quinta-feira, 31 de maio de 2012

RÚSSIA E CHINA REAFIRMAM OPOSIÇÃO À INTERVENÇÃO MILITAR NA SÍRIA


RÚSSIA REITERA QUE VETARÁ INTERVENÇÕES MILITARES NA SÍRIA

A Rússia vetará qualquer iniciativa destinada a uma intervenção militar estrangeira na Síria que seja levada ao Conselho de Segurança da ONU", assegurou ontem, quarta-feira, o vice-ministro das Relações Exteriores do país, Gennady Gatilov.

"Sempre dissemos que estamos categoricamente contra qualquer ingerência no conflito sírio, porque isso só agravaria a situação e teria consequências imprevisíveis, tanto para a Síria como para toda a região", declarou Gatilov.

O diplomata russo respondeu assim ao novo presidente francês, François Hollande, que não exclui a possibilidade de intervenção armada na Síria para pôr fim à repressão do regime de Bashar al-Assad.

Gatilov também apontou que seria precipitado convocar reunião do Conselho de Segurança para adotar novas sanções contra o regime de Assad, tal qual propôs o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle.

"A aprovação de novas medidas de pressão seria precipitada neste momento. É preciso dar oportunidade à realização do plano de paz de Kofi Annan e é importante que todos os jogadores externos, incluídos nossos parceiros ocidentais, exerçam influência de maneira oportuna sobre a oposição (síria)", manifestou Gatilov.

Moscou acredita na declaração para a imprensa aprovada pela sessão urgente do Conselho de Segurança, que se reuniu após o massacre na localidade de Al Houla, na última sexta-feira, no qual foram assassinados mais de 100 civis.

"A declaração para a imprensa do presidente do Conselho de Segurança sobre os trágicos fatos de Al Houla foi sinal suficientemente forte para as partes sírias e é uma reação suficiente do Conselho aos últimos eventos nesse país", indicou Gatilov.

O vice-ministro da Chancelaria russa manifestou que a comunidade internacional deve estudar a aplicação de novos mecanismos de controle para garantir o cumprimento do plano de regulação do conflito do enviado especial da ONU para a Síria, Kofi Annan, em vigor desde 12 de abril.

"É possível que seja necessário analisar, mais uma vez, como colaboram os observadores da ONU e pensar em mecanismo adicional para implementar o plano de Annan", disse Gatilov.

CHINA REAFIRMA OPOSIÇÃO À INTERVENÇÃO MILITAR NA SÍRIA

A China reiterou ontem, quarta-feira, sua oposição a uma intervenção militar na Síria e deu novamente apoio à mediação do enviado internacional Kofi Annan, em meio à indignação global pelo massacre de 108 pessoas, incluindo dezenas de crianças, numa cidade síria.

"A China se opõe à intervenção militar e não apoia mudança forçada de regime", disse Liu Weimin, porta-voz da chancelaria chinesa. "A rota fundamental para resolver (a crise) ainda é que todos os lados apoiem totalmente os esforços de mediação feitos por Annan." Sobre o massacre, Liu disse que "a China acredita que deveria haver minucioso inquérito, e que os assassinos sejam levados à Justiça".

O chefe dos observadores da ONU na Síria disse que o massacre na localidade de Hula "parece" ter sido cometido por milícias pró-governo, [opinião pretexto] que aumentou a pressão sobre os governos ocidentais por uma intervenção. Governos árabes e ocidentais contrários ao regime de Bashar al-Assad atribuíram as mortes integralmente ao governo, que rejeitou a acusação e apontou militantes islâmicos como responsáveis pelo massacre, um dos piores incidentes em 14 meses de rebelião contra Assad.

Na terça-feira, o presidente da França, François Hollande, disse que intervenção militar não poderia ser descartada se tiver o apoio do Conselho de Segurança da ONU. A China e a Rússia, porém, já vetaram duas resoluções do Conselho que imporiam medidas duras contra Assad.

O vice-chanceler russo, Gennady Gatilov, disse ontem, quarta-feira, à agência de notícias “Interfax” que seria prematuro considerar novas medidas no âmbito do Conselho.

A China tem, repetidamente, expressado a tese de que intervenção internacional agravaria a situação síria. O popular tablóide “Global Times”, publicado pelo Partido Comunista, disse em editorial que "metade da população síria permanece leal a Assad, e erradicar esse apoio será causar dor inenarrável ao povo sírio".

"O Ocidente não deve esperar a cooperação da China e da Rússia se insistir em ditar seus próprios valores e padrões ao mundo de qualquer maneira. Ao invés disso, irá encontrar a China e a Rússia no seu caminho", disse o editorial.”

FONTE: site “DefesaNet” com informações das agências de notícias EFE (espanhola) e “Reuters” (norte-americana)  (http://www.defesanet.com.br/geopolitica/noticia/6221/Russia-e-China-reafirmam-oposicao-a-intervencao-militar-na-Siria) [Mapa do Google e trecho entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

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