Lançamento do ‘Advanced Hypersonic Weapon’
“O fato de os Estados Unidos, mesmo em crise econômica e política – com milhares de pessoas ocupando as ruas para protestar contra o sistema – terem anunciado o sucesso, há três dias, do vôo de teste, entre o Havaí e as Ilhas Marshall, de uma nova bomba voadora de velocidade supersônica [‘Advanced Hypersonic Weapon’ (Arma Hipersônica Avançada)] capaz de voar com velocidade cinco vezes mais rápida que a do som], capaz de atingir qualquer ponto do globo em menos de uma hora, tem que servir de alerta para o Brasil e para o BRICS.
Por Mauro Santayana, em seu blog
Enquanto investimos bilhões na compra de equipamento e tecnologia militar obsoleta, como os submarinos Scorpéne e, eventualmente, o Rafale, desenvolvidos há mais de 30 anos, os Estados Unidos não cessam de pesquisar novas armas de destruição em massa, e sistemas de armamento naval como o canhão magnético de munição cinética, anunciado no ano passado, que não depende de combustível para atingir alvos a uma distância de 300 quilômetros.
Isso, apesar de Washington ter déficit de 7 trilhões de dólares, boa parte dele derivado dos 35 bilhões de dólares que gasta, por semana, para manter seus soldados no Iraque e no Afeganistão, países dos quais já prepara a retirada de suas tropas convencionais – com o rabo entre as pernas – a partir do ano que vem.
A insistência de os Estados Unidos em continuarem se armando, mesmo em uma situação de crise econômica e institucional crescente, aponta para a cristalização de uma perigosa equação, que, do ponto de vista do resto do mundo – excetuando-se a Europa, cada vez mais submissa aos interesses norte-americanos – equivale a um mendigo louco com uma arma na mão na praça de alimentação de um Shopping, ou, à velha metáfora, mais usada antigamente, de um macaco solto em uma loja de louças.
Como a história mostrou nos anos do equilíbrio do terror da Guerra Fria, quando os EUA não ousariam invadir países como o Iraque e o Afeganistão sem a aquiescência tácita da URSS, de nada adianta construir uma nova ordem multipolar, se o poder no mundo continuar obedecendo a uma situação unipolar do ponto de vista militar.
O BRICS tem se erguido, nos últimos anos, na economia e na diplomacia, justamente para fazer frente à Europa e aos Estados Unidos, porque o mundo não pode continuar refém, como tem acontecido, das decisões que são tomadas em uma Europa e em uma América do Norte cada vez mais frágeis, no âmbito político-institucional, e cada vez mais decadentes, do ponto de vista econômico.
Nada disso funcionará, no entanto, se a projeção do crescente poder do BRICS não se fizer, também, na área militar. Não dá para se pensar em estratégia de defesa viável, no futuro, se não juntarmos nossos recursos financeiros e tecnológicos, nosso conhecimento e nossos pesquisadores militares aos da Rússia, da China, da Índia e da África do Sul para o desenvolvimento de nova geração de armamentos que vá, como está ocorrendo com os Estados Unidos, um pouco além do armamento convencional hoje existente.
Não se pode confiar nem cooperar com os países ocidentais nessa área. Eles só nos veem como “parceiros” da hora dos coquetéis de seus adidos militares, ou quando têm interesse de nos vender material obsoleto para utilizar o lucro no desenvolvimento de novas gerações de armamentos. Quando chega o momento de a onça beber água, eles se aliam entre si, e nos veem como sempre nos viram, como um bando de subdesenvolvidos. Que o diga a Argentina, que até hoje não esqueceu as lições que aprendeu quando precisou de armamento para reposição na Guerra das Malvinas.”
FONTE: escrito pelo jornalista Mauro Santayana em seu blog. Transcrito no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=169148&id_secao=9) [imagem do Google e trecho entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].
7 comentários:
PARTE
23/11/2011: “A pedregosa estrada de Damasco”
Por Pepe Escobar, Asia Times Online The Roving Eye
That rocky road to Damascus
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
A pergunta de um trilhão de dólares no “Inverno Árabe” é quem piscará primeiro no roteiro do Ocidente para esgueirar-se até Teerã via Damasco.
Quando examina o tabuleiro regional e o conjunto formidável de forças que se alinham contra eles, o Líder Supremo Aiatolá Ali Khamenei e a ditadura militar do mulariato em Teerã vêem simultaneamente Washington, a superpotência; os estados-membros e bombardeadores malucos da Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN; Israel; todas as monarquias absolutas sunitas árabes; e até a maioria sunita da Turquia secular.
E a República Islâmica só pode contar, a seu favor, com Moscou. Não é tão pouco quanto possa parecer.
