segunda-feira, 14 de julho de 2008

UM ANO APÓS O DESASTRE DA TAM EM SP –DE NOVO A CANTILENA DA “VEJA”

O site www.fab.mil.br publicou hoje uma nota de esclarecimento sobre as já conhecidas e tendenciosas distorções de informações por parte da revista tucano-pefelenta “Veja”. No caso, a revista tenta fazer renascer a já desgastada tentativa de insuflar a idéia de que há o “caos aéreo” no Brasil.

A nota é assinada pelo Brig Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica. Transcrevo:

ESCLARECIMENTO

Sobre a matéria “Um ano depois do desastre...”, publicada na revista Veja nº 28, de 16 de julho de 2008, este Centro julga imprescindível esclarecer alguns fatos que foram publicados, uma vez que os questionamentos solicitados pela revista foram integralmente respondidos (vide abaixo), e, ainda assim, o jornalista omitiu parte das informações que lhe foram passadas, impedindo que o Comando da Aeronáutica levasse à sociedade informações fidedignas sobre a situação do tráfego aéreo no país.

Cabe ressaltar que a revista não nos solicitou qualquer esclarecimento a respeito de "alvos falsos" e de supostos incidentes, ambos noticiados na matéria e que, quanto a quase colisão entre um avião da FAB e uma aeronave da GOL, este fato não foi relatado por nenhum dos pilotos das respectivas aeronaves, apenas pelo controlador de vôo. Tal relato está sendo analisado pelo DECEA (Departamento do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro) com vistas a apurar a veracidade das informações.

A respeito da presença de ratos em destacamento de controle do espaço aéreo, é importante destacar que, a cada dois meses, a referida unidade passa por serviço de desratização. Na época dos fatos, quando da desmontagem de equipamentos para modernização de sistemas, em maio deste ano, o problema foi detectado e houve a implementação de medidas sanitárias cabíveis, como a limpeza e o tratamento bactericida do sistema de ar interno do prédio, entre outras.

RESPOSTAS DO CECOMSAER AOS QUESTIONAMENTOS FORMULADOS PELA REVISTA VEJA:

1) NÚMERO TOTAL DE CONTROLADORES AÉREOS (MILITARES E CIVIS) E QUANTOS FORAM INTEGRADOS A ESSA FUNÇÃO DE UM ANO PARA CÁ?

R. No tocante à quantidade de controladores é importante esclarecer que foram realizados concursos nos últimos dois anos, para civis e militares, o que resultou na formação e acréscimo de mais de 600 profissionais capacitados para o controle de tráfego aéreo. Atualmente, existem cerca de 2700 controladores de tráfego aéreo no Comando da Aeronáutica.

2) NA PROVA DE PROFICIÊNCIA EM LÍNGUA INGLESA REALIZADA EM 2007 COM TODOS OS CONTROLADORES, APENAS 5,5% ATINGIRAM O NÍVEL 4, ÍNDICE REQUERIDO PELA OACI PARA SE COMUNICAR EM INGLÊS. O QUE ESTÁ SENDO FEITO PARA MELHORAR ESSE QUADRO? QUAL O PERCENTUAL DO EFETIVO EM CADA UM DOS OUTROS NÍVEIS?

R. Faz-se necessário ressaltar que:

• Todos os controladores estão formados no nível 3, que é o inglês necessário para as atividades rotineiras do controle do tráfego aéreo. Entretanto, a OACI verificou que há necessidade de aprimoramento no conhecimento da língua inglesa para os casos não rotineiros, nos quais o inglês coloquial é mais utilizado do que o inglês empregado no controle do tráfego aéreo. Assim, todos os países, até 2011, deverão capacitar seus pilotos e controladores envolvidos no tráfego aéreo internacional no nível 4 (operacional) da tabela estabelecida pela OACI.

• O Comando da Aeronáutica investiu, no ano de 2007, R$3.342.927,10 em cursos de inglês para os controladores de tráfego aéreo. Esses cursos continuam em andamento em diversas localidades nas quais há controle de tráfego aéreo internacional.

