Johnn Brennan
Com Johnn Brennan chefiando a CIA, vamos assistir à multiplicação dos assassinatos por controle remoto
Do jornal “O GLOBO”; transcrito no site "DefesaNet"
[Nota do site “DefesaNet”: “Para o Governo Obama, todos os carinhos e "esquecimentos da mídia liberal (esquerda) americana, liderada especialmente pelo “NY Times”. O “Programa de Assassinatos Seletivos” implantado pela CIA é amplamente ignorado pela mídia americana. O editor”]
Por Rasheed Aboualsamh
“Os Estados Unidos estão conduzindo uma guerra
escondida contra militantes islâmicos usando aviões armados de pequeno porte,
teleguiados e sem pilotos, chamado de “drones” em inglês, para matar pessoas
que eles suspeitam de conspirar contra os EUA.
Adotada pela administração de George W. Bush em 2004, após os ataques da
al-Qaeda de 11 de setembro de 2001, em Nova York, a frota cresceu rapidamente
em número depois que Barack Obama foi eleito presidente em 2008. Esse programa
de “assassinatos planejados” não foi publicamente reconhecido, e é controlado
pela “Central de Inteligência Americana”, a CIA.
Por ser controlado por um dos braços clandestinos do governo americano, esse programa de assassinatos à longa distância nunca teve muita publicidade, e tem se desenrolado num clima de sigilo e muita fumaça. Por isso, a tarefa de seguir o numero de ataques de “drones” pelos EUA no Afeganistão, no Iêmen e na Somália, e os números de vitimas, ficou a cargo de jornalistas independentes nos EUA e Inglaterra.
Conforme o site americano “The Long War Journal”, de 2002 até 2012 foram lançados 57 ataques aéreos contra alvos no Iêmen, matando 299 militantes e 82 civis. Mas o campeão em números absolutos foi o Paquistão, por causa da ocupação do vizinho Afeganistão por tropas americanas e europeias desde 2002, que viu 331 ataques aéreos americanos de 2004 ate o dia 9 de janeiro 2013.
As mortes no Paquistão também foram surpreendentes: 2.474 [supostos] “militantes do Talibã ou al-Qaeda” e 153 civis, de 2006 até janeiro de 2013, segundo estima o “Long War Journal”. Na maioria das vezes, nos ataques contra alvos no Paquistão, os americanos defenderam suas ações como “preventivas”, alegando que esses [supostos] militantes “estavam planejando” ataques contra tropas americanas no Afeganistão.
No Iêmen, os ataques americanos foram dirigidos contra membros da al-Qaeda da Península Árabe, sediada naquele país, e que teria planejado ataques contra alvos americanos, como o do nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, que iria explodir um voo para Detroit, nos EUA, no Natal de 2009, e um complô de mandar bombas para os EUA escondidas em pacotes em 2010.
O problema é que nenhum dos acusados tem a chance de se defender, como poderia fazer num tribunal de justiça. Há, também, o fato de inocentes serem mortos. O mísseis são lançados, deve-se notar, por operadores americanos a milhares de quilômetros de distância, vendo o alvo do ataque por câmeras fixadas nos “drones”, que mandam de volta imagens nem sempre nítidas.
O site britânico “Bureau of Investigative Journalism” e o jornal “Sunday Times” fizeram uma reportagem conjunta em 2012 em que concluíram que a CIA estava deliberadamente alvejando equipes de resgate e funerais de vítimas de ataques prévios americanos, com novos mísseis lançados por “drones” no Paquistão. Relataram que, entre 282 e 535 civis, foram mortos por “drones” nos primeiros três anos do primeiro mandato de Obama, incluindo mais de 60 crianças [futuras potenciais terroristas?]. Depois de uma investigação de três meses, também concluíram que, pelo menos, 50 civis foram mortos quando ajudavam vítimas de um ataque.
No Iêmen, Obama enfrentou críticas duras depois de autorizar um ataque de “drone” em setembro 2011 que matou o cidadão americano Anwar al-Awlaki considerado “terrorista da al-Qaeda”. Foi a primeira vez que um presidente americano admitiu, publicamente, que tinha autorizado o assassinato de outro cidadão americano, sem dar a ele a chance de se defender num tribunal.
