O jornal Folha de São Paulo ontem publicou o seguinte texto de Eliane Cantanhêde e Sofia Fernandes:
“Depois de conversas com presidentes e chanceleres em cinco países no Oriente Médio, o chanceler Celso Amorim defendeu ontem que é preciso que Israel e o Hamas acatem a resolução da ONU de cessar-fogo em Gaza já para garantir "um mínimo de credibilidade" ao Conselho de Segurança. Do contrário, será "a lei da selva".
Em entrevista coletiva ontem, no Itamaraty, Amorim relatou um trecho de sua conversa com a chanceler de Israel Tzipi Livni: "Eu disse a ela que não há futuro para Israel se ele se transformar num bunker cercado por todos os lados".
Ele também criticou a falta de unidade entre os próprios palestinos e árabes como um dos fatores que incendeiam a região e impedem um diálogo que abra caminhos para a paz.
Segundo o chanceler, só a comunidade internacional pode acelerar as negociações de paz, e o que falta é "vontade política" para a solução do conflito.
Como exemplo da crescente pressão internacional por uma solução, Amorim citou a posição americana: apesar de ser o principal aliado de Israel, os Estados Unidos desta vez optaram por posição mais cautelosa, de "abstenção" sobre o cessar-fogo votado na ONU.
Ele defendeu um "ar novo, um ar fresco" nas negociações e comparou as possibilidades de influência do Brasil às da Turquia e da Espanha, países que considera menos contaminados pela tensão na região.
A primeira pergunta da entrevista foi sobre as críticas de [enciumados] ex-chanceleres [de FHC] às suas gestões no Oriente Médio. Irritado, reclamou: "Essa pergunta nem é digna de resposta. É tola, uma crítica sem fundamento". Para ele, a política externa tem mais confiança fora do que no Brasil.”
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