Neste contexto, este Centro esclarece que:

• Na prova de 2007, do total de 3.068 ATCO (controladores), 9,22% (e não 5,5%) atingiram o nível 4 ou acima;

• A Aeronáutica seguiu a rígida metodologia do processo de avaliação de segurança operacional sugerida pela OACI (Organização da Aviação Civil Internacional);

• A probabilidade de acontecer uma ocorrência de tráfego aéreo que tenha o idioma como um dos fatores contribuintes é de UMA ocorrência para 464.875 horas de vôo de tráfego aéreo internacional, ou seja: 0,00022%;

• A possibilidade de ocorrência de incidentes de tráfego aéreo desse tipo no Brasil é de dois eventos por ano, sendo também caracterizado como risco de PROBABILIDADE REMOTA;

Além disso, O DECEA está implementando medidas efetivas para, no decorrer de 2008, ser:

• Inserida prova de inglês escrita, nível intermediário, nos concursos de admissão para controladores de tráfego aéreo; e

• Disponibilizado para os controladores cursos programados de inglês, com foco em aulas práticas de falar e ouvir.

3) QUANTO TEMPO EM MÉDIA LEVA A PREPARAÇÃO DE UM CONTROLADOR NO BRASIL?

R. A Aeronáutica inaugurou, em 5 de novembro de 2007, um novo laboratório de simulação de controle de tráfego aéreo, em São José dos Campos (SP), com a finalidade de ampliar a capacitação do nível operacional desses profissionais. Com sistemas de última geração e tecnologia 100% nacional, essa nova estrutura aumentou a capacidade de treinamento avançado de 100 para 400 controladores/ano, permitindo aos alunos simular a operação em qualquer localidade do país.

O tempo dedicado à formação completa dos controladores é de, no mínimo, 2 anos.

4) ENTRE 2003 E 2007 HOUVE 459 INCIDENTES DE TRÁFEGO AÉREO NO BRASIL. QUAL O PERCENTUAL DE INCIDENTES EM CADA UM DAQUELES ITENS DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO, DO MAIS MODERADO AO MAIS CRÍTICO?

R. De acordo com o levantamento estatístico realizado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo – DECEA, entre 2003 e 2007, o percentual de incidentes de tráfego aéreo, classificados como de risco potencial e/ou crítico, foi de 0,000663% ao longo de todo o período.

Cabe destacar que muitos dos incidentes relatados, quando analisados na revisualização dos dados e imagens não se confirmaram como tais.

Com relação aos Relatórios de Prevenção (RELPREV), gostaríamos de dizer que o Comando da Aeronáutica tem incentivado a realização de campanhas, objetivando a conscientização da importância do preenchimento destes relatórios sempre que se fizer necessário, e por considerar ferramenta das mais importantes para a prevenção de acidentes aeronáuticos.

5) QUE MELHORIAS (TOTAL DE INVESTIMENTOS, UNIDADES BENEFICIADAS, TIPOS DE EQUIPAMENTO, ETC) FORAM FEITAS NO SISTEMA DE SEGURANÇA DE VÔO NO ÚLTIMO ANO NO BRASIL?

R. Cabe destacar que, nos últimos 8 anos, a Aeronáutica investiu cerca de R$ 1,8 bilhão na atualização do controle de tráfego aéreo brasileiro. Dos quatro Centros de Controle do país, um é novo, (CINDACTA IV – Manaus), dois passaram por processos de atualização (CINDACTA I - Brasília e CINDACTA II – Curitiba) e outro está em fase de modernização (CINDACTA III - Recife).

O Sistema de Controle do Espaço Aéreo do Brasil é um patrimônio avaliado em mais de R$ 6 bilhões, construído ao longo de quatro décadas e que responde por uma área de atuação quase três vezes superior à dimensão territorial do próprio país, por conta dos compromissos internacionais de prover segurança ao tráfego aéreo sobre o Oceano Atlântico, em uma área correspondente a treze milhões de quilômetros quadrados. São cerca de 6 mil equipamentos –entre radares, sistema de telecomunicações, auxílio à navegação aérea e meteorologia, entre outros-, muitos dos quais com redundância, 365 dias no ano, 24 horas por dia, com uma disponibilidade diária de 98% dessa estrutura.

Além disso, o Brasil integra o seleto grupo de países que já discute e prepara ações para a implantação do sistema CNS-ATM, que representará uma evolução histórica no tráfego.”

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