sábado, 17 de janeiro de 2009

O PSDB E O AEROYEDA

O jornal Zero Hora ontem publicou:

PSDB FOGE DA POLÊMICA DE JATO PARA YEDA

“Líderes nacionais, que foram contrários à compra do Aerolula, evitaram se posicionar

Quatro anos depois de criticar duramente o governo Lula pela compra do Airbus presidencial – apelidado de Aerolula –, integrantes da cúpula nacional do PSDB se esquivaram ontem de comentar a decisão da governadora Yeda Crusius de adquirir jato para voos internacionais.

Nos Estados Unidos, o presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PE), foi informado ontem sobre o anúncio de Yeda.

– Vou conversar com ela. Se ela quer comprar, deve ter seus motivos – limitou-se a dizer.

No seu escritório em Curitiba, o senador Álvaro Dias (PR) preferiu não comentar a decisão da governadora por considerar “falta de ética um comentário sobre um ato administrativo do Rio Grande do Sul”.

– Nós criticamos Lula não por comprar o avião, mas o Aerolula, com sua luxuosidade. O governo federal tem a Embraer – justificou.

O senador tucano Arthur Virgílio (AM), que também está nos Estados Unidos, reconheceu que o “Rio Grande do Sul está numa situação difícil”, mas, de qualquer forma não vê motivo para escandalização:

– É um aparelho útil. Não é um escandalismo.

Virgílio ponderou que o presidente tem “vários aviões à disposição” e lembrou que durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), a empresa que conduziria a comitiva presidencial ao Exterior era escolhida publicamente, dentro das regras de licitação.

– Fernando Henrique viajava em avião de última geração. Daqui a pouco, o Aerolula vai ficar caduco – criticou.

Apesar de o secretário da Fazenda, Ricardo Englert, garantir que há recursos previstos no item investimentos do orçamento do Estado para a aquisição do jato, o anúncio da compra de uma aeronave é alvo de críticas entre servidores, na oposição e até mesmo na base aliada.

O modelo que o governo pretende comprar é um jato executivo que custa, segundo estimativa da Casa Militar do Piratini, entre US$ 8 milhões e US$ 26 milhões.

Ex-chefe da Casa Civil, o deputado Fernando Záchia reconheceu a necessidade da governadora de comprar um novo avião, mas ponderou que o período é inoportuno (leia a entrevista nesta página).

DEPUTADO ALIADA CONSIDERA COMPRA DE AVIÃO “LAMENTÁVEL”

Integrante da base aliada, o deputado Cassiá Carpes (PTB) tachou de “lamentável” a decisão do governo:

– O momento não é bom para um tipo de investimento dessa natureza quando se tem outras prioridades. Pegou todo mundo no contrapé.

O deputado Adão Villaverde (PT) considera que o assunto deve ser discutido na Assembléia:

– A governadora não tem do ponto de vista de exigência e de demanda a necessidade de ter um avião desse custo e com essa dimensão.

A notícia também provocou surpresa entre os servidores. Para o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul (Sindsepe), Claudio Augustin, a aquisição do jato representará um gasto desnecessário:

– Cortam no que é essencial e gastam no que é supérfluo.

Já o líder do governo no parlamento, Pedro Westphalen (PP), defendeu a iniciativa da governadora de adquirir aeronave mais potente:

– A compra é necessária, que nem foi o Aerolula. Não é um avião para Yeda. É um avião para o governo do Estado do Rio Grande do Sul.

DUAS VISÕES

O que disse o senador e presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra em 2004 sobre a compra do AeroLula:

“É um privilégio, um absurdo. Não faz sentido a compra desse avião para o PT. Falta dinheiro para tudo, até para dar para pessoas que estão morrendo de fome, mas não falta para comprar avião para o presidente.”

ONTEM, SOBRE O ANÚNCIO DE YEDA

“Vou conversar com a governadora. Se ela quer comprar, deve ter seus motivos.”

2 comentários:

Unknown disse...

Como é bom um dia atras do outro

Unknown disse...

Mauricio
Eu gostaria mais ainda se, para esse caso, houvesse o mesmo longo estardalhaço da mídia.
Maria Tereza