A Folha Online, com subsídios das agências France Presse e Reuters, há pouco publicou:
“O ex-chefe das forças especiais britânicas (SAS, na sigla em inglês) no Afeganistão, Sebastian Morley, 40, chamou de "inútil" a campanha militar contra os rebeldes e afirmou que o conflito lembra a guerra do Vietnã nos seus primórdios. "O número de vítimas e o desgaste das tropas não farão mais do que aumentar", afirmou ele ao diário britânico "Daily Telegraph", em sua primeira entrevista desde que renunciou ao cargo em novembro.
Ele acusou o governo britânico de ter "sangue nas mãos", citando as mortes de quatro soldados que foram o alegado estopim de sua renúncia. "Eu tinha que renunciar. Eu havia avisado [o Ministério da Defesa] muitas vezes que nós iríamos arcar com mortes desnecessárias se nós não tivéssemos o equipamento adequado e eles ignoraram meus alertas. Há sangue em suas mãos", disse.
"Eu acredito que nós ainda nem 'arranhamos a superfície' de quão longe esse conflito vai", disse ele, acrescentando que "há muito mais por vir", numa referência ao nível de baixas esperado no conflito.
"Tomamos pequenas porções de território na província de Helmand [sul do país] e enganamos a nós mesmos quando achamos que nossa influência ultrapassa um perímetro de 500 metros além de nossas bases", disse ele.
"Realizamos operações, lutamos contra os guerrilheiros e regressamos ao quartel. Não controlamos o território. Os talebans sabem aonde estamos. Sabem muito bem que regressamos ao acampamento", afirmou o ex-chefe militar.
Em novembro, o major Morley, chefe das Forças Especiais da Aviação Britânica do Reino Unido no Afeganistão, renunciou a seu cargo por meio de uma carta na qual acusava o governo britânico de ser responsável por equipar mal seus militares.
O conteúdo da carta vazou para a imprensa britânica. O Ministério da Defesa contestou as acusações, colocando que "equipar nosso pessoal é claramente uma prioridade e nós absolutamente vamos focar em providenciar uma gama de veículos que o protegerá das ameaças impostas pelo inimigo".
O Ministério da Defesa voltou a se pronunciar com a publicação da entrevista de Morley. "É verdade que uma área do tamanho de Helmand é um perímetro que é muito difícil de manter. Isso não significa que nós estamos fazendo progressos. Nós estamos", afirmou o ministério, em um comunicado oficial.”
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