Duas semanas depois, o filho de 16 anos de Anwar, Abdulrahman, também um cidadão americano, foi morto por um míssil americano no Iêmen. Em dezembro 2012, Christiane Amanpour, da rede CNN, entrevistou o avô do garoto, Nasser al-Awlaki, que perguntou: “Por que mataram meu neto, um garoto inocente que somente estava procurando seu pai?”
No Paquistão, os ataques dos “drones” têm gerado muita raiva contra os EUA entre a população em geral e dirigentes do governo, que “sentem” que sua soberania estaria sendo violada [Será que, se o Paquistão matasse às centenas dentro dos EUA com drones, os norte-americanos também “sentiriam que sua soberania estaria sendo violada”?]. Não surpreendente, uma sondagem de opinião pública no Paquistão revelou que 83% dos paquistaneses não gostam dos EUA. Nos EUA, outra sondagem revelou que mais de 80% dos americanos apoiam os ataques de drones.
A causa desse apoio popular americano se deve em parte a John Brennan, o atual candidato de Obama para chefiar a CIA, e o idealizador do aumento de uso de drones na “guerra contra o terror” desde o inicio do primeiro mandato de Obama. Até o ano passado, segundo o “Bureau of Investigative Journalism”, Brennan insistia que não havia nenhuma morte de civis “inocentes” em ataques de drones. Isso se devia ao fato que o governo americano considera como “combatente inimigo” qualquer homem de idade apta para o serviço militar (15 a 60 anos) que esteja numa “zona de ataque” — e assim um alvo “legítimo”. Lógica arrogante e falsa.
O apoio doméstico a esse “programa de assassinato à distância” é talvez compreensível tendo em conta o choque que americanos sentiram depois dos [estranhíssimos] ataques de 11 de setembro. Mas será que eles realmente apoiariam esses assassinatos se soubessem dos inocentes civis mortos, considerados como “danos colaterais”? O “Conselho de Direitos Humanos da ONU” pensa diferente, e já disse que vai investigar a morte de civis por “drones” americanos.
Os EUA continuam sendo um superpoder que acha que pode ir atrás de [supostos ou potenciais] “terroristas” em qualquer lugar do mundo, mesmo fora de campos de batalha, e matá-los. O problema com isso é que tira o direito de um acusado se defender, e mata inocentes. Isso pode dar “satisfação momentânea” aos americanos, mas no longo prazo vai gerar mais ódio contra os Estados Unidos. Lamentavelmente, com Brennan chefiando a CIA, vamos ver ainda muito mais mortes por drones americanos.”
Por ser controlado por um dos braços clandestinos do governo americano, esse programa de assassinatos à longa distância nunca teve muita publicidade, e tem se desenrolado num clima de sigilo e muita fumaça. Por isso, a tarefa de seguir o numero de ataques de “drones” pelos EUA no Afeganistão, no Iêmen e na Somália, e os números de vitimas, ficou a cargo de jornalistas independentes nos EUA e Inglaterra.
Conforme o site americano “The Long War Journal”, de 2002 até 2012 foram lançados 57 ataques aéreos contra alvos no Iêmen, matando 299 militantes e 82 civis. Mas o campeão em números absolutos foi o Paquistão, por causa da ocupação do vizinho Afeganistão por tropas americanas e europeias desde 2002, que viu 331 ataques aéreos americanos de 2004 ate o dia 9 de janeiro 2013.
As mortes no Paquistão também foram surpreendentes: 2.474 [supostos] “militantes do Talibã ou al-Qaeda” e 153 civis, de 2006 até janeiro de 2013, segundo estima o “Long War Journal”. Na maioria das vezes, nos ataques contra alvos no Paquistão, os americanos defenderam suas ações como “preventivas”, alegando que esses [supostos] militantes “estavam planejando” ataques contra tropas americanas no Afeganistão.
No Iêmen, os ataques americanos foram dirigidos contra membros da al-Qaeda da Península Árabe, sediada naquele país, e que teria planejado ataques contra alvos americanos, como o do nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, que iria explodir um voo para Detroit, nos EUA, no Natal de 2009, e um complô de mandar bombas para os EUA escondidas em pacotes em 2010.
O problema é que nenhum dos acusados tem a chance de se defender, como poderia fazer num tribunal de justiça. Há, também, o fato de inocentes serem mortos. O mísseis são lançados, deve-se notar, por operadores americanos a milhares de quilômetros de distância, vendo o alvo do ataque por câmeras fixadas nos “drones”, que mandam de volta imagens nem sempre nítidas.
O site britânico “Bureau of Investigative Journalism” e o jornal “Sunday Times” fizeram uma reportagem conjunta em 2012 em que concluíram que a CIA estava deliberadamente alvejando equipes de resgate e funerais de vítimas de ataques prévios americanos, com novos mísseis lançados por “drones” no Paquistão. Relataram que, entre 282 e 535 civis, foram mortos por “drones” nos primeiros três anos do primeiro mandato de Obama, incluindo mais de 60 crianças [futuras potenciais terroristas?]. Depois de uma investigação de três meses, também concluíram que, pelo menos, 50 civis foram mortos quando ajudavam vítimas de um ataque.
No Iêmen, Obama enfrentou críticas duras depois de autorizar um ataque de “drone” em setembro 2011 que matou o cidadão americano Anwar al-Awlaki considerado “terrorista da al-Qaeda”. Foi a primeira vez que um presidente americano admitiu, publicamente, que tinha autorizado o assassinato de outro cidadão americano, sem dar a ele a chance de se defender num tribunal.
Duas semanas depois, o filho de 16 anos de Anwar, Abdulrahman, também um cidadão americano, foi morto por um míssil americano no Iêmen. Em dezembro 2012, Christiane Amanpour, da rede CNN, entrevistou o avô do garoto, Nasser al-Awlaki, que perguntou: “Por que mataram meu neto, um garoto inocente que somente estava procurando seu pai?”
No Paquistão, os ataques dos “drones” têm gerado muita raiva contra os EUA entre a população em geral e dirigentes do governo, que “sentem” que sua soberania estaria sendo violada [Será que, se o Paquistão matasse às centenas dentro dos EUA com drones, os norte-americanos também “sentiriam que sua soberania estaria sendo violada”?]. Não surpreendente, uma sondagem de opinião pública no Paquistão revelou que 83% dos paquistaneses não gostam dos EUA. Nos EUA, outra sondagem revelou que mais de 80% dos americanos apoiam os ataques de drones.
A causa desse apoio popular americano se deve em parte a John Brennan, o atual candidato de Obama para chefiar a CIA, e o idealizador do aumento de uso de drones na “guerra contra o terror” desde o inicio do primeiro mandato de Obama. Até o ano passado, segundo o “Bureau of Investigative Journalism”, Brennan insistia que não havia nenhuma morte de civis “inocentes” em ataques de drones. Isso se devia ao fato que o governo americano considera como “combatente inimigo” qualquer homem de idade apta para o serviço militar (15 a 60 anos) que esteja numa “zona de ataque” — e assim um alvo “legítimo”. Lógica arrogante e falsa.
O apoio doméstico a esse “programa de assassinato à distância” é talvez compreensível tendo em conta o choque que americanos sentiram depois dos [estranhíssimos] ataques de 11 de setembro. Mas será que eles realmente apoiariam esses assassinatos se soubessem dos inocentes civis mortos, considerados como “danos colaterais”? O “Conselho de Direitos Humanos da ONU” pensa diferente, e já disse que vai investigar a morte de civis por “drones” americanos.
Os EUA continuam sendo um superpoder que acha que pode ir atrás de [supostos ou potenciais] “terroristas” em qualquer lugar do mundo, mesmo fora de campos de batalha, e matá-los. O problema com isso é que tira o direito de um acusado se defender, e mata inocentes. Isso pode dar “satisfação momentânea” aos americanos, mas no longo prazo vai gerar mais ódio contra os Estados Unidos. Lamentavelmente, com Brennan chefiando a CIA, vamos ver ainda muito mais mortes por drones americanos.”
FONTE: escrito por
Rasheed Aboualsamh e publicado no jornal “O GLOBO”. Transcrito no site “DefesaNet” (http://www.defesanet.com.br/geopolitica/noticia/9275/Guerras-secretas) [Imagem do google e trechos entre colchetes adicionados por este blog
‘democracia&política’].
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