BUSH DÁ UM TAPA NA MÃO INVISÍVEL DE ADAM SMITH
O blog do Azenha publicou ontem à noite um ótimo artigo que significa mais um desmoronamento de tudo aquilo que o governo tucanopefelento/FHC e toda a grande mídia martelaram constante e duramente nas nossas cabeças desde os anos 90.
Caiu a hipocrisia da “não intervenção do Estado na economia”. E pior, quem derrubou foi o próprio país que impôs aquelas idéias neoliberais ao Brasil.
Vejamos o que escreveu Luiz Carlos Azenha:
“ESTADOS UNIDOS PODEM REJEITAR INVESTIMENTO DE FUNDOS SOBERANOS
WASHINGTON - Eu nem sei mais o que dizem os comentaristas da mídia brasileira a respeito, já que desisti de ler jornais, ver TV ou ouvir rádio regularmente. Não sei, portanto, se mudaram o disco. Continuam falando dos entraves que os governos representam aos mercados, da interferência estatal que prejudica a livre iniciativa, da mão invisível que a tudo regula?
Acho que basta a recente intervenção estatal em Wall Street para demonstrar a fraude que essa gente vendeu - ou ainda vende - ao público brasileiro. É refrão pisado: socializar os prejuízos e privatizar os lucros. Lugar-comum ou não, é do que se trata. Quem inventou o Proer para socorrer os bancos brasileiros durante o governo de Fernando Henrique Cardoso?
Meu ponto aqui não é justificar as intervenções estatais, mas tratar da hipocrisia.
Os americanos agora pretendem invocar a segurança nacional para proteger o mercado interno da competição estrangeira.
O governo Bush escreveu 90 páginas de novas regras para investimento nos Estados Unidos. Alega que é reação ao escândalo de 2006, quando uma empresa controlada pelo emirado de Dubai quase assumiu o gerenciamento de seis dos maiores portos do país.
Desde 1988 o presidente americano tem poder de veto sobre qualquer negócio que considere afetar a segurança nacional. Agora um comitê governamental ganhará amplo poder para investigar as transações.
Se a lei for aprovada o diretor de inteligência nacional - que comanda todas as agências do setor, inclusive a CIA - passa a ser consultado. Qualquer negócio envolvendo energia e infra-estrutura será obrigatoriamente avaliado e as regras tornarão mais rígido o escrutínio se a dona do dinheiro for uma empresa estatal de outro país.
Além disso, qualquer investimento dos chamados fundos soberanos não fica isento de investigação, ainda que resulte em participação minoritária - como ocorreu recentemente quando fundos árabes e asiáticos colocaram U$ 30 bilhões em empresas do ramo financeiro, dentre elas o Citigroup e a Merril Lynch.”
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