quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

2014 NA AMÉRICA LATINA


Será um ano de muitas eleições, que incluem as do Brasil, da Bolívia e do Uruguai, entre os governos progressistas da América do Sul.

Por Emir Sader

Se cumprem 16 anos da primeira vitória de Hugo Chávez, que abriu a lista de governos progressistas na América Latina, como reação e rejeição do neoliberalismo. A esquerda de todo o mundo se volta para a América Latina para saber como irá o continente no novo ano.

Será um ano de muitas eleições, que incluem as do Brasil, da Bolívia e do Uruguai, entre os governos progressistas da América do Sul, somando-se à de El Salvador, também de governo progressista, mais as do Panamá, da Costa Rica e da Colômbia.

No Brasil, na Bolívia, no Equador, todas as possibilidades são as de continuidade dos governos atuais. Dilma Rousseff deve se reeleger. A única dúvida é se isso se dará já no primeiro ou no segundo turno. A própria oposição já dá isso por estabelecido. O único que tenta é chegar eventualmente a um segundo turno, mas sem esperanças de impedir a vitória da Dilma. A oposição busca não perder Estados essenciais que ainda dirige, como São Paulo e Minas Gerais, e não ter diminuição muito grande na sua bancada parlamentar. Com essa vitória, o PT conseguiria o período mais extenso de governo de uma força – 16 anos – em período democrático no Brasil.

No Uruguai, a “Frente Ampla” é ampla favorita para eleger o sucessor de Pepe Mujica, que deve ser, de novo, Tabaré Vasquez, também com dúvida se o logrará no primeiro ou no segundo turno e se conseguirá manter a maioria parlamentar atual. Conseguindo essa vitória, a “Frente Ampla” conseguiria eleger presidente em três mandatos sucessivos no Uruguai.

Na Bolívia, Evo se recuperou da baixa de apoio que teve há alguns anos e se perfila de novo como favorito para novo mandato. Além da recuperação do apoio do seu governo, conta com a divisão da oposição, para conseguir concluir 13 anos de governos consecutivos, um recorde absoluto de estabilidade política democrática na Bolívia.

As eleições de fevereiro em El Salvador se apresentam como muito renhidas, entre Salvador Sanches Serén, ex-comandante guerrilheiro da “Frente Farabundo Marti” e atual vice-presidente da república, de Mauricio Funes, eleito com o apoio da “Frente”. A direita continua forte no país, conseguiu recuperar a prefeitura de San Salvador da “Frente Farabundo Marti”, e disputa cabeça a cabeça a tentativa de recuperação da presidência.

No Panamá, os dois candidatos mais fortes são de direita, buscando suceder o também direitista Ricardo Martinelli. Na Costa Rica, a disputa é mais aberta, havendo possibilidade de triunfo de um candidato progressista, depois do governo direitista de Laura Chinchilla. Na Colômbia, Juan Manuel Santos é favorito diante do candidato uribista, embora a disputa tenha ainda margens de incerteza.”

No seu conjunto, os governos pós-neoliberais devem se fortalecer, dando continuidade a esses governos por uma segunda década. Disputas mais abertas se darão em El Salvador, Costa Rica e Colômbia.”

FONTE: escrito pelo cientista político Emir Sader no site “Carta Maior”  (http://www.cartamaior.com.br/?/Blog/Blog-do-Emir/2014-na-America-Latina/2/29927). [Imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

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