OBAMA
NÃO É UM JUIZ UNIVERSAL
Do portal "Conversa Afiada"
"Saiu no 'JB Online' artigo de Mauro
Santayana:
Por
Mauro Santayana
“O Presidente Barack Obama se nega a informar em que dispositivo da
Constituição se ampara para ordenar o assassinato de cidadãos norte-americanos.
Seu concidadão, Vicki Divoll, ex-assessor do Senado para as questões de
segurança e ex-consultor jurídico da CIA, em título de artigo publicado [na semana passada] pela edição online do "New York Times", faz-lhe a pergunta direta: "Presidente,
quem lhe disse que o Senhor pode matar americanos?"
O autor cita três casos conhecidos de cidadãos americanos assassinados no
Exterior, sob a ordem direta de Obama: Anwar al-Awlaki, um clérigo muçulmano,
nascido no Novo México; Samir Khan, naturalizado norte-americano e Abdulrahman
al-Awlaki, de 16 anos, natural do Colorado, sobrinho do clérigo Anwar. Podem
argumentar que todos têm nomes árabes. Árabes são o nome e o sobrenome também
do Presidente. Esses são os casos conhecidos, mas há outros, certamente.
Há dias, Obama sancionou lei do Congresso, autorizando o monitoramento de
todos os cidadãos estrangeiros que se tornem suspeitos de atividades contra o
seu país. Como se sabe, pelo que ocorreu a bin-Laden e a outros, os
norte-americanos se arrogam o direito de não só vigiar, mas de matar, fora das
operações de guerra declarada, qualquer cidadão estrangeiro, em qualquer lugar
do mundo, em nome "de sua segurança". O lema do governo dos Estados Unidos passa
a ser, assim, o de "Vigiar e Matar".
Essa arrogante postura de juiz universal, com o poder de vida e de morte,
tem acompanhado os Estados Unidos desde os seus primeiros anos, embora haja,
ali, os que a combatam. Sem ir muito longe, no passado, é de se lembrar o
assassinato de Augusto César Sandino, o grande herói do povo da Nicarágua, por
ordem de Washington. O crime foi cometido por Anastásio Somoza, que se tornou
ditador e legou o país aos dois filhos. A dinastia acabou com o movimento
revolucionário que tem o nome do próprio Sandino.
Divolli, em seu texto, argumenta que essas ordens de Obama, se levadas ao
exame dos tribunais, serão declaradas inconstitucionais. O Presidente
pode declarar a guerra, ad-referendum do Congresso, mas não pode mandar matar
ninguém em particular – e em nenhum lugar, dentro ou fora dos Estados Unidos. O
poder executivo não é um órgão da Justiça.
O assassinato de bin-Laden, assistido – e aplaudido – ao vivo, da Casa
Branca, pelo Presidente e sua equipe mais restrita, foi, além de um crime, pela
execução em si mesma, de um homem não condenado por tribunal
competente, manifestação insolente de arrogância imperial, na
violação da soberania do Paquistão. Se os norte-americanos se debruçarem no
exame da História, irão descobrir que os ventos da desforra custam a se
organizar no horizonte, mas, uma vez reunidos, são mais devastadores do
que os tornados e tsunamis."
FONTE: escrito Por Mauro Santayana no "JB Online" e transcrito no portal "Conversa Afiada" (http://www.conversaafiada.com.br/politica/2013/01/18/santayana-obama-e-o-direito-de-matar/).
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