sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

MÍDIA COSPE NO PRATO QUE VENDEU AO ELEITOR

Gilberto Kassab

“A vitória de Gilberto Kassab nas eleições municipais de São Paulo, em 2008, foi bancada pela imprensa paulista como uma espécie de revide à reeleição de Lula dois anos antes, alcançada à contrapelo da campanha do 'impeachment' embutida na denúncia do 'mensalão'.

Foi a manipulação desse caldo de cultura que deu ao alcaide medíocre e 'bonachão' mais de 60% dos votos no 2º turno do pleito.

A conta da fraude acaba de chegar e representa, em si, uma denúncia do jornalismo que agora cospe no prato que enfiou na goela do eleitor, abstendo-se, naturalmente, de qualquer autocrítica.

Em fim de mandato, a administração patrocinada pelo antipetismo midiático carrega atestado de fracasso em praticamente todas as áreas sensíveis à vida da metrópole: transportes, educação, saúde, prevenção de enchentes...

Pesquisas dos mesmos veículos que o catapultaram aos píncaros da glória, com factóides como 'A Cidade Limpa', indicam que um candidato apoiado por Kassab teria hoje a rejeição de 49% dos eleitores. Outros 40% classificam a sua gestão como um desastre.

O bombardeio algo orquestrado pode ser uma advertência à criatura que ensaia vôo solo com seu PSD, num momento em que o conservadorismo se ressente de nomes e requer unidade para renovar a artilharia antipetista em outubro.

Embora desfrutável, a ascensão e a decadência de Kassab devem servir de alerta. Assim como fez de uma nulidade um “case” eleitoral vitorioso, a mídia poderá regenerar vampiros de bico longo, vendendo-os como 'administradores capazes' diante da grave situação da metrópole.

A melhor denúncia do engodo é afrontá-lo desde já com respostas inovadoras, criativas, sintonizadas com as aspirações da cidade e atentas às lições oferecidas pela crise mundial em outras metrópoles. Inclui-se aí o papel estratégico do setor de serviços, como educação, cultura, amparo aos idosos etc, na oferta de emprego à juventude; a ocupação de imóveis vazios com uma política municipal de aluguel social aos pobres e aos jovens casais em início de vida; forte incentivo ao professorado municipal; a criação de uma taxa social sobre o uso da cidade pelo aparato financeiro e sua destinação ao atendimento à saúde; a comunicação permanente com a cidadania como materialização, mais que nunca indispensável, da democracia participativa na gestão da cidade.”

FONTE: cabeçalho do site “Carta Maior” em 04/01/2012.  (http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm). [imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’]

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