quarta-feira, 16 de julho de 2008

CASO DANIEL DANTAS - NO MÍNIMO, É CHATO

O jornalista Ricardo Noblat publicou esta noite em seu blog um interessante artigo sobre a badalada partida Daniel Dantas-Gilmar Mendes x Polícia Federal-opinião pública.

No momento, o jogo está empatado, mesmo com a expulsão de campo do delegado Protógenes Pinheiro Queiroz, responsável pela Operação Satiagraha da Polícia Federal. Ele “se afastou” do comando das investigações nessa terça-feira (15).

Ainda segundo Noblat, outros dois delegados envolvidos na Operação Satiagraha - Karina Murakami Souza e Carlos Eduardo Pelegrini Magro - também informaram ao Juiz Federal Fausto de Sanctis e ao Procurador Geral da República Rodrigo de Grandis que foram obrigados pela direção da Polícia Federal a deixar as investigações.

Vejamos o texto de Ricardo Noblat:

CASO DANIEL DANTAS - NO MÍNIMO, É CHATO

“O juiz Fausto de Sanctis, da 6a. Vara Criminal de São Paulo, agiu de acordo com sua consciência e dentro dos limites de sua competência ao mandar prender duas vezes o banqueiro Daniel Dantas, acusado de de crimes financeiros e de tentar corremper um delegado da Polícia Federal.

O ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), também procedeu de acordo com sua consciência e, como Sanctis, dentro dos limites de sua competência ao mandar libertar Dantas duas vezes. Até aqui, jogo empatado.

A aplicação da Justiça não é uma ciência exata. Outro juiz no lugar de Sanctis poderia ter decidido de forma diferente. Outro ministro do Supremo no lugar de Mendes, também. De um deles, por sinal, ouvi que Mendes teria atropelado as demais instâncias do Judiciário ao mandar soltar Dantas pela segunda vez.

Certamente nem todos os ministros do Supremo pensam como esse que diverge do ato de Mendes.

O chato, digamos assim, é a existência de gravação onde Hugo Chicaroni, funcionário de Dantas, afirma durante conversa com o delegado da Polícia Federal alvo da tentativa de suborno:

Ele (Dantas) se preocupa com hoje. Lá para cima, o que vai acontecer lá. Ele não está nem aí. Porque ele resolve. STF e STJ.

Em seguida acrescentou que no STF e no Superior Tribunal de Justiça (STJ) Dantas "tem um trânsito político ferrado'".

É claro que Chicaroni poderia estar contando falsas vantagens para impressionar o delegado. O fato de Dantas ter tido uma passagem relâmpago pela carceiragem da Polícia Federal em São Paulo não autoriza ninguém a pôr em dúvida a seriedade do ministro Mendes e a legitimidade de sua decisão.

Mas que é chato, é. Convenhamos: tudo isso é muito, muito chato.”

2 comentários:

Pedro Bueno disse...

Mas chato mesmo, quero crer, é o Noblat ter que publicar essa matéria de uma forma muit qua aberta para o momento. Até parece que se confirma a tese de Paulo Henrique Amorim, de que !dane-se Dantas, temos que salvar nossos dedos". fica uma dúvida atroz.

Unknown disse...

Pedro Bueno,
Perfeito, também acho isso. O blog do Noblat está hospedado no "Globo" e sempre foi tucanófilo. Paulo Henrique Amorim acertou na previsão.
Maria Tereza