UT30BR
Por Virgínia Silveira, no jornal “Valor Econômico”
“A 'AEL Sistemas', de Porto Alegre, está em fase
final de desenvolvimento de um sistema de armas nacional para o veículo
blindado Guarani. A produção do veículo, que terá 60% de conteúdo nacional,
será iniciada no próximo ano, em fábrica que a Iveco está construindo no
município de Sete Lagoas (MG).
O sistema de armas, ou "torreta", do Guarani, também
conhecido pela sigla UT30BR, é composto por um canhão de 30 milímetros e uma
metralhadora de 7.62 mm, controlada remotamente pelo atirador e pelo comandante
da torre, montada em cima do veículo. Possui, ainda, um computador central de
tiro, que permite à tripulação a execução de tiros de precisão mesmo com o
veículo em movimento.
Segundo o vice-presidente de Operações da AEL,
Vitor Neves, a venda do primeiro lote de produção do sistema está sendo
negociada com o Exército Brasileiro para equipar os 16 carros que vão anteceder
a produção seriada do modelo, um programa que prevê 2044 unidades em 20 anos.
O primeiro carro do lote piloto foi entregue pela
Iveco ao Exército, na semana passada, durante a "Eurosatory", maior feira de
equipamentos de defesa da Europa.
De acordo com o executivo da AEL, um protocolo de
intenções firmado com o Estado Maior do Exército contempla o fornecimento de
216 unidades nacionalizadas. "Para cumprir este contrato, a AEL fará
investimento adicional de US$ 8 milhões, além dos US$ 10 milhões já investidos
na construção de um centro tecnológico de defesa dedicado ao desenvolvimento de
tecnologias na área de defesa", afirmou.
O Exército conta com três torretas fabricadas pela
"Elbit Systems", empresa de Israel controladora da AEL. A companhia pretende
contratar 70 funcionários para atender à demanda de sistemas de armas do
Exército. "O desenvolvimento dos sistemas UT30BR também irá mobilizar o
envolvimento de 150 funcionários de outras empresas brasileiras nas áreas de
estrutura mecânica especializada e blindagem", destacou o executivo.
O sistema UT30 é utilizado em outros programas
militares na Bélgica, Portugal e Eslovênia. Neves comenta que o engajamento dos
engenheiros brasileiros no desenvolvimento dos sistemas vai permitir o domínio
de tecnologias nas áreas de optrônicos, sensores óticos, blindagem,
estabilização de plataformas terrestres e computadores de controle de tiro.
O executivo estima que, a partir de 30% do programa
desenvolvido, o índice de transferência de tecnologia dos sistemas de armas do
Guarani será de 50%. No fim do programa, está previsto quase 100% de
nacionalização do sistema. No contrato com o Exército, ficou definido que os
sistemas de três protótipos serão montados no Brasil por equipes do próprio
Exército e com o suporte da AEL.
"A AEL está há dois anos trabalhando nesse
projeto, que pode ser considerado tão ou mais complexo que os sistemas
aviônicos das aeronaves de caça de última geração", ressaltou. A
construção do prédio onde serão fabricados os sistemas, de acordo com Neves, já
está 60% concluída e ficará pronto para uso em dezembro deste ano.
É nesse prédio, também, que a AEL pretende
concentrar o desenvolvimento de tecnologias para atender aos projetos que
atualmente trabalha na área de defesa. A empresa foi selecionada para fornecer
os sistemas aviônicos (eletrônica embarcada) dos helicópteros Esquilo do
Exército, que estão sendo modernizados, assim como para os 50 helicópteros
EC725, que vão equipar as Forças Armadas do Brasil e que serão produzidos em
parte no Brasil.
A Embraer também selecionou a AEL para fornecer
quatro sistemas do cargueiro KC-390, que está desenvolvendo para a Força Aérea
Brasileira (FAB). As duas empresas criaram este ano a empresa “Harpia”, para explorar o
mercado de veículos aéreos não tripulados (VANTS). A Embraer também é uma das acionistas
da AEL, com participação de 25% no capital da empresa.”
FONTE: reportagem
de Virgínia Silveira, para o jornal “Valor Econômico”. Transcrita no portal da
FAB (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?datan=27/06/2012&page=mostra_notimpol) [Título e imagem do Google
adicionados por este blog ‘democracia&política’].
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