quinta-feira, 10 de julho de 2008

IV FROTA DA US NAVY – OS EUA ACEITARIAM GESTO RECÍPROCO?

DO LEBLON E IPANEMA SERÁ POSSÍVEL VER A IV FROTA OPERANDO

Se o Brasil resolvesse, hipoteticamente, também ser bonzinho e mandasse para as costas marítimas norte-americanas nossa esquadra?

Se justificarmos, aos que isso lá estranharem, por meio do nosso embaixador em Washington, que estamos surpresos com a reação negativa, pois a intenção brasileira é pacífica? Que esperávamos que, como é natural, todos eles nos dessem as boas-vindas? Que o nosso objetivo é construir e reforçar parcerias com as nações da região? Que lá empregaremos a nossa esquadra em missões de paz, esforços de assistência humanitária, resposta a desastres, operações contra o tráfico de narcóticos e exercícios tradicionais com as marinhas de nações parceiras? Que a nossa esquadra irá para lá, apesar das desconfianças norte-americanas, e que temos tradição de respeitar os mares territoriais?

OBS: “mar territorial” é uma estreitíssima faixa assim definida: “É a faixa de mar que se estende desde a linha de base até uma distância que não deve exceder 12 milhas marítimas de largura, da costa, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro, e sobre a qual o Estado brasileiro exerce sua soberania, com algumas limitações determinadas pelo Direito Internacional" - Hildebrando Accioly, página 243, Ed. Saraiva, l2ª edição, l996.”. Assim, mesmo que a IV Frota fique fora do mar territorial, ainda será possível vê-la da praia de Ipanema, Leblon etc.

Se tornássemos realidade essa visão recíproca, especular, da atual atitude dos EUA, seríamos bombardeados com bombas atômicas e de hidrogênio e a nossa esquadra boazinha afundada.

Mas foram essas, exatamente, as justificativas que o embaixador norte-americano Clifford Sobel nos apresentou, conforme exposto na seguinte reportagem do Correio Braziliense de hoje, em texto de Isabel Fleck:

SENADO QUESTIONA NOVA FROTA

“Delegação parlamentar visita o embaixador Clifford Sobel para pedir explicações sobre reativação de unidade naval com atuação na América Latina. Descoberta de petróleo na costa motiva desconfiança”

“A reativação da Quarta Frota naval dos Estados Unidos, voltada para a América Latina e o Caribe, tem gerado rumores que incomodam tanto o governo brasileiro como o norte-americano. Em reunião com o embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel, os senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Eduardo Suplicy (PT-SP), João Pedro (PT-AM) e Cristovam Buarque (PDT-DF) pediram ontem mais explicações sobre a decisão do governo de George W. Bush. A preocupação dos parlamentares é de que o ressurgimento da Frota, desativada em 1950, tenha alguma relação com a descoberta recente de grandes reservas de petróleo na costa brasileira.

Viemos manifestar nossa estranheza com relação à questão da Quarta Frota, ainda mais pelo fato de o presidente Bush tomar a decisão no final do seu mandato. Fizemos um apelo para que a Frota não venha, pois vai criar um mal-estar desnecessário”, afirmou Simon ao fim da reunião. Segundo o senador, o presidente americano deveria deixar essa decisão “para o próximo governo”. “Pedimos a ele que, se possível, fizesse chegar aos dois candidatos americanos (John McCain e Barack Obama) as nossas preocupações”, completou.

De acordo com os parlamentares, Sobel demonstrou surpresa com a manifestação, já que a intenção americana é pacífica. “Ele estranhou que pudesse haver uma preocupação com o anúncio da Quarta Frota, uma vez que ele considerava natural que todos déssemos as boas-vindas. Mas lembramos a ele que, há 40 anos, houve uma ação da Marinha e das Força Armada dos EUA por aqui, da qual não guardamos as melhores lembranças”, destacou Suplicy, fazendo referência à manobra militar americana que, em 1964, apoiou o golpe que depôs o presidente João Goulart.

Em comunicado divulgado após a reunião, o embaixador americano destacou que o principal objetivo da Quarta Frota é “construir e reforçar parcerias com as nações da região”. Segundo Sobel, o uso de recursos navais na região será aprovado apenas em apoio a “missões de paz, esforços de assistência humanitária, resposta a desastres, operações contra o tráfico de narcóticos e exercícios tradicionais com as marinhas de nações parceiras”. O diplomata assegurou que não haverá navios alocados de forma permanente à unidade, e que o trabalho será realizado a partir da Flórida, por uma equipe de 120 pessoas. O embaixador desmentiu também que o porta-aviões USS George Washington, que esteve na costa brasileira no fim de abril, seja parte da Quarta Frota.

Sobel descartou ainda a possibilidade de que a reativação da unidade militar esteja relacionada à recente descoberta de petróleo em uma vasta extensão da costa brasileira. “Ele (o embaixador) disse que os americanos têm uma tradição de respeitar os mares territoriais”, afirmou Pedro Simon. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia demonstrado preocupação com essa possível relação na semana passada, na Argentina, durante a reunião de cúpula do Mercosul. “Descobrimos petróleo a 300km da costa brasileira. Queremos que os Estados Unidos nos expliquem isso (a Quarta Frota), porque vivemos em uma região totalmente pacífica”, declarou Lula na ocasião."