A Síria é indiscutível aliada chave do Irã no mundo árabe – e Rússia, junto com China, são seus aliados geopolíticos chaves. A China, até agora, continua a repetir que solução para a Síria, seja qual for, terá de ser negociada.
A única base russa no Mediterrâneo está no porto sírio de Tartus. Não por acaso, a Rússia instalou seu sistema S-300 de defesa – dos melhores sistemas de mísseis terra-ar de todas as altitudes que há no mundo, comparável ao sistema Patriot dos EUA – em Tartus. E o sistema será atualizado, em breve, para o S-400, ainda mais sofisticado.
Do ponto de vista de Moscou – e também do ponto de vista de Teerã –, mudança de regime em Damasco é caso de não-não. Significaria expulsão de virtualmente todos os navios russos e iranianos, do Mediterrâneo.
...Quando os neoconservadores dos EUA governavam o universo – há apenas poucos anos – o motto era “Homens de verdade vão para Teerã”. É hora de melhorar isso. A coisa hoje está mais para “homens de verdade vão para Teerã via Damasco, mas só se tiverem colhões para encarar Moscou”.
http://redecastorphoto.blogspot.com/2011/11/pepe-escobar-pedregosa-estrada-de.html
Probus,
Ótimo artigo de Pepe Escobar postado por Castor Filho. Não o havia lido.
Vou incluir o "Rede Castor Photo" na lista de blog recomendado. Provavelmente, repetirei aqui a postagem.
Obrigada
Maria Tereza
Mas, Mauro Santayana é MARAVILHOSO (fez até um post em cima de um comentário meu...)
O Vila Vudu é muito bom mesmo.
Rafael é um anjo... adoro o Correa!!
LEU ISSO??
23/11/2011: Equador cobra democratização do sistema das Nações Unidas
O governo do Equador realiza contatos com diferentes países para fortalecer uma proposta de democratizar o sistema da Organização das Nações Unidas (ONU), e convoca uma integração da região para mudar essa relação de poder. A informação foi passada pelo presidente equatoriano, Rafael Correa, ao dizer a jornalistas estrangeiros que o Conselho de Segurança da ONU "é um poder absolutamente antidemocrático".
"Nesse órgão têm poder de veto países que descaradamente se nomearam os policiais e árbitros do mundo", afirmou. "Estamos levantando propostas sobre isto, mas sabemos que sozinhos não vamos a lugar algum. Trata-se de unir esforços entre muitos países que buscam mudar esse sistema tão antidemocrático".
Correa criticou igualmente o sistema interamericano da Organização de Estados Americanos (OEA), da qual destacou a contradição de que sua sede esteja em Washington, quando os Estados Unidos não reconhecem a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
O presidente manifestou seu desejo de que a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), que será constituída na Venezuela nestes 2 e 3 de dezembro, substitua a Organização de Estados Americanos (OEA).
Ele reafirmou a vontade do Equador de desenvolver a CELAC como um fórum para a resolução de conflitos regionais, que substitua a OEA, por sua clara inclinação a favor dos países hegemônicos.
"Estamos trabalhando pela integração, porque estamos conscientes de que só como bloco teremos mais importância no cenário mundial para impedir que nos submetam não apenas os países hegemônicos, mas capitais hegemônicas".
"Se a América Latina continua desunida e o investimento estrangeiro compete nos países da região, exonerando impostos ou baixando os salários reais, o que faremos é dar a pouca riqueza de nossos países em benefício do grande capital", afirmou.
"E a melhor maneira de enfrentar isso é com a ação coletiva regional, onde nossa política internacional se caracteriza pela soberania, a dignidade, e por buscar uma ordem planetária mais humano, mais justa, e mudar as relações de poder", completou.
Para Correa, a América Latina tem tudo para ser o continente mais próspero do planeta "e, na média, ainda que não sejam os mais pobres, temos pobres mais pobres que nos países desenvolvidos e ricos mais ricos que nesses países industrializados", afirmou o presidente.
"A América Latina se caracterizou pela desigualdade e por sistemas excludentes, e isso reflete a relação de poderes", disse ao se referir "aos poderes de fato que independentemente de que não ganharem as eleições continuavam governando".
Fonte: Prensa Latina
P.S. Foi um brincadeira dessa que derrubou Muammar Gaddafi. Mas, nós temos que desafiar o Tio Sam PIRATÃO e temos que ter uma legislação própria, LATINA. Tal qual, a criação do Banco do Sul, este irá ter um impulso forte com a entrada do BRICs associado. É, é um Tribunal Penal do SUL... é um Fundo Monetário do SUL... e, com a QUEBRA do EURO e o DÓLAR FALIDO virá a moeda do sul???????
Oi Maria Tereza, pra você que gosta de ler o VERMELHO, duas matérias bem interessantes.
