Li hoje no blog do jornalista Mino Carta:
“Até hoje na Itália falam-se dialetos. Não cabe surpresa: há menos de dois séculos, somente 5 por cento da população falava italiano e a península era uma colcha de retalhos. Daí o regionalismo acentuado, que se manifesta inclusive no uso do dialeto. Alguns são verdadeiras línguas, como o sardo ou friulano.
Registrem porém: mesmo dentro de uma única região, digamos a Ligúria, onde nasci, o ligure sofre modificações locais. Por exemplo: nada em italiano é niente, em genovês é ninte e em Sanremo, a vinte quilômetros da fronteira francesa, é ren. Leve em conta que o reino do Piemonte, que agregava a Ligúria e a ilha da Sardenha, chegava até a atual Nice, então Nizza, onde Giuseppe Garibaldi nasceu em 1807. Aquele trecho de riviera (a palavra é italiana) foi cedido pelo rei Vitor Emanuel II ao imperador Napoleão III em 1860, em troca do apoio recebido em guerra contra os austríacos, destinada a anexar ao reino da Itália em embrião as regiões da Lombardia e do Vêneto. Na ocasião, Garibaldi sofreu muito.
O italiano puro foi gerado pelo dialeto da Toscana, a língua de Dante, que escreveu sua Comedia em “vulgar”, a fala do povo. Conheço palavras dos dialetos genovês e piemontês, em Roma posso passar por romano, entendo outros dialetos, diante de alguns fico como se estivesse na Groenlândia.”
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