domingo, 18 de agosto de 2013

MÍDIA NÃO QUER MAIS BRINCAR DE PRAÇA TAHIR

Do jornal online “Brasil 247”

“Depois de exaltar e estimular as manifestações de junho, que contribuíram para a queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff, os meios de comunicação conservadores já demonstram incômodo com as violentas manifestações de rua. Capa de “Veja” desta semana é emblemática: em vez de uma bela jovem enrolada à bandeira nacional, há uma "cara-tapada". Como a própria mídia se tornou alvo de anarquistas e Black Blocs, a brincadeira perdeu a graça; o "sonho" acabou

A Praça Tahir não é mais aqui. Depois dos protestos de junho, que levaram alguns analistas a exaltar o chamado "outono brasileiro", que derrubou a popularidade da presidente Dilma Rousseff e poderia até abreviar o ciclo do PT no poder, a mídia brasileira não quer mais brincar de revolução.

O primeiro sinal veio do jornal “O Globo”, na edição de ontem, quando a manchete principal destacou que apenas 200 pessoas causaram transtorno a milhares de cidadãos, fechando a Avenida Rio Branco, no centro do Rio (leia mais aqui). A virada definitiva, no entanto, vem da “Editora Abril”, onde a revista “Veja” que, há três meses, dedicava uma "edição histórica" às manifestações e colocava uma bela jovem na capa enrolada à bandeira nacional, neste fim de semana fala em sua capa dos "caras-tapadas", os jovens que pregam a anarquia e empregam a violência em seus atos de protesto.

“Veja” demonstra preocupação com o 7 de setembro, quando os “black blocs”, um dos grupos mais violentos da leva recente de manifestações, planejam um "badernaço". Se esse cenário se confirmar, em breve, os mesmos veículos que estimularam a onda de protestos de junho estarão pedindo mais repressão policial. E o eixo das coberturas no bordão de "mais uma manifestação pacífica que terminou em violência, quando um pequeno grupo de vândalos..." terá que ser alterado.

“Globo”, “Veja” & companhia estão perdendo a paciência.

Especialmente porque também são alvos da indignação de parte dos manifestantes.

No mundo ideal da mídia conservadora, haveria apenas anjos rebeldes – de preferência, bem bonitinhos – protestando contra a ditadura do PT, pedindo a reprovação da PEC 37 e a prisão dos chamados mensaleiros. No entanto, a realidade não se adequou ao roteiro dos sonhos dos Civita e dos Marinho.”


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