quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O UNILATERALISMO DOS EUA AFRONTA O MUNDO E AMEAÇA A ONU


“Os palestinos conquistaram grande vitória diplomática com o reconhecimento da Palestina como membro pleno da ‘Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura’ (UNESCO).

Mas o fato não agradou os EUA, que reagiram com irritação, anunciando a suspensão do repasse de US$ 60 milhões à organização, que seria realizado em novembro.

A conduta arrogante do império, temperada por boa dose de cinismo, revela a forma enviesada e egoísta com que Washington avalia as ‘Organizações das Nações Unidas’ (ONU) e o conceito muito singular que cultiva acerca do multilateralismo.

CRESCENTE ISOLAMENTO

A admissão da Palestina foi aprovada na segunda-feira (31) pela 'Conferência Geral da UNESCO' por 107 votos a favor, 52 abstenções e apenas 14 votos contra. Brasil, China, Índia, França, Espanha, Rússia, Venezuela e África do Sul, entre outros, apoiaram a justa demanda palestina.

O resultado, um forte pronunciamento das nações contra a opressão imposta aos palestinos pelos sionistas, é mais um sinal do crescente isolamento dos Estados Unidos e de Israel na comunidade das nações. Em resposta, a maior potência imperialista do mundo afronta abertamente a autoridade da ONU e recorre ao boicote financeiro com o declarado objetivo de sabotar a UNESCO.

AVERSÃO AO MULTILATERALISMO

Tudo isso mostra a aversão do império ao autêntico multilateralismo, que, em Washington, só é concebido, retoricamente, como acessório da política estadunidense, ou seja, só vale quando serve aos objetivos obscuros da Casa Branca, como ocorreu recentemente com a resolução do Conselho de Segurança da ONU que abriu caminho à intervenção da OTAN na Líbia. Nessas ocasiões, os EUA se servem cinicamente do manto da ONU para encobrir seus crimes e falam de cara limpa em nome da “comunidade das nações”.

Quando a ONU se opõe aos planos do império, como ocorreu em relação à guerra contra o Iraque em 2003 (justificada por falsos objetivos, como também ocorreu no caso líbio) é declarada “irrelevante” e desprezada. O gesto que se repete agora tem o mesmo caráter imperialista avesso ao autêntico multilateralismo ansiado e reclamado pela maioria das nações.

OFENSIVA SIONISTA

Estimulado pela arrogância estadunidense, Israel anunciou a intensificação da ocupação de territórios palestinos, com a construção de mais 2.000 residências em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia [territórios palestinos invadidos por Israel], além de suspender a transferência de recursos à Autoridade Palestina. Resoluções da ONU não valem para Israel, ao menos enquanto o Estado racista continuar sob a proteção do guarda-chuva norte-americano para praticar impunemente atrocidades e oprimindo a nação palestina.

O império, por sua vez, não abriu mão do projeto de um “novo Oriente Médio” esboçado por Bush , e segue com provocações baratas contra o Irã e a Síria, preparando o caminho para novas guerras. A paz no Oriente Médio, ansiada pelos povos da região e de todo o mundo, não parece possível antes da derrota do imperialismo e o estabelecimento de nova ordem internacional.”

FONTE: portal “Vermelho”  (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=167714&id_secao=9) [imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’]

5 comentários:

Probus disse...

Maria Tereza, presentinhos para usted.

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Discussão entre Eliane Castanhêde e Caco Barcelos (trecho censurado)

http://www.youtube.com/watch?v=o79VPhf_2UE&feature=player_embedded

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Difamacao (Defamation) - A Indústria do Antissemitismo - Yoav Shamir

http://www.youtube.com/watch?v=rCUPXWyE1HY&feature=player_embedded

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Situação na Líbia – Vídeo CENSURADO no YouTube

Testemunho de Lizzie Phelan - Jornalista

Legendas em espanhol e publicação: Georgina Miller Carrasco

http://redecastorphoto.blogspot.com/2011/11/situacao-na-libia-video-censurado-no.html

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Eu Não Vou me Mover - Curta Metragem - Uma obra prima sobre a Hipocrisia

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=_cu00tQp4Ng

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Pepe Escobar: “Entendendo a Líbia”

I Encontro Mundial de Blogueiros Blog World Meeting #BlogMundoFoz #Lybia Pepe Escobar

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=G5oTAruUwJs

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Sarkozy, Obama e o Iluminismo

28/10/2011, MK Bhadrakumar, Indian Punchline

“Sarkozy, Obama and the Enlightenment”

Traduzido pelo Coletivo da Vila Vudu

Sem violência física, é possível obrigar alguém a cuspir a goma de mascar que esteja mascando com evidente prazer?

