Da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS EM 2013 TÊM 3º MELHOR RESULTADO DA HISTÓRIA
“De janeiro a dezembro de 2013, as exportações brasileiras chegaram a US$ 242,2 bilhões, o que representa o terceiro melhor resultado da série histórica da balança comercial brasileira, inferior apenas ao que foi registrado em 2012 (US$ 242,6 bilhões) e 2011 (US$ 256 bilhões). Os embarques brasileiros ao exterior no ano passado praticamente repetiram o resultado alcançado em 2012, com redução de somente 1%. A diferença corresponde a US$ 399 milhões. Menos do que é registrado, em média, em um dia útil de vendas a outros países.
As importações anuais chegaram a US$ 239,6 bilhões, o maior volume já registrado, com crescimento de 6,5% em relação a 2012. Com esses resultados, o saldo comercial foi de US$ 2,5 bilhões e a corrente de comércio, soma de importações e exportações, atingiu US$ 481,8 bilhões, com crescimento de 2,6% em relação a 2012 (US$ 465,8 bilhões). É o segundo maior valor já registrado, atrás apenas do recorde de 2011(US$ 482,3 bilhões).
PETRÓLEO E DERIVADOS
Em entrevista coletiva para comentar os dados, o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Daniel Godinho, explicou que o resultado da balança comercial em 2013 foi influenciado pelas exportações e importações de petróleo e derivados - a chamada conta petróleo.
“Esse é um saldo comercial esperado. Nos últimos meses, sabíamos que teríamos pequeno superávit comercial que se concretiza com este resultado. Tivemos um ano bastante difícil em função da conta petróleo, da baixa demanda externa e da queda de alguns preços. Por isso, mais uma vez, afirmo que o saldo comercial é conjuntural, e que tem todos os elementos para se recuperar nos próximos anos”, disse Godinho.
A redução de exportações de petróleo e derivados em 2013 foi de 28,4% e as importações aumentaram 16,3%, em relação a 2012. Assim, o déficit na conta petróleo passou de US$ 5 bilhões para US$ 20 bilhões. “Temos investimentos crescentes em novas plataformas de petróleo e a expectativa para os próximos anos é de que tenhamos maior produção e exportação de petróleo e derivados. Além de menor importação desse produto, revertendo o déficit”, disse o secretário.
Conforme Godinho, a menor produção de petróleo e derivados em 2013 é resultado, basicamente, da parada para manutenção programada tanto de plataformas e de refinarias. “São paradas planejadas, mas que impactaram o resultado final de 2013. A menor produção também se deveu a uma queda natural de produção de poços antigos, que serão substituídos por novos. De um lado, temos a realidade da menor produção e, de outro, o consumo mais elevado de petróleo e derivados, por vários fatores”, detalhou.
MANUFATURADOS
O secretário também chamou a atenção para o crescimento de 1,8 % nas exportações de manufaturados em 2013, com destaque para o crescimento nas vendas de automóveis (+47,2%).
OUTROS
Outros produtos que tiveram crescimento de vendas em relação ao ano anterior foram soja em grão (+ 30,7%), obras de mármore e granito (+25,4), minério de cobre (+20,9%), couro (+20%), carne bovina (+19,2%), milho (+17%) e celulose (+10%).
Outro dado positivo é o primeiro aumento, desde 2007, no número de empresas exportadoras, que passou de 18.630 para 18.810.
No geral, houve aumento da quantidade exportada em 2,8%, resultado superior à previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de acréscimo de 2,7% às exportações mundiais em 2013. Já os preços dos produtos que o Brasil vende para outros países caíram, em média, 2,9%.
DESTINO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
Em relação aos mercados de destino das exportações brasileiras, Godinho destacou o crescimento de 10,8% nas vendas para a China, que chegaram a US$ 46 bilhões, um recorde no comércio bilateral. O maior valor registrado até então era US$ 44,3 bilhões, em 2011. Também mereceram destaque na apresentação do secretário de Comércio Exterior os crescimentos dos embarques brasileiros para Argentina (+8,1%), Coreia do Sul (+4%), Hong Kong (+ 35%), Países Baixos (+14%), Angola (+10%), e México (+5%).
Entre as importações, foram destaque as compras de bens de capital, que aumentaram 5,4% no acumulado do ano, em relação a 2012, o que, segundo o secretário, aponta para forte retomada de investimentos produtivos no país.
EXPORTAÇÕES DAS PLATAFORMAS DE PETRÓLEO
O secretário também explicou como funcionam as exportações das plataformas de petróleo (nota abaixo). Em 2013, o Brasil exportou 7 plataformas para exploração de petróleo e gás, no valor de US$ 7,7 bilhões. São operações que foram divulgadas pelo MDIC nas entrevistas coletivas realizadas uma vez por mês para comentar os dados da balança comercial. “Não podemos dar tratamento diferente para uma operação que, para todos os efeitos fiscais e contábeis, é uma exportação. Essa venda é registrada na balança comercial e existe o aluguel dessa plataforma, da pessoa jurídica estrangeira para as empresas produtoras no Brasil. Se, de um lado, a venda é contabilizada na balança comercial, de outro lado, o contrato de leasing [aluguel] é contabilizado na balança de serviços com sinal negativo. Tem-se, claramente, a contabilidade em crédito e débito”, sublinhou.
O secretário reforçou a importância da recuperação do setor naval, que produz as plataformas. “Quem produz são os estaleiros nacionais e não as empresas petrolíferas. A produção se dá pelo ressurgimento de uma indústria naval no país que já emprega, aproximadamente, 80 mil pessoas. As exportações de plataformas de petróleo são amparadas pelo regime “Repetro”, criado na década de 90 com objetivo de atrair investimentos ao setor. Tivemos sucesso nessa política”, lembrou Godinho.
Ao encerrar a análise dos dados de 2013, o secretário falou da influência do contexto internacional nos resultados da balança comercial brasileira e mostrou as expectativas de crescimento [mundial], feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que foram revistas várias vezes, para menos, durante o ano. A previsão geral de crescimento do comércio mundial em volume teve redução de 4,5% para 2,7%. “Esse comportamento de expectativa sendo revista ocorre em relação a todos os países. Mostro isso para dizer a vocês que 2013 foi um ano difícil. Na zona do euro, por exemplo, no início do ano operava-se com a expectativa de leve crescimento, mas, no final, nós temos o registro de queda de 0,6%. Nos mercados emergentes, também houve piora sensível de, praticamente, um ponto percentual, como no caso da China”.
CENÁRIO DE 2014
Ao falar sobre o cenário de 2014 o secretário destacou o aumento da safra brasileira de grãos e da produção de petróleo. “Não posso precisar com qual velocidade esse movimento se dará, mas trabalhamos com a expectativa de redução no déficit da conta petróleo. Há também a expectativa de aumento de 4,8% na safra de grãos puxada pela soja. E, por fim, expectativa de câmbio mais favorável para as exportações brasileiras”. Segundo o secretário, a partir desse cenário, a SECEX espera para 2014 que as vendas externas brasileiras permaneçam no patamar elevado registrado nos últimos três anos.”
FONTE: da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Transcrito no Jornal GGN (http://jornalggn.com.br/noticia/em-2013-exportacoes-alcancaram-3%C2%BA-melhor-resultado-da-serie-historica). [Título, imagem do google e subtítulos acrescentados por este blog ‘democracia&política’].
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