazia a ponte entre Barjas Negri e os criminosos das ambulâncias. Supõe-se que Pereira quisesse destruir o dossiê para ajudar Serra e Negri.
O empresário das ambulâncias vendeu o dossiê aos aloprados de Aloisio Mercadante, que era candidato a governador de São Paulo, contra Serra.
A história acabou como o "escândalo dos aloprados" - os petistas que compraram o dossiê com notas de baixo valor - desse tipo de carregamento que se acha na boca do caixa do metrô ou de companhias de ônibus. Interessante: um dos muitos negócios que Daniel Dantas conseguiu nas privatizações foi o metrô do Rio ...
Participou da operação dos aloprados um certo - onde anda ele? - Delegado Bruno, que montou uma farsa com jornalistas dos maiores órgãos do PiG (Partido da Imprensa Golpista) para divulgar as fotos do dinheiro dos aloprados.
Aí, surgiu o escândalo dos cartões corporativos. Cartões criados e usados no Governo FHC.
Descobriu-se, rapidamente, com a ajuda do Conversa Afiada e da Folha, que os cartões do Governo de São Paulo, com Serra, eram de volume muito superior ao do Governo Federal.
Aí, a última Flor do Fascio, a Veja, divulgou o que interpretou como uma chantagem do Governo Federal contra a oposição. Divulgou contas com cartão corporativo de Dona Ruth e do Farol de Alexandria. (*)
O Estadão descobriu, neste domingo, dia 30, um historiador de reputação que se assemelha à de Braudel, para anunciar o fim da carreira política Dilma Rousseff.
No PiG, a questão passou a ser, como no caso dos aloprados, não as ambulâncias e os cartões do Governo FHC, mas o vazamento.
Mas, e as despesas da Dona Ruth, ninguém vai discutir? Pode usar o dinheiro do povo naquilo, Dona Ruth?
Segundo a Veja, “a ex-primeira dama Ruth Cardoso é mencionada 23 vezes como beneficiária de despesas como locação de carros, hospedagem em hotéis, compra de ingressos para peças de teatro no exterior, e até como ordenadora (sic) da compra de um porta-retratos, no valor de cem dólares, para presentear um oficial da Colômbia designado para acompanhá-la durante visita ao pais.”
Ainda segundo a Veja, “gastos com vinhos importados, champanhes franceses, carnes raras e até caviar foram compilados da documentação armazenada na Presidência da República. E reproduzidos no dossiê.”
Quer dizer, para a Veja e o PiG, o problema não é o caviar, mas o dossiê...
E se a Ministra Dilma for esquartejada em praça pública, como planeja o PiG, ainda assim, pode-se gastar dinheiro do povo num teatrinho na Europa, dona Ruth?
E as ambulâncias do Ministro Serra - quanto custavam? Por quanto ele comprou? Ele tem comprado muita ambulância para o Estado de São Paulo?
Por falar nisso, clique aqui (no blog de PHA há um link) para ler as 30 perguntas que o Conversa Afiada faz sistematicamente ao presidente eleito (apelido de Serra). As 29 perguntas são sobre a cratera do metrô - um crime tucano, segundo o Ministério Público de São Paulo. A 30ª pergunta é sobre como ele pretende comprar ambulâncias para São Paulo.
(*) Eu, Paulo Henrique Amorim, volto a me colocar à disposição da CPI para descrever a adega do Palácio da Alvorada, nos bons tempos do Farol de Alexandria.”
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