terça-feira, 8 de maio de 2012

O BRASIL VAI OU NÃO VAI INVESTIGAR A SUA MÍDIA?

[E a PF desvenda que os tais "espiões" (Dadá etc) eram contratados pelo criminoso Cachoeira para plantar matérias na "Veja" (em prévio conluio com a revista?) e em toda a "grande" mídia...]



Por Bob Fernandes, no portal "Terra Magazine"

“Rupert Murdoch é dono de um dos maiores impérios de mídia do mundo. Ele tem centenas de empresas que faturam perto de US$ 30 bilhões/ano. Mesmo com tudo isso, o relatório de uma CPI em andamento na Inglaterra acusa Murdoch de "enganar o Parlamento".

A CPI britânica concluiu que Murdoch e seu filho, James, fecharam os olhos para crimes cometidos por suas empresas. Entre outros crimes, um dos jornais de Murdoch grampeou os príncipes Harry e William, herdeiros da coroa.

O Brasil começa a viver a CPI do Cachoeira. Não é segredo que a mídia também está no olho do furacão. E que parlamentares querem investigar as relações entre o bicheiro Cachoeira, o senador Demóstenes Torres e a revista Veja. O ex-presidente Lula também acha que se deve investigar essas relações.

Na internet, que no Brasil tem algo como 80 milhões de usuários – estima-se que 48 milhões de usuários diários – o julgamento já começou.

O julgamento na internet dispensa provas. Cada um condena e absolve quem quiser. Bastam a opinião e o desejo de cada um. Como, aliás, tem sido cada vez mais em quase toda a mídia. Já uma CPI tem que investigar, de verdade, e provar. Até para inocentar.

No caso em questão, à parte os fatos que ainda não foram devidamente investigados, algo chama a atenção de parlamentares: como, em anos e anos de relação e de escândalos publicados, não se percebeu que Cachoeira era quem era? E isso, com Cachoeira tendo sido personagem do "Caso Waldomiro", que anos antes foi noticiado também na mesma revista Veja.

Na mídia, uma reportagem é fruto de decisões coletivas. A cultura é de construções e procedimentos hierarquizados. Portanto, a escolha de bode expiatório é um erro e é injusto. Mas, assim como o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, a mídia pode cometer erros, e comete. E, como ensina agora a Inglaterra, não há porque não examiná-los.

Há outro caso. Talvez até mais grave do que esse porque levou a um choque entre poderes. Em 2008, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, foi ao Palácio e interpelou ninguém menos do que o Presidente da República. Mendes chamou Lula "às falas", segundo suas próprias palavras então [não há registro, nas fitas até agora divulgadas, que aponte que Gilmar Mendes, então Presidente do STF, assim agira mancomunado com a quadrilha de Cachoeira e Demóstens].

Gilmar Mendes e Demóstenes Torres se disseram "vítimas de um grampo da ABIN", conforme capa da mesma revista Veja. A Polícia Federal investigou e não achou vestígio de grampo algum.

Senador Demóstenes (DEM) e Gilmar Mendes (STF) 
Mas, por conta desse grampo que ninguém ouviu, Paulo Lacerda, então diretor da Abin, foi demitido e "exilado" em Portugal. E com o grampo que ninguém sabe e ninguém ouviu, começou-se a enterrar a Operação Satiagraha. Aquela que prendeu o Banqueiro Daniel Dantas.”

FONTE: escrito por Bob Fernandes, no seu portal “Terra Magazine”  (http://terramagazine.terra.com.br/bobfernandes/blog/2012/05/08/o-brasil-vai-ou-nao-vai-investigar-a-sua-midia/). [Trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política']

Nenhum comentário: