Este blog, em 1º de maio do ano passado, postou um artigo do qual destaco o seguinte trecho:
“QUASE ATAQUE DOS EUA AO BRASIL
Em 17 de fevereiro de 2008, no artigo deste blog com o título “O petróleo e a pergunta: ‘Forças Armadas para quê’?”, relatamos que o Brasil, há poucos anos, quase foi atacado militarmente pelos EUA na região de Foz do Iguaçu. E de surpresa.
O jornal Folha de S. Paulo, em 30/06/2004, noticiou que o Departamento de Defesa dos EUA (DOD) vê a região da tríplice fronteira Brasil-Argentina-Paraguai como “financiadora de terroristas árabes”.
Naquela região, situa-se a gigantesca usina de Itaipu, fornecedora de mais de 25% da energia elétrica consumida pelo Brasil. Além disso, ela possui um enorme manancial subterrâneo de água doce e é uma importante região estratégica para dominar militarmente o sul e o sudeste do Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai.
O DOD chegou a propor uma “ação forte” dos EUA na tríplice fronteira ao final de 2001, antes do ataque ao Afeganistão.
O “Jornal da Band” (TV Bandeirantes) divulgou em 02/08/2004 que, “logo após o atentado de setembro de 2001 em Nova Iorque, o Pentágono propôs à Casa Branca um forte ataque de surpresa ao Brasil (e ao Paraguai e Argentina) naquela região, antes de os EUA atacarem o Afeganistão e o Iraque”.”
Pois é. Na falta de outro motivo, eles não querem abandonar esse pretexto para intervir militarmente na América do Sul quando julgarem oportuno.
Vejamos o artigo seguinte, que li ontem no portal UOL. Foi escrito em Washington com base em informações da agência francesa de notícias AFP e do jornal norte-americano “The New York Time”:
TRÍPLICE FRONTEIRA VOLTA A SER PREOCUPAÇÃO DOS EUA
Em audiência no Senado, diretor nacional de Inteligência de Obama menciona região como possível refúgio de terroristas e traficantes.
Em sua primeira audiência no Senado americano, o novo diretor nacional de Inteligência dos EUA, o almirante da reserva Dennis Blair, afirmou ontem que o grupo libanês Hezbollah "está presente na Tríplice Fronteira - entre Brasil, Paraguai e Argentina -, região conhecida pelo tráfico de drogas e armas". A atuação do partido libanês, considerado terrorista por Washington, teria sido reforçada pela proximidade entre o Irã e o governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Blair, porém, não deu evidências sobre a presença do Hezbollah na região. Desde o governo de Bill Clinton, Washington aponta para indícios de que o grupo xiita atua na Tríplice Fronteira - preocupação que se estende agora à administração Obama.
A aliança Caracas-Teerã teria também servido de "ponte" para o aumento da influência do Irã na América Latina, declarou o chefe da espionagem americana à Comissão de Inteligência do Senado.
Blair admitiu não saber se o Irã desenvolve atualmente armas nucleares, mas garantiu que Teerã "mantém aberta a possibilidade de produzi-las". Os EUA, disse Blair, ainda avaliam se o programa iraniano para desenvolver armas nucleares - congelado em 2003, segundo relatório divulgado pela CIA no ano passado - foi retomado.
Chávez também deverá seguir dando "refúgio" às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), já que tem uma afinidade "ideológica" e "histórica" com o grupo insurgente, alertou o chefe da espionagem. O líder venezuelano buscaria "influenciar a política colombiana". Mas, segundo Blair, as informações incriminadoras reveladas em um computador que pertencia ao líder guerrilheiro Raúl Reyes, assassinado pela Colômbia em março de 2008, fez Chávez moderar o tom agressivo com Bogotá.
A maior ameaça à segurança dos EUA, entretanto, é a "crise financeira mundial e suas implicações geopolíticas", disse o almirante da reserva. A tormenta econômica levaria países frágeis a uma instabilidade política ainda maior. "Quanto mais longa for a crise, maior será a ameaça aos interesses estratégicos americanos", alertou.
Mas, segundo o novo chefe da espionagem, o risco representado pela Al-Qaeda diminuiu em 2008 e hoje o grupo terrorista de Osama bin Laden é "menos e efetiva". Apesar do enfraquecimento do grupo, os EUA ainda continuam vulneráveis a ataques dentro de seu território.
Blair afirmou que os esforços de guerra dos EUA e das forças da Otan não foram capazes de conter a ascensão do Taleban no Afeganistão e Paquistão. Fraco e corrupto, o governo do presidente Hamid Karzai seria incapaz de conter a insurgência, cada vez mais popular entre senhores da guerra da região.
Nenhuma evolução seria possível sem a presença do Exército paquistanês na fronteira com o Afeganistão, mas Islamabad teria perdido autoridade sobre zonas tribais, declarou Blair. Com a perda de espaço, o radicalismo islâmico estaria "em alta" no Paquistão. Ele revelou que "um alto membro da Al-Qaeda" foi recentemente morto no Paquistão por um avião não-tripulado da CIA. Mas o desmantelamento do grupo não pode ser feito apenas com ataques aéreos, alertou.
Com relação à Coreia do Norte, Blair disse que o país comunista só usará duas armas nucleares se se sentir ameaçado, mas acusou Pyongyang de exportar mísseis a vários países do Oriente Médio, entre eles o Irã.”
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