Do portal de Luis Nassif
“O último relatório do FMI [Fundo Monetário Internacional, com sua visão
abalizada, mas sempre “conservadora” e direitista de
interesse das grandes potências ocidentais] sobre o Brasil traz enfoque que mostra as
mudanças relativas na maneira de o Fundo analisar a economia.
O relatório começa reconhecendo os
enormes avanços do país, em função de um misto de enquadramento econômico (responsabilidade fiscal, metas de inflação e
taxa de câmbio flexível) e melhor distribuição de renda. Há elogios à
inclusão financeira e comercial do país e a sistema bancário forte e bem
regulado.
O dogmatismo do Fundo não permite
que se aprofunde na análise do câmbio. Para ele, os desequilíbrios que se
manifestam na balança comercial (“aumento
desmedido da inflação” [sic] [!?!]) se devem ao desequilíbrio entre consumo
e investimento. Por isso, defende o desaquecimento provisório da economia, como
maneira de recompor o equilíbrio. Há elogios aos últimos passos da política
econômica, visando trazer competitividade à economia.
O relatório admite que foram as
medidas prudenciais de 2010-2011 que contribuíram para o desaquecimento
imprevisto da economia e uma das maiores revisões (para baixo) das expectativas
de crescimento.
Segundo o FMI, há uma série de
fatores contribuindo para isso:
(i)
a
deterioração do sentimento global em relação à economia;
(ii)
(ii)
a queda no comércio intrarregional com a Argentina;
(iii)
(iii)
condições mais apertadas de crédito em alguns segmentos de mercado.
E, inédito, o relatório constata que
o câmbio apreciado provocou aumentos nos custos unitários contribuindo para a
fraqueza da produção industrial.
Aí, se entra nas medidas atuais. O
relatório anota que, desde agosto de 2011, o Banco Central reduziu a taxa
básica de juros em 400 pontos.
Mas muitos setores continuam
inertes, como é o caso da indústria automobilística, afetado pela redução do
volume de financiamentos no ano (fruto do
aumento da inadimplência). Impressionou o Fundo a fraqueza dos
investimentos internos. Mas animou-o o fato de o consumo ter começado a se
recuperar a partir do terceiro trimestre.
O relatório analisa a inadimplência
do consumidor. Mesmo subindo, ainda representa parcela insignificante do
crédito total, de 3,8% nos bancos privados e 2% nos bancos públicos.
O relatório é otimista em relação ao
conjunto de medidas adotadas para reativar a economia.
Um dos pontos é o aumento do salário
mínimo em 2012, que permitirá ampliar a renda disponível para consumo,
especialmente por seus efeitos sobre aposentadoria e pensões. O segundo ponto é
a geração de empregos no setor de serviços, que continua forte.
Finalmente, aposta nos efeitos da
flexibilização monetária, que deverão se fazer mais nítidos no segundo
semestre, assim como a redução da inadimplência.
Sua previsão é de a economia estar
crescendo a 4,5% no final de 2013. E, depois disso, mantendo ritmo de
crescimento de 4% ao ano.
O relatório considera que a crise na
Europa poderá afetar a oferta de crédito externo. Mas considera que os bancos
públicos poderão suprir essa lacuna garantindo o crescimento do crédito total
no final do ano, influenciando a demanda em 2013.”
FONTE:
portal de Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/fmi-aposta-no-crescimento-brasileiro).
[Imagem do Google e trechos entre
colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].
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