sexta-feira, 4 de abril de 2008

“THE ECONOMIST” SOBRE DILMA: “O BODE NA SALA?”

O portal “Últimas Notícias” publicou hoje (05h30) o artigo publicado ontem pela revista inglesa “The Economist” tratando dos ataques que a Ministra da Casa Civil Dilma Rousseff sofre no momento, por parte da oposição e da grande mídia que a pauta.

A revista descreve a razão dessa agressão contra a ministra Dilma Rousseff.

Diante de um presidente cada vez mais popular, a melhor estratégia da oposição poderá ser atacar Dilma, que não só é a "ministra mais poderosa" de Lula como representa hoje a sua maior chance de fazer um sucessor”.

Ontem (03/04) à noite, foi noticiado em todos os meios de comunicação, com grande euforia, que a oposição 'alcançou uma vitória'. A ministra Dilma Rousseff tem 30 dias para atender à convocação da Comissão de Serviços e Infra-Estrutura do Senado, que aprovou requerimento pedindo que a ministra explique as obras do PAC.

Vejamos o artigo do Últimas Notícias sobre a matéria do jornal inglês:

Para o 'Economist', Dilma pode ser 'bode na sala' para 2010

A revista "The Economist" sugere na edição desta semana que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, terá de ser mais do que "a mãe do PAC" se quiser ser a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010.

A publicação ressalta que Dilma deverá se recuperar do ‘escândalo dos cartões corporativos’ porque as acusações contra ela são "indiretas" e "muito menos graves" do que as que derrubaram José Dirceu.

Ainda assim, diz a publicação, diante de um presidente cada vez mais popular, a melhor estratégia da oposição poderá ser atacar Dilma, que não só é a "ministra mais poderosa" de Lula como representa hoje a sua maior chance de fazer um sucessor.

A revista se baseia na parábola do "bode na sala" citada pelo consultor político Bolívar Lamounier, para dizer que Lula poderia estar estimulando a candidatura de Dilma agora para depois oferecer outro nome.

"Você conhece a história do homem que coloca um bode na sua sala de estar e depois se oferece para negociar com você para tirá-la de lá?", disse Lamounier à revista.

O texto, que tem o título "Dilma e o bode", termina com a conclusão de que a ministra "terá de se tornar mãe de muitos outros gastos do governo se quiser se tornar o negociador".

A revista cita a história "interessante" de Dilma, que já foi trotskista e sofreu perseguição na época do regime militar, e diz que ela "é impressionante de perto, misturando charme pessoal e firmeza e um evidente controle de detalhes técnicos".

"Mas ela ainda não é uma candidata viável para 2010", diz a "Economist". "Ela é pouco conhecida fora dos círculos atentos à política."

Segue a matéria completa do “The Economist”:

"DILMA AND THE GOAT
Apr 3rd 2008

The pros and cons of Lula's top aide

The mother of growth acceleration

“As political branding goes, “Mother of the PAC” (Programme for Accelerated Growth) is not the snappiest. For Dilma Rousseff, though, this title just might provide a route to Brazil's highest office in 2010.

She is “head of the civil household”, or chief of staff for President Luiz Inácio Lula da Silva. In recent weeks she has been touring the country with Lula, standing next to building projects and looking bountiful. But now she is taking cover from a convoluted political affair involving ministers' use of their corporate credit cards.

When introduced by the previous government, ministerial credit cards were designed to cut down on paperwork for spending on small items and to increase openness. In February it became clear that some current ministers had been having too much fun with them. The champion spender, the minister for racial equality, Matilde Ribeiro, lost her job and Congress set up an inquiry into their abuse.

The government decided that attack was the best form of defence. It said that spending by ministers in the previous government would be examined too, to show that they had been just as bad.

Somehow the bills for the credit card in the name of Fernando Henrique Cardoso, Lula's predecessor, found their way into the press. They did not reveal anything spectacular, but there were some groceries and other small personal items that should not have been there.

The information probably came from Ms Rousseff's office. She denies leaking it, and has phoned Mr Cardoso's wife to apologise for the mishap.

Mrs Cardoso was apparently very nice about it, but her husband's party will not be so forgiving. Ms Rousseff's predecessor, José Dirceu, was forced out, accused of orchestrating bribes to members of Congress to keep Lula's legislative coalition together.

Though the charges against Ms Rousseff are far less serious, the opposition will try to exploit them. Attacking Lula, who gets more popular every time pollsters ask about him, has not worked well. Attacking his most powerful minister, and the nearest thing he has to an anointed successor, is much easier.

Since the accusation against her is indirect, Ms Rousseff is likely to survive. She has an interesting past (she was once a Trotskyist, holds a doctorate and, like many of Brazil's senior politicians, was blacklisted by the military government of 1964-85).

She is impressive up close, mixing personal charm with firmness and an evident grasp of technical detail. But she is not yet a viable candidate for the 2010 presidential election. She is little known outside politically attentive circles.

Indeed, some think that Lula is pushing Ms Rousseff now only to switch his affections later. “You know the story about the man who puts a goat in your living room and then offers to negotiate with you to remove it?” asks Bolívar Lamounier, a political consultant, somewhat ungallantly.

Ms Rousseff will need to become mother to a lot more of the government's spending if she is to become the negotiator.”

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