quarta-feira, 28 de agosto de 2013

E SE JOSÉ DIRCEU SE ABRIGAR NUMA EMBAIXADA?

Do “Brasil 247”

“O que dirão políticos da oposição, como Aloysio Nunes (PSDB-SP), Agripino Maia (DEM-RN) e Pedro Taques (PDT-MT), que empenharam solidariedade ao boliviano Roger Pinto Molina? Será que defenderão que o governo brasileiro dê o salvo-conduto para que o réu mais notório da Ação Penal 470 possa deixar o País? Assim como o político boliviano, Dirceu se vê como alvo de perseguição política. Pela lógica da oposição, se vier a ser resgatado por um senador da Venezuela, de Cuba ou mesmo da Bolívia, será necessário aplaudir esse ato de coragem.

Um exercício hipotético daria um nó na oposição brasileira. Imaginem que, numa viagem a Brasília, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, decidisse fazer um pequeno giro pelo Setor de Embaixadas. E que, por exemplo, se refugiasse na representação de países com os quais mantém boas relações, como, por exemplo, Venezuela, Cuba e a própria Bolívia.

Na condição de asilado, Dirceu estaria em território estrangeiro. E, portanto, não poderia ser preso. Réu mais notório da Ação Penal 470, o ex-ministro da Casa Civil se vê como alvo de uma perseguição política. Não por um governo, como alega o boliviano Roger Pinto Molina, que se diz perseguido por Evo Morales, mas pelo poder real, representado pela aliança entre impérios midiáticos e setores “conservadores” da sociedade brasileira. Se vier a ser preso, Dirceu continuará a dizer que foi alvo de uma condenação política, imposta por um tribunal de exceção.

Eis que surge, então, a hipótese da embaixada – uma alternativa ruim, mas nem tão desagradável como a eventual vida num presídio. Como o Brasil reagiria se um senador de outro país repetisse a ação de Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que pediu um jatinho emprestado a um empresário amigo para resgatar um político de outro país que responde a diversos processos? Será que os políticos da oposição, como fizeram Aloysio Nunes (PSDB-SP), Pedro Taques (PDT-MT) e Agripino Maia (DEM-RN) (leia aqui), editorialistas de jornais, caso do Estadão (leia aqui), e colunistas da grande imprensa, como fez Eliane Cantanhêde (leia aqui), defenderiam o gesto humanitário?”


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