A Rússia provou que sim.

http://redecastorphoto.blogspot.com/2011/10/sarkozy-obama-e-o-iluminismo.html

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03/11/2011: A economia da polarização

David P.Goldman

Spengler, Asia Times Online

The economics of polarization

Traduzido pelo Coletivo da Vila Vudu

http://redecastorphoto.blogspot.com/2011/11/economia-da-polarizacao.html

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02/11/2011: Por que o Hezbollah apóia o regime de Assad

Amal Saad-Ghorayeb

Conflicts Forum. Listening to Political Islam (resumo)

Understanding Hizbullah’s Support for Asad Regime

Resumo traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Monografia completa (em inglês)

Embora o Hezbollah realmente dependa do regime de Assad para receber armas, só isso não basta para realmente entender toda essa relação complexa, nem explica satisfatoriamente a firmeza da aliança entre o Hezbollah e a Síria. Reduzir a forte aliança que há entre o Hezbollah e o regime de Assad à logística de mísseis deixa escapar inúmeros outros fatores e considerações que dão fundamento à aliança.

http://redecastorphoto.blogspot.com/2011/11/por-que-o-hezbollah-apoia-o-regime-de.html

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02/11/2011: “Love story: o Pentágono e a Primavera Árabe”

Pepe Escobar, ATol
The Pentagon Arab Spring love story

Traduzido pelo Coletivo da Vila Vudu

Quem tenha acreditado que a Primavera Árabe tomaria o Golfo Persa e aquelas terras conhecidas antigamente como Arabia Felix [1] tem hoje muitos motivos para afundar em tristeza.

http://redecastorphoto.blogspot.com/2011/11/pepe-escobar-love-story-o-pentagono-e.html

Unknown disse...

Probus,
Obrigada. Ótimas referências. Já vou aqui postar uma delas.
Maria Tereza

Probus disse...

Esta também é uma delícia!!

03/11/2011: Malditos comunistas!

Em Cuba, se você tiver aptidão para o esporte, vai poder se desenvolver com total apoio do Estado. Pô, assim não vale! Do jeito que eles fazem, com escolas para todos, professores especializados e centros de excelência gratuitos, é moleza. Quero ver é fazer que nem a gente, no improviso. Aí, duvido que eles ganhem de nós. Duvido!

José Roberto Torero, em Carta Maior

Acabaram os jogos Pan-Americanos e mais uma vez ficamos atrás de Cuba.

Mais uma vez!

Isso não está certo. Este paiseco tem apenas 11 milhões de habitantes e o nosso tem 192 milhões. Só a Grande São Paulo já tem mais gente que aquela ilhota.

Quanto à renda per capita, também ganhamos fácil. A deles foi de reles US$ 4,1 mil em 2006. A nossa: US$ 10,2 mil.

Pô, se possuímos 17 vezes mais gente do que eles e nossa renda per capita é quase 2,5 vezes maior, temos que ganhar 40 vezes mais medalhas que aqueles comunas.

Mas neste Pan eles ganharam 58 ouros e nós, apenas 48.

Alguma coisa está errada. Como eles podem ganhar do Brasil, o gigante da América do Sul, a sétima maior economia do mundo?

Já sei! É tudo para fazer propaganda comunista.

A prova é que, em 1959, ano da revolução, Cuba ficou apenas em oitavo lugar no Pan de Chicago. Doze anos depois, no Pan de Cáli, já estava em segundo lugar. Daí em diante, nunca caiu para terceiro. Nos jogos de Havana, em 1991, conseguiu até ficar em primeiro lugar, ganhando dos EUA por 140 a 130 medalhas de ouro.

Sim, é para fazer propaganda do comunismo que os cubanos se esforçam tanto no esporte. E também na saúde (eles têm um médico para cada 169 habitantes, enquanto o Brasil tem um para cada 600) e na educação (a taxa de alfabetização deles é de 99,8%). Além disso, o Índice de Desenvolvimento Humano de Cuba é 0,863, enquanto o nosso é 0,813.

