terça-feira, 27 de agosto de 2013

ONU, NA PRÁTICA, ACEITA A INVASÃO E ROUBO POR ISRAEL DO TERRITÓRIO PALESTINO





"A última reunião entre o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki Moon, na semana passada, demonstrou uma crítica bastante fraca da contínua ocupação israelense da Palestina. A Embaixada da Nova Zelândia publicou as declarações de ambos os líderes, indicando consenso generalizado que permite a Israel sair impune apesar das suas óbvias violações do direito internacional.
Por Ramona Wadi, no "Middle East Monitor"

"Segundo Netanyahu, o principal obstáculo ao suposto processo de paz é a recusa palestina no reconhecimento de um Estado judeu em Israel, assim afastando as violações do direito internacional causadas pela expansão das colônias judias em terras palestinas.

"Quanto ao processo de paz israelense-palestino, temos que levá-lo à raiz do problema, e a raiz do problema continua a ser a recusa persistente de reconhecer o Estado judeu em qualquer fronteira. Isso não tem a ver com colônias, essa é uma questão que precisa ser resolvida, mas não é razão pela qual temos um conflito contínuo", disse o premiê.

Sobre mais afirmações de domínio ilegal, Netanyahu diz que "a questão real é como conseguir que um Estado palestino desmilitarizado reconheça, finalmente, e aceite, o único e absoluto Estado judeu". Israel continua reforçando o caráter exclusivo do Estado judeu enquanto esperando um reconhecimento democrático da sua presença ilegal.

Daí a necessidade de os palestinos que vivem sob a ocupação viverem em subserviência, sem qualquer forma de proteção legítima, para assegurar a sobrevivência de um Estado que minimiza qualquer forma de violência contra os palestinos, ao colocar-se como alegadamente frente ao isolamento político, enquanto busca desassociar Israel das atrocidades que impõe.

Mais uma vez agindo como um interlocutor do imperialismo, Ban Ki Moon (ONU) reforçou o discurso de Netanyahu através de uma série de declarações diplomáticas que afastaram os espectadores palestinos de seus próprios destinos. Enquanto gentilmente advertindo Netanyahu contra a ocupação e as colônias, o secretário-geral da ONU afirmou a "honra por visitar Israel" e elogiou o premiê por "ter a coragem de colocar uma solução como prioridade", efetivamente absolvendo Israel de acordos premeditados pela expansão das colônias.

Até o momento, as negociações têm se comprovado como mais uma fase da prolongada opressão, que tenta aplacar a comunidade internacional com a libertação gradual de prisioneiros palestinos em troca de mais expansão ilegal e de construção de colônias. Contradições são abundantes, com o secretário-geral, expressando "encorajamento" nas negociações, apenas para expressar dúvidas sobre alcançar e implementar um acordo prático.

Ao afirmar o seu apoio às negociações, Ban Ki Moon, mais uma vez, expôs a ONU como um instrumento crucial no processo de dominação imperial que ameaça a estabilidade em nome da paz. A retórica da honra, compromisso e prosperidade dirigida a Israel estabelece a posição ilegal tomada pela ONU, que também pode ser vista como complementar à da organização, dado o seu tratamento preferencial dispensado a Israel, também uma manifestação do apoio dos EUA à potência ocupante.

Se as Nações Unidas estivessem falando sério sobre apoiar um processo de paz tangível, primeiramente, não teriam expressado qualquer honra com relação à visita a Israel, mas visto a presença temporária como uma obrigação internacional, propriamente dita, de reverter a ocupação beligerante de Israel, para alcançar um reconhecimento autêntico dos palestinos em sua própria terra. "

FONTE: escrito pela escritora Ramona Wadi no "Middle East Monitor". Transcrito no portal "Vermelho" com tradução de Moara Crivelente, da redação do Vermelho. (
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=222109&id_secao=9).

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