Há 40 anos, Israel vem invadindo militarmente e implantando cidades (“assentamentos”) no território palestino. Pouco a pouco, as terras palestinas foram diminuindo a um percentual mínimo da área que lhe fôra reservada pela ONU. As fontes de água e os terrenos férteis foram tomados dos palestinos, dos libaneses (sul do Líbano) e até dos Sírios (Golan). A ONU já emitiu várias resoluções determinando a retirada das terras invadidas, mas não é obedecida por Israel.
Se algum resistente mais nacionalista palestino jogar pedras ou minifoguetes caseiros sem precisão contra as forças invasoras, vem logo uma reação de Israel “retaliadora” devastadora, “em resposta”, matando crianças e mulheres (“escudos humanos”), ação praticamente genocida, com poderosos e de última geração jatos, helicópteros, mísseis, bombas de grande poder de destruição, “inteligentes e de precisão cirúrgica” (sic), e carros de combate fornecidos ou financiados pelos Estados Unidos.
As principais agências de notícias do mundo divulgam muito mais os argumentos pró-Israel e pró-EUA, justificando tudo isso. Como a grande mídia brasileira também é pautada por essas agências, ela vai na mesma linha.
Ontem, li mais uma ameaça de “retaliação” de Israel, “vítima de ataques de foguetes”. Foi na Folha Online (li no UOL):
"SE HAMAS LANÇAR FOGUETES, SERÁ ATACADO DE NOVO", DIZ MINISTRA ISRAELENSE
“A ministra de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, afirmou nesta segunda-feira que, se o movimento islâmico Hamas lançar novo foguete contra os israelenses, o país encerra a retirada das tropas e lança nova ofensiva militar contra os militantes, na faixa de Gaza.
"Se o Hamas lançar um [foguete] Qassam em Israel, será derrubado novamente, como foi agora e eles sabem disso", afirmou Livni, presidente do partido Kadima, em tom de ameaça.
A declaração de Livni vem um dia após o início da retirada parcial das tropas israelenses da faixa de Gaza, em cumprimento à trégua unilateral anunciada pelo primeiro-ministro, Ehud Olmert, na noite de sábado (17). No dia seguinte, o Hamas anunciou cessar-fogo de suas forças e grupos aliados e deu uma semana para a retirada dos soldados de Israel.
"[Hamas] sabe hoje o que Israel faz quando é atingido, o mundo sabe o que ele faz quando é atingido e até mesmo aceita. Por isso, eu acho que eles não farão isso de novo", disse a ministra de Relações Exteriores, em entrevista à Rádio Israel, aparentemente ignorando os esforços internacionais por um cessar-fogo e a condenação pela ONU (Organização das Nações Unidas) e diversas nações da ofensiva militar israelense.
Israel iniciou a ofensiva militar em Gaza no último dia 27, em resposta aos ataques de foguetes do Hamas e a violação da trégua de seis meses assinadas pelas duas partes e mediada pelo Egito, que acabou oficialmente no último dia 19.
Fontes médicas palestinas informam que mais de 1.200 pessoas, a maioria civis, morreram em Gaza durante a ofensiva e cerca de 5.000 ficaram feridos. As organização humanitárias internacionais afirmam que o número deve subir já que, com a saída das tropas israelenses, elas podem acessar outras parte do território, onde encontraram dezenas de corpos.
No mesmo período, 13 israelenses morreram, quatro atingidos por foguetes lançados pelo grupo palestino Hamas contra o sul de Israel --três civis-- e dez soldados mortos em ação.”
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