Tudo para fazer propaganda comunista!

Aliás, eles têm nada menos do que trinta mil propagandistas vermelhos na cultura esportiva. Ou professores de educação física, se você preferir. Isso significa um professor para cada 348 habitantes. E logo haverá mais ainda, porque eles têm oito escolas de Educação Física de nível médio, uma faculdade de cultura física em cada província, um instituto de cultura física a nível nacional e uma Escola Internacional de Educação Física e Desportiva.

Há tantos e tão bons técnicos em Cuba que o país chega a exportar alguns. Nas Olimpíadas de Sydney, por um exemplo, havia 36 treinadores cubanos em equipes estrangeiras.

E existem tantos professores porque a Educação Física é matéria obrigatória dentro do sistema nacional de educação.

Até aí, tudo bem. No Brasil a Educação Física também é obrigatória.

A questão é que, se um cubano mostrar certo gosto pelo esporte, pode, gratuitamente, ir para uma das 87 Academias Desportivas Estaduais, para uma das 17 Escolas de Iniciação Desportiva Escolar (EIDE), para uma das 14 Escolas Superiores de Aperfeiçoamento Atlético (ESPA), e, finalmente, para um dos três Centros de Alto Rendimento.

Ou seja, se você tiver aptidão para o esporte, vai poder se desenvolver com total apoio do Estado.

Pô, assim não vale!

Do jeito que eles fazem, com escolas para todos, professores especializados e centros de excelência gratuitos, é moleza.

Quero ver é eles ganharem tantas medalhas sendo como nós, um país onde a Educação Física nas escolas é, muitas vezes, apenas o horário do futebol para os meninos e da queimada para as meninas. Quero ver é eles ganharem medalhas com apoio estatal pífio, sem massificar o esporte, sem um aperfeiçoamento crescente e planejado.

Quero ver é fazer que nem a gente, no improviso. Aí, duvido que eles ganhem de nós. Duvido!

Malditos comunistas...

(José Roberto Torero é formado em Letras e Jornalismo pela USP, publicou 24 livros, entre eles O Chalaça (Prêmio Jabuti e Livro do ano em 1995), Pequenos Amores (Prêmio Jabuti 2004) e, mais recentemente, O Evangelho de Barrabás. É roteirista de cinema e tevê, onde por oito anos escreveu o Retrato Falado)

FONTE: Carta Maior

Probus disse...

03/11/2011: A reunião do G20

Nesta quinta-feira (3) começa a reunião do G20, quer dizer, a dos países mais desenvolvidos e ricos do planeta: Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Grã Bretanha, França, Itália, e a União Europeia como entidade a parte com direito a participar.

Por Fidel Castro Ruz, em Cuba Debate

Esses são os baluartes fundamentais da Otan, mais seus aliados Japão, Coreia do Sul, Austrália e Turquia em seu duplo aspecto de país em desenvolvimento e membro da Otan, assim como Arábia Saudita – um gigantesco depósito de petróleo nas mãos das transnacionais do Ocidente, que extraem dali 9,4 milhões de barris diários, cujo valor ao preço atual chega a US$ 1 bilhão por dia – em um lado da mesa, e, no outro, um grupo de países com crescente peso econômico e político, que de fato se convertem, pelo número de seus habitantes e seus recursos naturais, em uma expressão dos interesses da maioria de nosso sofrido e saqueado mundo: a República Popular da China, a Federação Russa, Índia, Indonésia, África do Sul, Brasil, Argentina e México.

Espanha, também aliada da Otan, é apenas “país convidado”.

Trata-se de uma reunião entre os grandes produtores de maquinários e artigos industriais e os grandes administradores de matérias-primas, que ao longo de meio milênio depois da conquista, foram colônias europeias e no último século os abasteceram de produtos agrícolas, minerais e recursos energéticos, vítimas de um desumano intercâmbio desigual.

Colonização e barbárie

Este obscuro período da história vem ocorrendo desde que os descendentes das tribos bárbaras que povoaram a Europa, “descobriram” e conquistaram este hemisfério armados com espadas, catapultas e arcabuzes.

“Os descobridores”, que foram objeto de apologia pelo chamado mundo ocidental – como se no continente não vivesse uma parte da humanidade há 40 mil anos –, alimentavam o propósito de buscar uma rota mais curta para o comércio com a China.