6 comentários:

Unknown disse...

A esquerda é contra a reativação da Quarta Frota porque a mesma vai ajudar no combate ao narcotráfico - será mais um golpe contra as FARC [organização narcoguerrilheira e que faz parte do FORO de SÃO PAULO fundo pelo senhor Lula e PT)e também a presença da 4ª Frota atrapalha os planos esquerdista de criar a URSAL - União das Repúblicas Socialistas da América Latina.
Cézar Henrique

www.blogdaunr.blogspot.com

Unknown disse...

De um jeito ou de outro a reativação da IV Frota pode ser considerada uma ameaçaa a soberania brasileira. Acho que ao invés de ir reclamar com o embaixador americano, os senadores tem mesmo é que reclamar com Lula sobre as condições atuais da Marinha do Brasil. Nossa força naval deve passar por uma ampla modernização e ampliação, do contrario nao temos poder dissuasório para impor respeito. Existe muito petrolio e diversas outras riquesas em nossos mares e se faz necessario possuir uma marinha poderosa e bem preparada. Os EUA sabem bem a situação de nossa força naval e vejam que essa reativação se deu logo depois do Almirante Julio Soares comandante da marinha dizer publicamente que a força está em condiçoes precárias.
Eu, pessoalmente, nao acredito em discursos pacificos dos Ameicanos, temos ouro de mais em nossas maos pra ficarmos de braços cruzados. E aos lideres de Brasilia.. Olhos abertos!

NOVAESTIVA disse...

O Alexandre tem toda a razão ! Como pode um País como o Brasil, que tem a orla que tem, as riquezas que tem, não possuir uma marinha bem equipada e intimidativa a qualquer aventura externa !? Como podemos trabalhar a segurança do nosso pessoal nos mares e de nossas riquezas !? Está mais do que na hora do governo acordar para essa realidade, aproveitando as grandes descobertas da área petrolífera para agir ! A construção de porta aviões, cruzadores, aviões caça e todo a tecnologia disponível hoje no mercado em prol da defesa de nossos mares e território é urgente !

GBN News disse...

A verdadeira questão é: Teremos tempo hábil para reequipar nossa esquadra?
Caros compatriotas a anos tenho acompanhado através de minhas visitas a instalações militares e minhas pesquisas o descaso com a nossa soberania. Basta, do que adianta gastar bilhões com fome zero, bolsa escola e bolsa familia, se não podemos defender nosso patrimonio e gerar verdadeira qualidade de vida e renda?
Nós temos que investir em tecnologia de ponta, em criação de profissionais capacitados, em estudos e centros de tecnologia. Vejam o exemplo da Embraer, é o nosso orgulho nacional, esta entre as grandes, e em dez a quinze anos, estaremos disputando o mercado de grandes jatos.
Já chega de castigar o orçamento militar, não há mais o risco de um retorno a ditadura, e é uma loucura privar os nossos bravos soldados de armas no estado da arte, em "punição" pelo golpe de 64, porque é assim que vejo a ação do governo que chega a ser criminosa.
É hora de erguer a cabeça e ter orgulho de ser brasileiro e fazer jus ao nossa grandiosa nação. Vamos investir em porta-aviões convencionais e ao menos um nuclear, uma esquadra de uns 4 submarinos nucleares, os russos estão dispostos a nos fornecer a baixo custo esta tecnologia, a qual eles dominam muito bem.
Vamos substituir as nossas sucatas da FAB por modernos Sukhoy que oferecem transferência total de tecnologia e armas, vamos comprar rafales para nosso navio aerodromo, vamos investir na avibras e outras fabricantes nacionais no desenvolvimento de blindados e misseis. vamos reacorda nosso potencial bélico.
Acordem!!! esqueçam essa balela de esquerda, direita, nosso inimigo esta lá fora, aqui dentro somos todos irmãos, nossas brigas internas resolvemos depois, mas se não acordarmos amanhã não teremos uma republica e nem soberania, apenas ruinas, como iraque e os paisinhos da africa.

Angelo Daniel Nicolaci

Brochadomrcio disse...

Acho que o presidente Lula deveria exigir que os americanos se retirem da costa brasileira. Somos um pais pacifico e não ha motivos para sua presença ali. Acho que devem se retirar, nós brasileiros não queremos parcerias deste tipo. Queremos viver tranquilos como vivemos até o momento, sem incomodar ninguem e também não queremos ser incomodados. Não ha motivos para que invadam nosso país não devemos temer isso, mas devemos exigir sim que se afastem daqui.

Escuridão disse...

Sem dúvida é de causar preocupação da Quarta Frota Americana "as nossas costas", o Brasil na verdade tem que parar com a "babaquice" de falar que somos uma nação pacífica e começar a reaparelhar e almentar o nosso poderio de defesa, pois não esta longe de precisarmos, ou pelo menos mostramos que estamos prontos para qualquer peleja e não vai sair de graça. Há muitos que falam que na verdade o Brasil precisa de igualdade social, melhores condições de vida e isso tudo, concordo, mas sejamos conciente que o prejuizo pode ser até maior num futuro. Assim, e não é uma questão de ser esquerdista ou direitista, isso já era, a questão é a defesa de nosso recursos naturais.

Marco Rodrigues