segunda-feira, 4 de junho de 2012

QUEM É PROGRESSISTA E QUEM É DE DIREITA

Típico representante imperial norte-americano

Por Emir Sader

“Os dois maiores eixos do poder no mundo de hoje são a hegemonia imperial norte-americana e o modelo neoliberal. A direita se articula em torno da liderança política e militar norte-americana e desenvolve, em nível nacional e internacional, políticas de "livre comércio" [desde que favorável aos EUA] e de mercantilização de todas as sociedades.

Diante desse quadro, progressistas são, em primeiro lugar, os governos, as forças políticas e as instituições que lutam pela construção de um mundo multipolar que enfraqueça a hegemonia imperial hoje dominante, que logre a resolução dos conflitos de forma política e pacifica, contemplando todas as partes em conflito, ao invés da imposição da força e da guerra. O que significa fortalecer os processos de integração regional – como os latino-americanos – que priorizam o intercâmbio entre os países da região e os intercâmbios entre o Sul do mundo, em contraposição aos "Tratados de Livre de Comércio" [sic] com os Estados Unidos.

Se diferenciam, na América Latina, com esse critério, os governos de países como a Venezuela, o Brasil, a Argentina, o Uruguai, a Bolívia, o Equador, entre outros, que fortalecem o MERCOSUL, a UNASUL, o Banco do Sul, o Conselho Sul-Americano de Defesa, a ALBA, a CELAC, entre outras iniciativas que privilegiam o intercâmbio regional e se opõem aos Tratados de Livre Comércio com os Estados Unidos. Priorizam também o comércio com os países do Sul do mundo e as organizações que os agrupam, como os BRICS, entre outras. São governos que afirmam políticas externas soberanas e não de subordinação aos interesses e orientações dos Estados Unidos.

Do outro lado do campo político, se encontram governos como os do México, do Chile, do Panamá, da Costa Rica, da Colômbia, que priorizam por esses tratados, e favorecem o comércio com a maior potência imperial do mundo e não com os parceiros da região e com os países do Sul do mundo.

Em segundo lugar, progressistas são os governos, forças políticas e instituições que colocam o acento fundamental na expansão dos mercados internos de consumo popular, na extensão e fortalecimento das políticas que garantam os direitos sociais da população, que elevem continuamente o poder aquisitivo dos salários e os empregos formais, ao invés da ênfase nos ajustes fiscais impostos pelo FMI, pelo Banco Mundial e pela OMC e aceitos pelos governos de direita.

Além disso, as forças progressistas se caracterizam pelo resgate do papel do Estado como indutor do crescimento econômico, deslocando as políticas de Estado mínimo e de centralidade do mercado, e como garantia dos direitos sociais da população.

Por esses três critérios é que a maioria dos governos latino-americanos – entre eles os da Venezuela, do Brasil, da Argentina, do Uruguai, da Bolívia, do Equador – são progressistas e expressam, em nível mundial, o polo progressista, que se opõem às políticas imperialistas e neoliberais das potências centrais do capitalismo internacional.”

FONTE: escrito pelo cientista político Emir Sader e publicado no site “Carta Maior”  (http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=991)  [Entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política']..

Nenhum comentário: