Onde põem as mãos fica o caos
A Ucrânia governada por nazistas mereceu até uma distinção especial do FMI da senhora Lagarde, que decidiu ajudar Kiev à revelia dos estatutos da organização, que a impedem de conceder empréstimos a países em guerra. Mas quem se vai lembrar dessas coisas sem importância como as leis internacionais.
Pois bem, a economia ucraniana exibe hoje relevantes efeitos da intervenção de choque em nome da liberdade e da democracia. O desemprego cresceu em flecha, a inflação é de 65% ao mês, a produção industrial caiu 21%, segundo a imprensa norte-americana, a moeda nacional desvalorizou-se 70% em relação ao dólar e a recessão está à beira dos 7%. Diz-se que, em paralelo, grande parte das contribuições do FMI ajudam preferencialmente os oligarcas democráticos, muito ágeis a negociar as armas que a Ucrânia recebe para afrontar o diabólico Putin com várias nações do Oriente Médio, por seu turno empenhadas em animar grupos terroristas, sempre a bem da democracia. Consta também que a generosidade da senhora Lagarde serve para ressarcir os bancos franceses e alemães expostos ao caos ucraniano, mas como dirá qualquer comentador encartado, tudo isso não passa de "teorias da conspiração".
Ao cabo de um ano e pouco de liberdade e democracia, quando agora se assinala o aniversário da chacina de Odessa cometida por bandos neonazistas – entretanto a receber treino militar de tropas especiais norte-americanas – e que marcou o início da operação militar contra a minoria russófona, a Ucrânia é um país fragmentado, comandado em Kiev por grupos fascistas, sofrendo uma profunda crise humanitária, onde desaparecem pessoas, se assassinam jornalistas e fecham jornais, se impõem leis banindo forças políticas de oposição, como é o caso dos comunistas, onde a economia se debate num estertor sem conserto.
A Ucrânia mergulhou no caos, a exemplo do que acontece na Síria, na Líbia, no Iraque, no Afeganistão, no Iêmen… Onde os cruzados ambulantes da liberdade e da democracia põem as mãos, seja sob as bandeiras dos Estados Unidos da América, da OTAN ou da União Europeia, o que fica é morte, destruição, crises humanitárias, nações aos pedaços… O caos, em suma. O mais provável é que seja uma infeliz coincidência.
FONTE: escrito por José Goulão, jornalista, no Blog "Mundo Cão", de Portugal. Transcrito no "Jornal Avante", de Portugal, e no portal "Vermelho" (http://www.vermelho.org.br/noticia/263267-9).
"Pouco mais de um ano depois da grande explosão dita democrática em Kiev, dirigida por bandos neonazistas, motivada alegadamente pela necessidade de travar e expulsar os oligarcas que tinham tomado conta da Ucrânia, o país mudou.
Por José Goulão no Blog "Mundo Cão", de Portugal
Quem disser o contrário mente. Os oligarcas foram expulsos e substituídos por outros, aliás com muito mais prestigiadas relações, como o senhor Ihor Kolomoysky, íntimo da administração Obama, conhecido também por ter o saudável hábito de resolver os diferendos empresariais a murro e generoso empregador do senhor Hunter Biden, por acaso filho do senhor vice-presidente dos Estados Unidos da América
O mínimo que pode escrever-se é que a Ucrânia vende saúde… Para ficar sem nenhuma. Depois de a junta fascista governante ter entregue o Ministério das Finanças à cidadã norte-americana Natalija Jaresko, que só depois disso obteve cidadania ucraniana – nada que deva surpreender os incautos, porque o ministro da Economia é lituano e o da Saúde é georgiano – o FMI entrou no costumeiro processo de ajuda ao país, que por enquanto vai em 40 bilhões de dólares, em troca das habituais reformas ao estilo das "troicas" [Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI)]. Nesse caso específico, uma fatia de 17,5 bilhões teve como contrapartida a invasão do país pela deusa universal da contaminação, a onipresente "Monsanto", agora com mãos livres para semear transgênicos onde lhe apetecer - que não no sudeste, obviamente – e aspergir o cancerígeno "roundup" onde lhe aprouver.
Por José Goulão no Blog "Mundo Cão", de Portugal
Quem disser o contrário mente. Os oligarcas foram expulsos e substituídos por outros, aliás com muito mais prestigiadas relações, como o senhor Ihor Kolomoysky, íntimo da administração Obama, conhecido também por ter o saudável hábito de resolver os diferendos empresariais a murro e generoso empregador do senhor Hunter Biden, por acaso filho do senhor vice-presidente dos Estados Unidos da América
O mínimo que pode escrever-se é que a Ucrânia vende saúde… Para ficar sem nenhuma. Depois de a junta fascista governante ter entregue o Ministério das Finanças à cidadã norte-americana Natalija Jaresko, que só depois disso obteve cidadania ucraniana – nada que deva surpreender os incautos, porque o ministro da Economia é lituano e o da Saúde é georgiano – o FMI entrou no costumeiro processo de ajuda ao país, que por enquanto vai em 40 bilhões de dólares, em troca das habituais reformas ao estilo das "troicas" [Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI)]. Nesse caso específico, uma fatia de 17,5 bilhões teve como contrapartida a invasão do país pela deusa universal da contaminação, a onipresente "Monsanto", agora com mãos livres para semear transgênicos onde lhe apetecer - que não no sudeste, obviamente – e aspergir o cancerígeno "roundup" onde lhe aprouver.
A Ucrânia governada por nazistas mereceu até uma distinção especial do FMI da senhora Lagarde, que decidiu ajudar Kiev à revelia dos estatutos da organização, que a impedem de conceder empréstimos a países em guerra. Mas quem se vai lembrar dessas coisas sem importância como as leis internacionais.
Pois bem, a economia ucraniana exibe hoje relevantes efeitos da intervenção de choque em nome da liberdade e da democracia. O desemprego cresceu em flecha, a inflação é de 65% ao mês, a produção industrial caiu 21%, segundo a imprensa norte-americana, a moeda nacional desvalorizou-se 70% em relação ao dólar e a recessão está à beira dos 7%. Diz-se que, em paralelo, grande parte das contribuições do FMI ajudam preferencialmente os oligarcas democráticos, muito ágeis a negociar as armas que a Ucrânia recebe para afrontar o diabólico Putin com várias nações do Oriente Médio, por seu turno empenhadas em animar grupos terroristas, sempre a bem da democracia. Consta também que a generosidade da senhora Lagarde serve para ressarcir os bancos franceses e alemães expostos ao caos ucraniano, mas como dirá qualquer comentador encartado, tudo isso não passa de "teorias da conspiração".
Ao cabo de um ano e pouco de liberdade e democracia, quando agora se assinala o aniversário da chacina de Odessa cometida por bandos neonazistas – entretanto a receber treino militar de tropas especiais norte-americanas – e que marcou o início da operação militar contra a minoria russófona, a Ucrânia é um país fragmentado, comandado em Kiev por grupos fascistas, sofrendo uma profunda crise humanitária, onde desaparecem pessoas, se assassinam jornalistas e fecham jornais, se impõem leis banindo forças políticas de oposição, como é o caso dos comunistas, onde a economia se debate num estertor sem conserto.
A Ucrânia mergulhou no caos, a exemplo do que acontece na Síria, na Líbia, no Iraque, no Afeganistão, no Iêmen… Onde os cruzados ambulantes da liberdade e da democracia põem as mãos, seja sob as bandeiras dos Estados Unidos da América, da OTAN ou da União Europeia, o que fica é morte, destruição, crises humanitárias, nações aos pedaços… O caos, em suma. O mais provável é que seja uma infeliz coincidência.
FONTE: escrito por José Goulão, jornalista, no Blog "Mundo Cão", de Portugal. Transcrito no "Jornal Avante", de Portugal, e no portal "Vermelho" (http://www.vermelho.org.br/noticia/263267-9).
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