Na China, que possuía antecedentes por meio dos comerciantes de seda e outros valiosos produtos desejados pela aristocracia e a nascente burguesia europeia, encontraram uma fabulosa civilização detentora de uma linguagem escrita, arte refinada, agricultura, metais, pólvora e avançados princípios de organização política e militar, incluídos exércitos com dezenas ou talvez centenas de milhares de soldados de cavalaria.

Eles estavam a ponto de naufragar quando, nas proximidades de Cuba, encontraram terra. Pouco depois [Cristóvão] Colombo tomou posse de nossa ilha em nome do rei da Espanha. Poderia ter feito isso se realmente chegasse à China, como era seu propósito? Seu erro custou a este hemisfério dezenas de milhares de vidas, que se perderam como consequência da repartição da América, em virtude de uma bula papal entre dois reinos da península Ibérica, nos constantes conflitos de sua nobreza medieval.

A conquista e a busca de ouro e prata custaram, como afirmava o genial pintor indígena Oswaldo Guayasamín, 70 milhões de vidas aos que habitavam o hemisfério, berço de importantes civilizações.

A África negra também pode falar do que significou aquela conquista para milhões de seus filhos, arrancados e vendidos como escravos neste hemisfério.

Uma minoria no controle

A oligarquia multimilionária, cujos chefes de Estado ou governo se reunirão em Cannes com os representantes de quase 6 bilhões de habitantes, que aspiram a uma existência digna para seus povos, deveria meditar sobre estas realidades.

Aqueles países pretendem monopolizar as tecnologias e os mercados por meio das patentes, dos bancos, dos meios mais modernos e caros de transporte, o domínio cibernético dos processos produtivos complexos, o controle das comunicações e dos meios massivos de informação para enganar o mundo.

Probus disse...

Agora que os habitantes do planeta somam 7 bilhões, os Estados que representam apenas uma de cada sete pessoas, as quais, a julgar pelos protestos massivos na Europa e nos Estados Unidos, não estão muito felizes, colocam em risco a sobrevivência de nossa espécie.

Poderia alguém esquecer que os Estados Unidos foram o país que impediu o Acordo de Kyoto quando se dispunha de um pouco mais de tempo para impedir uma catástrofe com a mudança climática que está sendo produzida a olhos vistos?

Cúpula Ibero-americana

Nos dias 28 e 29 do mês de outubro último, ocorreu outra reunião de chefes de Estado e governo que integram a Comunidade de Países Ibero-americanos. Entre as calamidades que tiveram que suportar os povos de fala espanhola e portuguesa, está o fato de ser a região do mundo com mais desigualdade na distribuição das riquezas.

O chanceler de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, viajou da reunião da ONU em Nova York onde falou sobre o bloqueio imposto a Cuba pelos EUA, para a capital do Paraguai, onde a reunião Ibero-americana ocorreu. Ali foram ditas coisas de grande interesse com relação à crise que sacode a Comunidade Europeia.

O novo primeiro-ministro de Portugal externou sua amargura com a União Europeia, quando afirmou que esta ficou exaurida e sem fundos com o resgate de magnitude recorde destinado à Grécia. Poderia enfrentar uma crise em Portugal, mas cairia em bancarrota, impossibilitada de socorrer a Itália, a sétima economia mundial, o que arrastaria a França, em cujos bancos se acumula a maior parte da dívida italiana.

Os líderes ibéricos duvidam que o compromisso assumido com a Grécia seja cumprido e do não cumprimento, preveem uma crise mais prolongada que a de 1929.

Governança mundial

Na manhã da quarta-feira (2) os veículos informavam as duras consequências das chuvas nunca vistas na Tailândia, o maior exportador de arroz, cujas vendas se reduziram de 25 milhões de toneladas a 19.

No entanto, notícias de que a China aumentou para quase 5 milhões de toneladas a produção de cobre metálico, surtiu efeitos consideráveis.

Por outro lado, enquanto os Estados Unidos conservam intacto o poder de veto no Fundo Monetário Internacional, à China é negado nesse organismo o simples direito de aprovar o yuan como moeda conversível. Quanto tempo durará essa tirania?

É através desse cristal que devemos analisar cada palavra que se pronuncie na cúpula do G-20.

Tradução: da Redação do Vermelho,
Vanessa Silva