24/11/2011: Derramamento de sangue em Honduras e a desonra de Obama
Imagine que um ativista opositor fosse assassinado em plena luz do dia na Argentina, na Bolívia, no Equador ou na Venezuela por pistoleiros mascarados, ou sequestrado e assassinado por guardas armados de um conhecidíssimo partido do governo.
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=169358&id_secao=7
23/11/2011: Aperte um botão nos EUA e mate alguém no Paquistão
Dez anos depois do primeiro ataque aéreo realizado por um avião sem tripulantes, representantes das empresas que os fabricam reúnem em Londres.
Por Chris Wood, do Bureau of Investigative Journalism
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=169299&id_secao=9
COMPLEMENTANDO:
23/11/2011: Equador propõe a criação da Corte Internacional Penal da Unasul
O fiscal geral do Equador, Galo Chiriboga, defendeu, em entrevista concedida à agência equatoriana Andes, a necessidade de criar uma Corte Internacional Penal que integre as normas jurídicas dos países membros da União de Nações Sul Americanas (Unasul) com o objetivo de combater os crimes comuns na região.
Em entrevista à agência, Chiriboga explicou que se trata de uma proposta que já chegou ao conhecimento dos presidentes do Equador, Rafael Correa e da Colômbia, Juan Manuel Santos, e que espera fazer com que ela chegue um alguns dias, ao chefe de Estado peruano, Ollanta Humala.
Leia também
Unasul estuda plano de ação para combate às drogas
Ele sustentou que, por meio desta Corte Internacional, e com a aprovação prévia dos Estados membros da Unasul, poderão ser estabelecidos critérios penais para combater de maneira conjunta crimes como o narcotráfico e lavagem de dinheiro.
“Se tratarmos (os crimes) sob o ponto de vista da cooperação internacional, creio que nossos países terão uma melhor resposta frente a eles”, justificou Chiriboga.
O fiscal ressaltou também a necessidade de estabelecer, em primeiro lugar, uma negociação política entre os estados membros da Unasul para definir os tipos de condenações que estariam na competência da Corte Internacional Penal.
“É um processo de envergadura, de negociação complexa, mas que queremos iniciar, e esperamos que em um médio prazo possamos concretizá-lo. Creio que todos os países estão interessados em lutar contra essas expressões de delinquência que têm uma característica internacional”, assegurou Chiriboga.
Com informações da agência Andes
Via VERMELHO
23/11/2011: Ulan: conquistas e desafios da imprensa latino-americana
O presidente da União latino-americana de Agências de Notícias (Ulan), Sergio Fernández, destacou em entrevista à Prensa Latina, nesta quarta (22), que o órgão já tem importância estratégica e agora acelera em direção à consolidação mediante a articulação das agências noticiosas dos países membros.
Por Christiane Marcondes*
Fernández comentou que a instituição, oficialmente inaugurada em 2010, tem como objetivo reunir informações que demonstrem a configuração dos novos tempos políticos que a América Latina está vivendo.
Citou, nesse sentido, a contribuição da cubana Prensa Latina, da argentina Telam, da mexicana Notimex e da Agência Venezuelana de Notícias para que a região se apresente diante do mundo “Com nossa própria voz, diferenças e cultura”.
Comparou o cenário atual do jornalismo latino-americano: “Os tempos mudaram, já não são as agências norte-americanas e européias que encabeçam a imprensa mundial com suas notícias, no passado, a América Latina só ganhava manchetes quando corria uma catástrofe, um golpe de estado ou outro tipo de tragédia”, ponderou.
E acrescentou: “Os latino-americanos têm competência de construir valores próprios, simbólicos. Estamos em uma região que, diante da crise mundial, está de pé, no rumo da plena autonomia e esses fatos precisam ser divulgados internacionalmente por nossos veículos”.
Debate e intercâmbio
Nesta quarta (23), especialistas de vários países estiveram representando as agências noticiosas latino-americanas durante um seminário e intercâmbio organizado pela Secretaria de Comunicação da Presidência Uruguaia e pela ULAN.
O presidente do Uruguai, José Mujica, recebeu os convidados, na abertura qualificada por Fernandez como um dos “pontos altos do evento”. Vale ressaltar também as intervenções de Fernández, também vice-presidente de Telam, José Dos Santos, da Prensa Latina, Rafael Croda, da Notimex, e Carlos Troya, da IP Paraguay, que compartilharam experiências locais.
O evento debateu o papel das entidades governamentais do setor de comunicação e definiu os elementos necessários para acelerar a organização e consolidação da entidade.
*com informações da Prensa Latina
Via VERMELHO
Probus,
Você 'garimpa' ótimos artigos. Seus comentários com as transcrições e links tornam disponível para mim e demais leitores do blog rico acervo de informações.
Muito obrigada
Maria Tereza
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