terça-feira, 8 de maio de 2012

“CPI DA VEJA”


Por Paulo Henrique Amorim

Dias a Merval: VALE-TUDO NÃO VALE NADA

“Saiu na ‘Carta Capital’, de Mauricio Dias, na imperdível “Rosa dos Ventos”:

VEJA, UM CASO SÉRIO

Dias se vale da contribuição do professor Marcus Figueiredo, da UERJ, que, desde 1996, estuda a mídia brasileira e concluiu que “… há certa resistência, da parte dos jornalistas, em admitir a legitimidade da análise de mídia.”

Completa Dias:

Há poucos dias, no entanto, o veterano jornalista Merval Pereira, de ‘O Globo’, quebrou essa regra não escrita e se dedicou ao tema. Saiu em defesa da revista ‘Veja’, envolvida com questões do receituário da CPI.

O relacionamento de jornalistas da revista ‘Veja’ com o bicheiro Carlinhos Cachoeira e seus asseclas nada tem de ilícito”, assegurou Merval.

Essa afirmação vigorosa se sustenta em bases frágeis. Merval enalteceu o “jornalismo investigativo” praticado na revista. ‘Veja’, no entanto, foi parceira de um jogo criminoso. Aliou-se a um contraventor e, no afã de denunciar escândalos, criou escandalosamente uns deles. Cachoeira oferecia a munição e ‘Veja’ atirava.

No futuro, esse episódio e outros deverão ser objeto de estudo acadêmico possivelmente sob o título de “O caso Veja”. Melhor seria abandonar o formalismo acadêmico e chegar a um título mais adequado à tese “Veja é um caso sério”.

Não é a primeira vez que a revista sapateia sobre as regras do jornalismo. Mais do que isso. Frequentemente, ela sai do jogo e adota o ‘vale-tudo’.

Em 2006, por exemplo, ‘Veja’ foi protagonista de um episódio inédito no jornalismo mundial, ao acusar o então presidente Lula de ter conta no exterior. Na mesma reportagem, no entanto, confessa não ter conseguido comprovar a veracidade do documento usado para fazer sustentar o que denunciava. Só o ‘vale-tudo’ admite acusação sem provas.

A imprensa brasileira, particularmente, tem assombrosos erros históricos. Um prontuário que inclui, entre outros, a participação na pressão que levou Vargas ao suicídio, em 1954, e quando se tornou porta-voz do movimento de deposição de Jango, em 1964.

A ascensão de um operário ao poder é outro marco divisório da imprensa brasileira. A eleição de Lula acirrou os ânimos dos “barões da mídia”. O noticiário passou a se sustentar, primeiramente, nas divergências políticas e, depois, mas não menos importante, no preconceito de classe. A imprensa adotou o que Marcus Figueiredo chama de “discurso ético de autoqualificação diante dos leitores”.

Em tempo: não deixe de ler “A voz da Veja e de Cachoeira leva Robert(o) à porta da cadeia” [ http://www.conversaafiada.com.br/pig/2012/05/07/cpi-da-veja-dias-a-merval-vale-tudo-nao-vale-nada/ ] e “sem Robert(o) e a Globo, a CPI será uma farsa” [ http://www.conversaafiada.com.br/politica/2012/04/28/sem-civita-e-marinho-cpi-sera-uma-farsa/ ].

Em tempo2: como diz o delegado Protógenes, jornalista bandido bandido é."

Na foto, Merval (D) com imortais. Jornalista bandido ...”

FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim em seu portal “Conversa Afiada”  (http://www.conversaafiada.com.br/pig/2012/05/07/cpi-da-veja-dias-a-merval-vale-tudo-nao-vale-nada/).

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